Dilma diz que Petrobras supera desafios

A conta do Facebook da presidente Dilma Rousseff, administrada pelo PT, divulgou neste domingo um vídeo da nova campanha publicitária da Petrobras.A peça da estatal, que está no centro das investigações da Operação Lava-Jato, tenta reforçar a ideia de que é preciso “superar desafios”. Ao compartilhar o conteúdo, o perfil da presidente registrou:

“Desde a campanha ‘O Petróleo É Nosso’ até o Pré-sal, a Petrobras vem superando os desafios, expectativas e batendo recordes”.

Com o escândalo da Petrobras e a piora na expectativa em relação à economia, a popularidade da presidente despencou e atingiu a pior marca de seu governo, segundo a pesquisa Datafolha divulgada neste sábado.

De acordo com o levantamento, para 77% dos entrevistados, Dilma tinha conhecimento da corrupção na Petrobras. Para 52% deles, ela sabia do escândalo e não agiu. Outros 25% disseram que ela nada pôde fazer, mesmo sabendo dos casos de corrupção.(De O Globo)

Cunha confirma instalação da nova CPI da Petrobras

O novo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), confirmou no final da noite dessa terça-feira (3) a instalação da nova CPI da Petrobras, protocolada na Casa pela oposição com apoio de integrantes da base aliada do governo. “Vou cumprir o regimento. As cinco primeiras CPIs serão instaladas. Não há o que fazer, e isto é regimental”, declarou o peemedebista.

As regras internas da Câmara permitem o funcionamento simultâneo de até cinco comissões parlamentares de inquérito. Assinado por 186 parlamentares, o pedido encabeçado pela oposição foi o terceiro apresentado nesta legislatura, iniciada no último domingo (1º). Para a criação de uma CPI na Casa são necessárias 171 assinaturas. Após a leitura do requerimento em plenário, será aberto prazo para os líderes partidários indicarem os membros da comissão.

Os oposicionistas ainda insistem na criação de nova CPI mista da Petrobras, a ser constituída por deputados e senadores, para apurar as denúncias mais recentes envolvendo empresas, políticos e diretores da estatal.

Segundo o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), o Congresso precisa concluir as investigações iniciadas no ano passado. “O povo brasileiro quer saber o nome dos agentes públicos e políticos. É obrigação desta Casa trazer à luz o nome de todos os que se envolveram no assalto à Petrobras”, declarou.

A oposição ainda colhe assinaturas para outras quatro CPIs: para investigar o setor elétrico; os fundos de pensão; os investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); e os gastos com o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Para tentar bloquear os pedidos da oposição, o PT propõe outras CPIs: para investigar trabalho infantil, a violência contra a juventude negra e a máfia de próteses. Após a instalação das cinco primeiras comissões, as demais terão de esperar na fila.

Governistas dissidentes

A apresentação de um novo pedido de investigação na Petrobras só foi possível pelo apoio de deputados de partidos da base aliada a Dilma Rousseff. Quinze parlamentares do PDT, dez do PMDB, cinco do PP, sete do PR, 13 do PSD, e um de PRB, Pros, e PTB – todas legendas contempladas com ministérios – garantiram o número previsto no regimento interno. No total, representantes de 17 agremiações partidárias apoiam uma nova investigação sobre as denúncias na Petrobras.

O requerimento pede para que sejam investigadas denúncias de superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias no Brasil, como o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, a constituição e a operação irregulares de empresas subsidiárias e sociedades de propósito específico com o fim de praticar atos ilícitos; o superfaturamento e a gestão temerária na construção e afretamento de navios de transporte, navios-plataforma e navios-sonda; as irregularidades na operação da Sete Brasil e as irregularidades na venda de ativos da Petrobras na África.

Após o pedido ser protocolado, a Secretaria-Geral da Mesa vai conferir as assinaturas que estão no requerimento com a base de dados da Câmara. Depois de vencido o processo burocrático, a próxima etapa é a leitura do documento em uma sessão da Casa. Esta fase garante a criação da CPI.

Investigação da Petrobras para apurar efeitos da corrupção pode levar três anos

A investigação para apurar os efeitos da corrupção e dos desvios de dinheiro na Petrobras após a divulgação de informações da Operação Lava Jato pode levar até três anos e o custo este ano será em torno de R$ 150 milhões. A informação foi divulgada pela presidenta da companhia, Graça Foster, durante uma teleconferência, na sede da empresa, no centro do Rio, com investidores e analistas para o detalhamento das demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014, sem o relatório de revisão do auditor externo.

