O escândalo da refinaria de Pernambuco, segundo Eduardo Campos

Do Blog do Magno

(…) Numa das últimas viagens com ele, ainda governador, quando estava sendo cogitada a convocação dele para uma comissão especial da Petrobras no Congresso, lhe perguntei sobre o que acontecia nesse escândalo da Refinaria Abreu e Lima.

Ele me disse com muita ênfase: “Magno, esse é um dos maiores escândalos de todos os tempos, pois esse projeto era estimado em U$ 2,5 bilhões e já gastaram mais de U$ 21 bilhões, além de um atraso de mais de 300% do tempo. Por isso, que apoiei a CPI da Petrobras e vou fazer de tudo para sabermos a verdade nua e crua”.

Pelas suas contas, se não me falha a memória, já haviam sido gastos R$ 40 bilhões a mais do previsto inicialmente, algo realmente absurdo, um escândalo gigantesco que não pode ficar impune, em nenhuma hipótese. Levantei o ponto sobre quererem atingir o governo dele, como o PT quer colocar na CPI.

E ele me disse: “Não tenho nenhum tipo de preocupação, muito pelo contrário, porque tudo e todos devem ser investigados, sem qualquer privilégio, sendo que Suape recebeu um adiantamento e os recursos foram aplicados de maneira exemplar, inclusive cumprindo os prazos e os custos dentro do previsto, ao contrário do não cumprimento da Petrobras que está com tudo estourado de custos e prazos”.

Acrescentei outra pergunta sobre a razão de Paulo Roberto Costa ter incluído o nome dele como testemunha e Eduardo me respondeu: “Esse Paulo Roberto Costa se revelou um grande bandido, membro de uma gangue chefiada pelo PT e só faz o jogo do poder. Ele pensa que vai me intimidar, mas não tenho um segundo de temor e vou jogar tudo o que posso para desvendar todos os membros dessa quadrilha”.

Disse que sabia que ele, o Paulo Roberto, estava fazendo o jogo do PT e que iria enfrentar os dois sem nenhum tipo de medo, porque tinha consciência total e completamente tranquila. Ou seja, senti uma segurança absoluta de Eduardo Campos quanto a este assunto.

Ele não tinha o que esconder, ainda mais porque tinha duas CPIs dominadas pelo PT querendo fazer tudo para destruí-lo, além da investigação comandada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.

Em suma, dá para entender que a matéria da Veja tem a ver com uma vingança de Paulo Roberto Costa e sua gangue responsável pela maior estrutura de corrupção que se tem conhecimento deixando o “mensalão” como uma pelada infantil.

Opinião: CPI da Petrobras

PoCélio Pezza 

A crise no sistema de Justiça no Brasil não é recente, mas, cada vez que temos uma nova CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), mais fica visível o tremendo circo dessas comissões e sua contribuição para o descrédito na Justiça. Elas não buscam a verdade e só vemos acordos de todos os lados.

Elas só pretendem dar a impressão de que investigaram a fundo um assunto e chegaram a determinadas conclusões. Em 2012 assistimos a um espetáculo circense montado no Senado, chamado CPI do Carlos Cachoeira. Nela, o empresário e contraventor, Carlinhos Cachoeira, deveria explicar sua participação em processos de corrupção ativa com parlamentares. Ele entrou mudo e saiu calado, orientado pelo seu advogado, Márcio Thomaz Bastos, que já foi presidente da OAB e Ministro da Justiça no governo Lula, num claro deboche à justiça, dentro da lei.

Agora, vemos outro espetáculo grotesco montado em volta da CPI da Petrobras, sobre o episódio da compra da refinaria de Pasadena, que trouxe um enorme prejuízo à estatal de capital misto. A mídia já mostrou que as perguntas elaboradas pelo parlamentar relator da CPI do Senado, José Pimentel do PT do Ceará foram repassadas aos depoentes bem antes da CPI e advogados e assessores da Petrobras realizaram um treinamento com os depoentes, mostrando quais as respostas que deveriam ser dadas à CPI.

Um vídeo que veio a público mostrou que a presidente da Petrobras, Graça Foster, e demais envolvidos, tiveram acesso às perguntas bem antes de serem formuladas, num claro espetáculo teatral, do tipo: eu pergunto isso, você responde aquilo e ficamos todos satisfeitos.

O PSDB e o DEM anunciaram que vão recorrer à Procuradoria Geral da República para investigar os senadores José Pimentel (PT-CE) e Delcídio Amaral (PT-MT) pela farsa montada pelo PT na CPI da Petrobras no Senado. O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), pediu ao Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), uma séria apuração da farsa da CPI, pois “esse fato é da maior gravidade e desmoraliza o Congresso Nacional”.

