Peritos criminais querem autonomia da polícia

Do Congresso em Foco

Os peritos criminais federais querem se desvincular das polícias civis e federal. O objetivo, segundo a categoria, é garantir a isenção durante investigações científicas de crimes. “A principal consequência dessa desvinculação é deixar a perícia criminal, que é a responsável pela investigação científica, equidistante da acusação e da defesa. Infelizmente, ela inserida dentro das polícias não tem esse ponto de equilíbrio”, explica o presidente da Associação de Peritos Criminais Federais (APCF), André Morisson.

Para que haja a autonomia, a APCF apoia a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 117/15, apresentada em agosto pelos deputados Reginaldo Lopes (PT-MG) e Rosângela Gomes (PRB-RJ). A PEC desvincula a perícia criminal das polícias civis e federal, elevando-a à condição de órgão de segurança. O texto foi apresentado após a conclusão dos trabalhos da CPI Jovem, que apurou na Câmara as causas, consequências e custos sociais e econômicos da violência contra jovens negros e pobres no Brasil.

O envolvimento de policiais em crimes apurados pela perícia, hoje subordinada às polícias, é um dos argumentos utilizados pelos defensores da separação. “Em muitos dos crimes que são apurados pela perícia os suspeitos são os próprios policiais, a própria corporação. E como pode a perícia produzir as provas materiais subordinada a quem ela própria está investigando cientificamente?” questiona Morisson.

“A desvinculação da perícia oficial das estruturas orgânicas das polícias civis e federal são medidas urgentes de modernização da segurança pública brasileira, como forma de incrementar sua organização, assegurando uma gestão mais qualificada e específica da sua atividade. Ações essas que contribuem para uma produção isenta e qualificada da prova material, homenageando os princípios do contraditório e da ampla defesa, assim como se harmonizam com os preceitos dos direitos humanos”, diz a justificativa da PEC 117/15, que tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

INSS: mais de 10 mil sem atendimento no primeiro dia de greve dos peritos

Da Agência Brasil

Balanço do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) mostra que mais de 10 mil perícias deixaram de ser feitas no primeiro dia de greve dos peritos. A categoria paralisou as atividades ontem (4), juntando-se ao movimento grevista dos outros servidores da autarquia, que já dura dois meses.

A perícia médica é exigida para que o cidadão receba benefícios como o auxílio-doença, a aposentadoria por invalidez, a aposentadoria especial e o reconhecimento de acidentes de trabalho. Para a última sexta-feira estavam agendadas 24.574 perícias – 14.140 foram feitas e 6.839 precisaram ser reagendadas.

O INSS orienta o segurado que tem perícia médica agendada a ligar para a Central 135 e consultar a situação do atendimento na agência da Previdência Social para a qual foi destinado. Quem não for atendido devido à greve dos peritos, terá a data remarcada e poderá confirmar o novo atendimento pelo telefone 135. O INSS informou que, para evitar prejuízo financeiro aos beneficiários, a data originalmente agendada será considerada para efeito de entrada do requerimento.

A categoria reivindica a redução da carga horária de 40 horas para 30 horas, a incorporação de benefícios ao salário, a redução de níveis de progressão, a recomposição do quadro de peritos e o aumento salarial de 27%, dividido em dois anos.

Peritos acreditam que flaps podem elucidar queda

Do Blog da Folha

As análises iniciais dos restos das peças do jatinho que caiu vitimando o ex-governador de Pernambuco e presidenciável Eduardo Campos (PSB), assessores e pilotos, na última quarta-feira (13), apontaram que os flaps da aeronave estavam recolhidos. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o dado sobre o instrumento é considerado fundamental para a avaliação das causas do acidente.

Quando vai aterrissar, o piloto precisa “baixar os flaps”, equipamentos que ajudam na sustentação e frenagem do avião no solo.

De acordo com a instrução do jato, se os flaps forem recolhidos como avião a mais de 370 km/h, ocorre um baque muito forte, movimento que puxa a aeronave para baixo, tirando a estabilidade do avião.

Para os investigadores, se os flaps estão recolhidos é porque há duas opções: o procedimento pode ter sido realizado no tempo certo, com velocidade certa, ou o flap foi recolhido após a arremetida, em alta velocidade.

A análise dos peritos se volta para a possibilidade de um eventual baque, “put down” como é chamado, tendo sido motivado por um suposto recolhimento do equipamento acima dos 370 km/h, contribuindo, desta forma, para o acidente.

Alguns fatores ainda são vistos como motivos que teriam dificultado as investigações. O jato não tinha como equipamento de série um gravador de dados, não foram gravadas as conversas mantidas pelo piloto e copiloto na cabine e, além disso, os investigadores ainda consideram um problema o fato de não existir torre de controle em Santos (SP), mas apenas uma estação de rádio.