“Em empresas de porte menor ou próximo ao nosso levou em torno de dois anos. A investigação vai em várias camadas e a principal e a mais urgente de todas elas é essa da alta administração da companhia, da presidenta da companhia, dos diretores, de todos os gerentes executivos. Essa tem sido a prioridade dos escritórios que estão aqui fazendo a investigação. Há todo um trabalho de tecnologia da informação contratado por eles, que está incluído nos R$ 150 milhões no ano 2015”, esclareceu.

O percentual médio de propina citado nos depoimentos da Lava Jato é 3% dos contratos e, com isso, a perda estimada da companhia é R$ 4,06 bilhões. Mas, para a presidenta, novas investigações podem representar ajustes que significariam aumento nos valores. “Esse número pode crescer”, disse.

Ao lado de diretores da Petrobras, Graça Foster disse que apesar de não ter informações sobre o futuro da operação, acredita que os dados que estão sendo considerados pela empresa indicam que os números de projetos que podem representar uma baixa para a companhia estão próximos da realidade. “Eu não sei o que pode vir pela frente na Lava Jato, mas acho que estamos com números nas mãos que representam muito dos grandes projetos que podem dar sinal de baixa nos nossos resultados. Mas é sem precisão, mais como conhecedora da carteira que nós temos e que estamos trabalhando com um número bastante realista e com muitas justificativas”, apontou.

A presidenta destacou que o trabalho para a elaboração do balanço não é trivial e, além dos auditores, a empresa mantém contato com os órgãos reguladores, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil e a Securities and Exchange Commission (SEC), correspondente da instituição nos Estados Unidos. “Estamos trabalhando desesperadamente desde o dia em que nós passamos o prazo de ter o nosso resultado auditado pela Price. É um trabalho sem parar. Não tem sábado, não tem domingo, não tem feriado. É direto. Não é trivial, não é simples, mas tem que ser feito e o prazo é cada dia menos um dia e, ao mesmo tempo, vai fazendo todo um trabalho de redefinição da Petrobras, seguindo a sua nova carteira de projetos. Esse é o trabalho que tem que ser feito e está sendo feito de uma forma intensa”, completou.

Sobre a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2014 na madrugada de ontem (28), quando estava previsto para acontecer durante a terça-feira, Graça Foster explicou que o anúncio foi feito após o término da reunião do conselho da empresa em São Paulo. “Nós terminamos na madrugada. Não é a primeira vez que isso acontece”, disse.

Justiça do Paraná confirma prisão de Nestor Cerveró

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, decretou ontem (22) nova prisão preventiva do ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. Segundo o juiz, Cerveró deve continuar preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, para evitar que ele continue em “atividade delitiva específica” para ocultar seu patrimônio. Cerveró teve prissão preventiva decretada pela primeira vez pelo juiz de plantão na Justiça Federal de Curitiba e agora Moro confirmou a decisão.

Na decisão, o juiz afirma que o ex-diretor continua praticando crimes de lavagem de dinheiro mesmo após a deflagração da Lava Jato, no ano passado. De acordo com Moro, a transferência de apartamentos para os filhos mostra que Cerveró tenta ocultar a origem dos bens. O juiz cita um apartamento no Rio de Janeiro que está em nome de uma empresa offshore (fora do país e sem identificação de proprietário), que pertenceria ao ex-diretor.

“Outro fato relevante, em apuração, diz respeito à ocupação por Nestor Cerveró, a título de aluguel, entre 2010 a 2014, de imóvel avaliado em 7,5 milhões de reais, no Rio de Janeiro, e pertencente à empresa Jolmey do Brasil Administradora de Bens, empresa subsidiária da offshore Jolmey Sociedad Anônima, offshore uruguaia. O imóvel em questão foi adquirido pela Jolmey em 03/04/2009, após o período dos crimes imputados a Nestor Cerveró. Há indícios veementes de que a locação seria simulada, pois a empresa em questão e a própria offshore pertenceriam de fato a Cerveró”, diz o juiz.

Para justificar a manutenção da prisão, Moro também afirmou que parte do patrimônio mantido em segredo, as tentativas de se desfazer dos bens e dupla nacionalidade (brasileira e espanhola) impedem que a prisão de Cerveró seja substituída por outras medidas.

“Nesse contexto, a dissipação do patrimônio pode ser valorada não só como tentativa de preservar seu patrimônio em detrimento ao sequestro, mas também como passo preparatório de uma futura fuga, deixando a Justiça criminal no pior dos mundos, sem o corpo e sem os bens do acusado. Aqui não se trata de presunção de fuga, mas prognóstico de risco baseado em fatos concretos, a dissipação e ocultação do patrimônio aliada à dupla nacionalidade e a ocultação desta condição”, justificou.