Vale recordar que Dilma Roussef, quando presidiu o Conselho da Petrobras e autorizou a compra da refinaria, alegou que sua aprovação foi devida a um parecer errado de Nestor Cerveró, na época diretor da área internacional da Petrobras. Este, já declarou que não vai sozinho para a fogueira e o ex-presidente, Sérgio Gabrielli, também não admite a hipótese de levar a culpa pelo ocorrido. Voltando à CPI, questionada sobre o que achava das denúncias, Dilma disse que essa questão deveria ser respondida pelos parlamentares.

Já a tática da sua campanha é limitar esse escândalo a uma simples disputa política, ignorando o fato de que os parlamentares centrais desse espetáculo deplorável para a democracia são de seu próprio partido. No meio de tanta sujeira, devemos nos lembrar do discurso do nosso ilustre Rui Barbosa, no Senado, exatamente cem anos atrás:

“E nessa destruição geral de nossas instituições, a maior de todas as ruínas, senhores, é a ruína da Justiça, colaborada pela ação dos homens públicos, pelo interesse dos nossos partidos e pela influência constante dos nossos Governos”.

Célio Pezza é colunista, escritor e autor de diversos livros.

Humberto indica integrantes para a CPMI da Petrobras

O líder do PT do Senado, Humberto Costa (PE), entregou, na noite desta terça-feira (27), à secretaria da Mesa do Congresso Nacional a lista com os cinco titulares e cinco suplentes do bloco de Apoio ao Governo (PT, PDT, PCdoB, PSol e PRB) que irão compor a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras.

Os titulares serão José Pimentel (PT-CE), Anibal Diniz (PT-AC), Acir Gurgacz (PDT-RO), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e o próprio Humberto Costa.
Os suplentes serão os senadores petistas Jorge Viana (AC), Ana Rita (ES), Paulo Paim (RS) e Wellington Dias (PI), além de Inácio arruda (PCdoB-CE).

Quando os nomes forem lidos na próxima sessão do Congresso, a CPMI estará apta a funcionar e começar os trabalhos, elegendo, inicialmente, presidente e relator. Para o líder do PT, a criação dessa nova Comissão duplicará os trabalhos, tendo em conta a CPI já em curso no Senado sobre o mesmo tema.

“A oposição não quer investigar nada. Se quisesse, estaria participando da investigação que acontece nesta Casa”, destacou Humberto, referindo-se ao boicote promovido por DEM e PSDB à CPI da Petrobras criada pelo Senado.
Ao todo, a CPMI terá 32 titulares (16 deputados e 16 senadores) e o mesmo número de suplentes, também divididos igualmente entre as duas Casas.

“De toda forma, seja na CPI do Senado, seja na CPMI do Congresso, vamos investigar tudo o que tivermos de investigar. Só esperamos que os nossos adversários demonstrem que têm a mesma disposição e participem das sessões, o que não vêm fazendo até agora”, desafiou o líder do PT.

Humberto pede instalação da CPI da Petrobras e oposição recua

Com instalação determinada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a CPI da Petrobras no Senado ainda não começou a funcionar por conta da oposição. Os senadores do PSDB e do DEM resistem em indicar integrantes à comissão parlamentar que eles mesmos propuseram e recorreram ao Supremo para garantir o funcionamento. A sessão do Senado da tarde de ontem foi tomada pela discussão, em que o líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE), acusou a oposição de manobrar para enterrar a CPI.

Os senadores debateram a possibilidade de instalar uma comissão exclusiva do Senado, uma CPI do Congresso Nacional ou as duas ao mesmo tempo para investigar a Petrobras. O PT e demais partidos da base aliada reafirmaram a defesa pela instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado, determinada pela ministra Rosa Weber, do STF.

O PSDB e o DEM, no entanto, autores do requerimento de criação da CPI do Senado, resistem em participar do colegiado. As siglas, agora, argumentam que o ideal seria instaurar uma CPI mista. Os tucanos chegaram a indicar os integrantes da CPI do Senado, mas retiraram os nomes depois, numa clara estratégia para buscar o colegiado misto. Assim, atrasam o começo das investigações.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa, afirmou que quem deseja uma CPI mista não quer investigar nada, mas sim fazer teatro político. “Se a oposição quiser, amanhã mesmo podemos começar a CPI do Senado. Já indicamos os integrantes do nosso bloco. Basta a oposição indicar agora. Quem quer começar, começa amanhã. Alguns indicaram, depois retiraram os nomes porque estão fazendo o teatro da CPI mista”, declarou.

Para Humberto, a Petrobras, como patrimônio do povo brasileiro, não pode ficar no meio de uma disputa política cujo único objetivo é desgastar o governo da presidente Dilma Rousseff. “Não podemos abrir mão da CPI do Senado. Há o discurso de querer investigar entre os opositores, mas essa vontade concreta não existe. Querem fazer marola com olho em eleição”, disse.

