Brasileiras estão levando o país a um novo patamar de consumo

Por Stella Kochen Susskind

Na última década, o brasileiro saiu do patamar do consumo imediato – aquele que valoriza os aspectos superficiais da compra – para o consumo crítico. Na prática, a durabilidade e o atendimento são os principais atributos considerados para a efetivação da compra – de acordo com a pesquisa “As Empresas que mais Respeitam o Consumidor no Brasil”, conduzida pela Shopper Experience há 12 anos. E qual o papel da mulher nessa história? Com certeza, o papel de protagonista!

Os meus 20 anos de experiência em analisar hábitos e drivers de consumo me levam a crer que as mulheres – sobretudo as mães –, estão nos levando a um novo patamar de consumo. A minha experiência como mãe confere a certeza de que estamos educando crianças com um outro nível de percepção. É uma revolução silenciosa comandada por mulheres – mães, tias, madrinhas, professoras, filhas… Para citar um exemplo simples e comum ao universo das mulheres, comentei com a minha filha que tínhamos que comprar uma nova mochila; um modelo com rodinhas. Além de ser o modelo mais recomendado pelos ortopedistas, costumo associar esse produto à praticidade. Ledo engano! Minha filha explicou, com riqueza de detalhes, que a mochila seria um transtorno, pois teria que carregar 5,7 quilos escadaria acima. O fato é que como estuda em uma sala instalada no primeiro andar – e a escola proíbe os alunos de arrastá-las na escada – a dita mochila pesada teria que ser carregada.

Aliás, a pequena consumidora informou que compraríamos uma mochila simples: que faria um escalonamento do material escolar para carregar menos peso. Entendi, rapidamente, que nossos filhos estão se tornando consumidores mais reflexivos e práticos, pessoas que pensam na real necessidade de consumir! Pensei no argumento e cheguei à conclusão que as mulheres têm influenciado o consumo no Brasil muito mais do que pensamos.

Na pesquisa O Mundo de Vênus – concluída pela Shopper Experience no ano passado – as entrevistadas declararam que acreditam que as mulheres de hoje são muito mais informadas; esse nível de informação tem um grande impacto na forma de consumir da família brasileira. É fato que as mulheres estão educando novos consumidores. Para elas, a educação dos filhos é pautada pelo ensino de valores morais; respeito ao próximo e a si; e sustentabilidade. É nesse contexto que está o consumo responsável. Na prática, chegamos a um momento interessante de amadurecimento do consumidor brasileiro; estamos, no que costumo chamar, de a primeira etapa rumo à era do consumo consciente. Ou seja, o consumidor está consciente do seu poder de compra, consciente dos seus direitos e consciente da importância, ou falta de importância, do produto/serviço na sua vida.

A pesquisa mostra, ainda, que o nível de exigência dessa nova mulher é bem alto. A insatisfação com produtos e serviços é maior entre as consumidoras do que entre os homens – até por uma questão matemática. São elas que, diariamente, tomam grande parte das decisões de consumo da família. A pesquisa aponta que essa insatisfação alcança patamares elevados pela própria natureza da mulher.

Quando compra um produto alimentício para os filhos, por exemplo, se a marca não cumprir o que promete, essa consumidora vai até as últimas instâncias para reclamar e fazer valer os seus direitos. Além disso, o alto poder influenciador entre amigos, familiares e nas redes sociais pode comprometer a imagem das marcas. Estamos diante de um poder feminino que está transformando as relações de consumo no Brasil.

Brasileiras estão levando o país a um novo patamar de consumo

Por Stella Kochen Susskind

Na última década, o brasileiro saiu do patamar do consumo imediato – aquele que valoriza os aspectos superficiais da compra – para o consumo crítico. Na prática, a durabilidade e o atendimento são os principais atributos considerados para a efetivação da compra – de acordo com a pesquisa “As Empresas que mais Respeitam o Consumidor no Brasil”, conduzida pela Shopper Experience há 12 anos. E qual o papel da mulher nessa história? Com certeza, o papel de protagonista!

Os meus 20 anos de experiência em analisar hábitos e drivers de consumo me levam a crer que as mulheres – sobretudo as mães –, estão nos levando a um novo patamar de consumo. A minha experiência como mãe confere a certeza de que estamos educando crianças com um outro nível de percepção. É uma revolução silenciosa comandada por mulheres – mães, tias, madrinhas, professoras, filhas… Para citar um exemplo simples e comum ao universo das mulheres, comentei com a minha filha que tínhamos que comprar uma nova mochila; um modelo com rodinhas. Além de ser o modelo mais recomendado pelos ortopedistas, costumo associar esse produto à praticidade. Ledo engano! Minha filha explicou, com riqueza de detalhes, que a mochila seria um transtorno, pois teria que carregar 5,7 quilos escadaria acima. O fato é que como estuda em uma sala instalada no primeiro andar – e a escola proíbe os alunos de arrastá-las na escada – a dita mochila pesada teria que ser carregada.