Cerveró está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, desde quarta-feira (14), por tentar ocultar seu patrimônio. A prisão ocorreu no  Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, quando retornava de uma viagem à Espanha e à Inglaterra, previamente comunicada ao Ministério Público do Rio de Janeiro.

De acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), no dia 16 de dezembro, Cerveró sacou R$ 500 mil de um fundo de previdência privada e transferiu o valor para sua filha, mesmo tendo sido alertado pela gerente do banco de que perderia 20% do valor. Em junho do ano passado, Cerveró havia transferido imóveis para seus filhos, com valores abaixo dos de mercado. Na intepretação do MPF, o ex-diretor tentou blindar seu patrimônio. Por isso, a prisão foi requerida e decretada pelo juiz Sérgio Moro.

 

Dirceu recebeu R$ 4 milhões de construtoras, diz JN

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado por corrupção no processo do mensalão, recebeu R$ 4 milhões de construtoras investigadas na Operação Lava Jato. Segundo reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, a Justiça decretou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Dirceu após analisar as finanças das empreiteiras. Sua assessoria disse que ele prestou serviços de consultoria às três empresas.

Os repasses, de acordo com documentos obtidos pela emissora, ocorreram entre 2009 e 2013, quando ele não ocupava nenhum cargo público. Neste período, a Galvão Engenharia repassou um total de R$ 725 mil para ele. Já a OAS pagou R$ 720 mil e a UTC Engenharia R$ 2,316 milhões. O dinheiro entrou na conta da JD Consultoria, empresa de Dirceu e um irmão.

De acordo com o JN, a assessoria de Dirceu afirmou que o ex-ministro prestou serviço de consultora para as três empresas e que ele está à disposição da Justiça para prestar qualquer esclarecimento. As empreiteiras são acusadas de formar um “clube da propina” em troca de contratos na Petrobras. O esquema, segundo a Polícia Federal, teria movimentado mais de R$ 10 bilhões.

O petista foi preso por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) em 15 de novembro de 2013 pelo processo do mensalão. Em julho, ele teve direito a progressão de regime, saindo do fechado e entrando no semiaberto.

Petrobrás culpa delator por alta de custos de refinaria

A Petrobrás responsabilizou o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa por alterar “estratégias de contratação” que geraram “grande número de aditamentos contratuais” na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. O ex-diretor da estatal, preso em março passado na Operação Lava Jato, delatou um esquema de corrupção e desvios de recursos da companhia. Em comunicado, a estatal apontou Costa como autor da proposta de antecipação de compras e de mudanças no projeto que acarretariam a escalada do orçamento da refinaria de US$ 2,4 bilhões, em 2005, para os atuais US$ 18,8 bilhões.

No domingo (18), reportagem do jornal Folha de S. Paulo indicou que auditoria interna identificou que já em 2012 a diretoria e o conselho de administração da Petrobrás estimavam prejuízos de US$ 3,2 bilhões com a implantação da Rnest. Segundo o jornal, os conselheiros sugeriram à estatal registrar uma baixa contábil por conta dos prejuízos estimados – o que foi descartado pela área financeira.

A Petrobrás divulgou comunicado em que não nega o conhecimento, já em 2012, de estimativas de prejuízos com a refinaria. Segundo a estatal, o orçamento inicial de US$ 2,4 bilhões se referia a “uma estimativa de custo preliminar” realizada em 2005. Dois anos depois, em março, a diretoria aprovou um plano para acelerar contratações e aquisições.

“A Diretoria Executiva aprovou o Plano de Antecipação da Refinaria (PAR) proposto pelo então diretor de Abastecimento, sr. Paulo Roberto Costa. Com o PAR houve a antecipação de diversas atividades e alterações nos projetos e na estratégia de contratação, o que levou a grande número de aditamentos contratuais”, informa o comunicado.

Até então, a estatal indicava que os aditivos ocorreram em função de mudanças no projeto e das condições do avanço das obras. A antecipação das compras e licitações também era mencionada como fator de influência sobre os custos, sem que a Petrobrás tivesse apontado diretamente responsáveis pela iniciativa.

Levantamento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre a estatal indica que a construção da refinaria teve mais de 140 aditivos contratuais. A maior parte ocorreu após 2008, representando um acréscimo de US$ 3 bilhões aos custos do empreendimento.

Investigação
O caso é investigado pela Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF) do Paraná e Tribunal de Contas da União (TCU). O projeto também foi alvo de inquérito do MPF de Pernambuco, que identificou indícios de favorecimento nas licitações e superfaturamento de R$ 1,2 bilhão em ao menos um aditivo, de valor total de R$ 2,3 bilhões.

Sobre as estimativas de prejuízo com a refinaria, a estatal informou que a Rnest foi aprovada com base em “relatório de viabilidade técnico-econômica” que atestou o “valor presente líquido positivo” em 2009. A Petrobrás reforçou que realiza anualmente avaliação de seus ativos e a “perspectiva de retorno do capital investido”.

Entretanto, a metodologia utilizada nos testes considera todos os ativos em operação integrada em uma única Unidade Geradora de Caixa (UGC) – o que inclui unidades lucrativas, como terminais, oleodutos e outras refinarias. Ou seja, não há análise exclusiva sobre a Rnest.

“O teste da Área de Abastecimento avalia as operações do conjunto de refinarias, oleodutos e terminais da Petrobrás, que operam de forma integrada, incluindo investimentos em curso, como a Rnest. Até o exercício de 2013, resultados desses testes não indicaram a necessidade de reconhecimento de perdas de investimentos realizados na Rnest”, informa a nota.

O comunicado divulgado pela estatal não negou a informação que a diretoria e o conselho executivo sabiam de estimativas de prejuízo de US$ 3,2 bilhões com a refinaria já em 2012. Pela legislação, a estatal é obrigada a comunicar a investidores qualquer baixa contábil identificada pela diretoria.

A estatal informou ainda que a aprovação da continuidade de obras da Rnest em 2012, após a estimativa de prejuízos, foi precedida de medidas como “incorporação de ajustes nas projeções financeiras, e aprimoramento do controle da execução dos projetos”.

À espera da conclusão das investigações e da confirmação do impacto financeiro da corrupção em seus ativos – como refinarias embarcações e plataformas -, a Petrobrás adiou duas vezes a divulgação do resultado do terceiro trimestre de 2014. Agora, a previsão é que seja apresentado aos conselheiros no próximo dia 27. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

(Fonte: Estadão Conteúdo)

Petrobras promete entregar 8 navios em 2015. Em Pernambuco, 4 estão em acabamento

A Petrobras promete entregar oito novos navios de petróleo em 2015, dentro do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), através do qual a estatal vai investir R$ 11,2 bilhões na encomenda de 49 navios e 20 comboios hidroviários aos estaleiros nacionais.

Atualmente, oito petroleiros já estão em operação e outros 15 estão em fase de construção. Segundo a Petrobras, seis deles estão em fase de acabamento.

Desses, um Suezmax, que transporta óleo cru e pode carregar até 175 mil toneladas de petróleo bruto, está sendo construído no Estaleiro Atlântico Sul, no Porto de Suape. Os navios desse tipo atendem às limitações do Canal de Suez, no Egito.

Também em Pernambuco, estão ficando prontos três gaseiros, no Estaleiro Vard Promar, também em Suape. As embarcações são construídas para o transporte de gás liquefeito de petróleo e se destinam á navegação de cabotagem.

Ao todo, os dois estaleiros pernambucanos serão responsáveis pela construção de 30 navios. O último a entrar em operação, em dezembro de 2014, foi o Henrique Dias, também construído no Estaleiro Atlântico Sul.

Batizado pela presidente Dilma Rousseff (PT), em abril, o Henrique Dias tem capacidade para transportar 1 milhão de barris de petróleo; o que corresponde a metade da produção diária do País.

O Promef tem três pilares: construir navios no Brasil, manter um índice de conteúdo nacional mínimo de 65% e atingir competitividade internacional após a curva de aprendizado.

De acordo com a Petrobras, os dois primeiros objetivos estão consolidados e o foco atual é atingir a competitividade mundial.

“Os principais players da indústria naval, como Japão, Coreia do Sul e China levaram, respectivamente, 63, 53 e 23 anos para atingir a maturidade do setor. Em um período menor, o Brasil já começa a obter resultados comparáveis aos do mercado chinês”, diz o comunicado da estatal.

No final dos anos 90, a indústria naval empregava menos de 2 mil trabalhadores no Brasil. Hoje, são mais de 80 mil empregos diretos.

Petrobras veta contratos com 23 citadas na Lava Jato

Em reunião de diretoria, a Petrobras decidiu proibir novos contratos com 23 empresas que estão envolvidas na Operação Lava-Jato. Na lista, estão algumas das maiores construtoras do país.  Elas estão proibidas de participar de licitações futuras da companhia.