Aliás, a pequena consumidora informou que compraríamos uma mochila simples: que faria um escalonamento do material escolar para carregar menos peso. Entendi, rapidamente, que nossos filhos estão se tornando consumidores mais reflexivos e práticos, pessoas que pensam na real necessidade de consumir! Pensei no argumento e cheguei à conclusão que as mulheres têm influenciado o consumo no Brasil muito mais do que pensamos.

Na pesquisa O Mundo de Vênus – concluída pela Shopper Experience no ano passado – as entrevistadas declararam que acreditam que as mulheres de hoje são muito mais informadas; esse nível de informação tem um grande impacto na forma de consumir da família brasileira. É fato que as mulheres estão educando novos consumidores. Para elas, a educação dos filhos é pautada pelo ensino de valores morais; respeito ao próximo e a si; e sustentabilidade. É nesse contexto que está o consumo responsável. Na prática, chegamos a um momento interessante de amadurecimento do consumidor brasileiro; estamos, no que costumo chamar, de a primeira etapa rumo à era do consumo consciente. Ou seja, o consumidor está consciente do seu poder de compra, consciente dos seus direitos e consciente da importância, ou falta de importância, do produto/serviço na sua vida.

A pesquisa mostra, ainda, que o nível de exigência dessa nova mulher é bem alto. A insatisfação com produtos e serviços é maior entre as consumidoras do que entre os homens – até por uma questão matemática. São elas que, diariamente, tomam grande parte das decisões de consumo da família. A pesquisa aponta que essa insatisfação alcança patamares elevados pela própria natureza da mulher.

Quando compra um produto alimentício para os filhos, por exemplo, se a marca não cumprir o que promete, essa consumidora vai até as últimas instâncias para reclamar e fazer valer os seus direitos. Além disso, o alto poder influenciador entre amigos, familiares e nas redes sociais pode comprometer a imagem das marcas. Estamos diante de um poder feminino que está transformando as relações de consumo no Brasil.

Inadimplência atinge menor patamar para meses de janeiro

A quantidade de consumidores com dívidas em atraso no país aumentou 3,12% em janeiro deste ano em relação a janeiro do ano passado, de acordo com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Este é o menor resultado já registrado para o mês de janeiro, de acordo com a série histórica do indicador de inadimplência, que tem início em janeiro de 2010. Na comparação mensal – em relação a dezembro de 2014 – o número de inadimplentes em janeiro sofreu uma leve alta de 0,15%. O SPC Brasil estima que atualmente existam aproximadamente 54,6 milhões de consumidores registrados em serviços de proteção ao crédito de todo o país.

Para os economistas do SPC, o ritmo de desaceleração da inadimplência observado desde junho de 2014 não encontra como explicação principal uma conjuntura econômica positiva, mas um contexto de fraca atividade econômica combinada com a freada na tomada de empréstimos.

“Os bancos e os estabelecimentos comerciais passaram a ser mais seletivos e a conceder menos crédito ao consumidor, fato que tem como consequência a redução da quantidade de atrasos nas compras parceladas e nos pagamentos de dívidas”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Dessa mesma forma, o recuo das vendas a prazo apresentado pelo comércio tem como principal causa a diminuição da capacidade de comprometimento do brasileiro e o baixo grau de confiança do consumidor, o que consequentemente afasta a possibilidade de avanço de inadimplência para os lojistas. De acordo com o indicador de consultas a prazo do SPC Brasil, a desaceleração nas vendas se repetiu ao longo de todo o ano de 2014 e, em janeiro de 2015, a queda acumulada já era de 0,52%.

Na avaliação do presidente da CNDL, Honório Pinheiro, as vendas no varejo ampliado também vêm caindo, principalmente a dos setores ligados ao crédito como materiais de construção e automóveis. “Quer dizer: a inadimplência está desacelerando principalmente porque o consumidor está deixando de consumir a prazo”, explica Pinheiro.

Média de duas dívidas por inadimplente

Da mesma forma como ocorreu com a quantidade de pessoas inadimplentes, o mês de janeiro manteve a perda de fôlego também em relação ao crescimento da quantidade de dívidas em atraso, fazendo com que o indicador registrasse uma alta de 2,40%, em relação a janeiro do ano passado. Em dezembro de 2014, seguindo a mesma base de comparação, o crescimento havia sido de 3,19%.

Com bases nesses dados, o SPC Brasil calcula uma média de 2,07 dívidas para cada devedor inadimplente. Esta média é a menor já registrada pela série histórica, iniciada em 2010.

Cresce inadimplência nos setores de água, luz e comunicação

Com relação aos setores detentores da dívida, o segmento que mais registrou crescimento na quantidade de calotes foi o das concessionárias de água e luz (8,35%) e das empresas decomunicação (9,84%), que oferecem serviços como os de telefonia, tevê a cabo e internet. Destaca-se, ainda, a retração de 0,54% do número de dívidas ligadas ao comércio, a terceira queda anual consecutiva do setor, após dez meses seguidos de alta.