Confira a lista das 23 empresas: Alusa, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Carioca Engenharia, Construcap, Egesa, Engevix, Fidens, Galvão Eng., GDX, Iesa, Jaraguá Equiipamentos, Mendes Júnior, MPE, OAS, Odebrecht, Promon, Queiroz Galvão, Setal, Skanska, Techint, Tomé Engenharia e UTC.

Esta proibição não tem prazo de validade. O comunicado não trata dos contratos em vigor. Porém, em entrevista recente, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, disse que as obras em andamento a cargos destas empresas não serão impactadas.

A estatal disse que o objetivo das medidas visa ‘resguardar a companhia e suas parceiras de danos de difícil reparação financeira e de prejuízos à sua imagem’. No documento, a Petrobras explicou que o ‘bloqueio cautelar’ inclui as empresas cujos grupos econômicos formavam um cartel para dividir os contratos da estatal. E essa lista foi feita com base nas delações premiadas dos envolvidos no esquema de corrupção. 

Eletrobras será investigada após Petrobras

A Procuradoria-Geral da República só começará a investigar encrencas na Eletrobras e outras estatais depois de terminar o caso Petrobras. Simplesmente não há braços para tanta falcatrua.

Enquanto isso, um dos empreiteiros presos na Lava-Jato não perdeu a capacidade de autoironizar-se. Disse ao seu advogado na semana passada: “Isso aqui é até bom para melhorar minha network”…

Criado em 2012, o projeto de remição de penas pela leitura, do Ministério da Justiça, já tem sua lista dos cinco livros mais lidos do ano nos presídios federais. Nenhum deles, de autoajuda.

O campeão é Crime e Castigo, de Dostoiévski – parece piada-pronta -, seguido de Incidente em Antares (Érico Veríssimo), Sagarana, Grande Sertão Veredas (ambos de Guimarães Rosa) e Dom Casmurro (Machado de Assis).

Pela portaria em vigor, a cada livro lido subtrai-se quatro dias da pena.

CPI mista da Petrobras terá relatório paralelo

Na expectativa de um relatório final “chapa branca” da CPI mista da Petrobras, a ser divulgado quarta-feira pelo deputado Marco Maia (PT-RS), parlamentares da oposição preparam um contra-ataque: a apresentação de um texto paralelo mais crítico ao trabalho da comissão.

Segundo o deputado Rubens Bueno (PR), líder do PPS na Câmara, nesse documento alternativo sobre as investigações não está descartada a possibilidade de se pedir o indiciamento da presidente Dilma Rousseff pelo escândalo de corrupção que envolve a maior estatal do País.

A oposição não tem votos suficientes para aprovar seu relatório. A intenção dos oposicionistas é mostrar que o governo barrou o avanço das apurações, iniciadas oficialmente em maio, e impediu que envolvidos e empreiteiras se tornassem alvos de convocações e quebras de sigilo. Eles devem adotar o discurso de que, por serem minoria e não terem o controle do comando da CPI, ficaram a reboque da blindagem do Palácio do Planalto. O PSDB e o DEM incumbiram o deputado tucano Carlos Sampaio (SP), ex-coordenador jurídico da campanha de Aécio Neves, de apresentar relatório paralelo. Outro está sendo feito pelo PPS.

Sem surpresa

Até o momento, Marco Maia não tornou público o relatório que vai apresentar. Integrantes da base aliada acreditam que o texto não trará qualquer surpresa para o Planalto – a expectativa de todos é que, como o conteúdo das delações premiadas da Operação Lava Jato não foi remetido oficialmente à comissão, não pode constar do texto final.

O relatório de Maia vai explorar os quatro eixos de criação da CPI, entre eles o da refinaria de Pasadena, nos EUA. Deve também sugerir mudanças legislativas referentes à Petrobras.

Em março, Dilma disse ao jornal O Estado de S.Paulo que se baseou em um parecer “juridicamente falho” do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró para aprovar em 2006 a compra de metade da refinaria. Na época, ela presidia o Conselho de Administração da Petrobras. O Tribunal de Contas da União isentou o conselho de responsabilidade pelos prejuízos de US$ 792 milhões com a operação.

“O posicionamento da oposição será mais contundente”, avisou o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE). O líder do PSDB na Casa, Antonio Imbassahy (BA), disse que a oposição já articula nova CPI mista para o ano que vem, a fim de ir adiante na investigação.

Nos cálculos oposicionistas, a CPI mista só ajudou a manter o assunto no noticiário. O ponto alto dos trabalhos, afirmam, foi a quebra do sigilo de João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, e a acareação entre os ex-diretores da Petrobras Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa. “O Congresso foi protagonista secundário. A CPI mista deixou a desejar”, concluiu Mendonça.