Entre os argumentos para justificar a instalação da CPI do Senado, o líder do PT lembrou que o debate sobre a criação do colegiado de investigação se deu todo no Senado, desde o posicionamento do presidente da Casa e a decisão da CCJ a partir dos requerimentos apresentados pela oposição até a decisão do STF, baseada no mandado de segurança impetrado pelas legendas opositoras ao governo. “Portanto, a CPI que deve ser instalada é a do Senado, para se investigar de forma adequada e serena. O Senado está habilitado para isso”, ressaltou Humberto.

Em meio à discussão, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que já conta com 10 das 13 indicações (restam apenas as três da oposição) e convocou para as 20h desta quarta-feira (7) sessão do Congresso Nacional para tentar acabar com o impasse sobre como as denúncias de irregularidades na Petrobras serão investigadas.

Pimentel deve ser o relator da CPI da Petrobras, afirma Humberto Costa

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou nesta quarta-feira (30) que o senador José Pimentel (PT-CE), líder do governo no Congresso Nacional, deverá ser o indicado para assumir a relatoria da CPI da Petrobras no Senado.

Segundo Humberto, a bancada na Casa já debateu o assunto, mas a questão só será fechada definitivamente na próxima terça-feira (6), data em que o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) prometeu instaurar a Comissão Parlamentar de Inquérito.

O PT foi o primeiro partido a indicar parlamentares para compor a CPI: além de Humberto e Pimentel, Anibal Diniz (AC) vai integrar o colegiado. Vanessa Graziottin (PCdoB-AM) e Acir Gurgacz (PDT-RO) também participarão da CPI como representantes do Bloco de Apoio ao Governo.

“A maior probabilidade é de que o relator seja o senador José Pimentel. Já conversamos e chegamos a prever essa possibilidade de o PT ficar com a relatoria. Com a materialização dessa possibilidade, o nome é o dele”, disse Humberto, após o anúncio do líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), de que o partido decidiu escolher a presidência do colegiado.

Humberto voltou a defender a instalação da CPI exclusiva do Senado. De acordo com o líder do PT, quem quer fazer uma investigação séria sobre a Petrobras deseja fazer a CPI do Senado.

“Foi aqui que iniciamos o debate e daqui surgiram as provocações ao Supremo Tribunal Federal (STF). Nós temos não somente legitimidade, mas também a possibilidade de fazer uma investigação mais serena, até porque aqui são 20 integrantes (13 titulares e sete suplentes). Se fizermos uma CPI mista serão 40 membros, fora as centenas de deputados que passam pela CPI”, explicou Humberto.

Renan Calheiros anunciou nesta quarta que vai pedir aos líderes partidários do Congresso, na próxima terça, a indicação dos nomes de 13 senadores e 13 deputados para compor a CPI Mista da Petrobras, alvo ainda de discussão entre governistas e opositores.

Humberto diz que integrantes da CPI da Petrobras serão indicados rapidamente

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou hoje (28), após participar de reunião com o ministro de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, e partidos da base aliada, que há uma concordância para indicar os integrantes da CPI da Petrobras no Senado “o mais rapidamente possível”. De acordo com o parlamentar, a Casa ainda aguarda a comunicação oficial do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a decisão da ministra Rosa Weber de instalar a CPI exclusiva da Petrobras.

“Assim que chegar a notificação, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deve fazer o pedido para os partidos indicarem os seus integrantes. Cada um dos partidos e blocos vai sentar para discutir os seus nomes e rapidamente colocaremos a CPI em funcionamento”, declarou Humberto. Segundo ele, na reunião não houve qualquer discussão sobre relatoria e presidência porque o assunto ainda será discutido entre os blocos.

O senador afirmou que o PMDB, maior partido do Senado, vai definir, naturalmente, se quer ficar com a presidência ou a relatoria da comissão. “A nossa expectativa e a nossa certeza são de que isso vai ser dividido também entre os demais líderes. Qualquer que seja a decisão do PMDB, para nós está bem”, ressaltou.

Para o líder do PT, depois de ter a CPI da Petrobras autorizada pelo STF, a oposição no Senado ensaia desistir dela para buscar uma comissão mista de deputados e senadores. “Eles vão tentar jogar as insatisfações que eventualmente possam existir na Câmara para dentro da CPI. Mas achamos que o Senado está perfeitamente capacitado a fazer a investigação que a sociedade deseja ver sobre a Petrobras”, observou.

Alstom
Humberto ressaltou que as assinaturas na Câmara dos Deputados para a criação da CPI da Alstom, que tem como objetivo investigar as práticas de cartel no metrô de São Paulo durante governos do PSDB, já foram recolhidas. “Agora, vamos continuar a coleta de assinaturas no Senado. Inclusive, a primeira assinatura a ser solicitada será a do senador Aécio Neves (PSDB-MG)”, declarou o líder do PT.

Humberto defende a Petrobras dos ataques da oposição

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), denunciou nesta terça-feira (8), “a campanha sistemática de desqualificação da imagem da Petrobras, que está em marcha para atingir o governo, mas acaba atingindo a solidez de um patrimônio histórico dos brasileiros”.

“Não falo das denúncias sobre a conduta de alguns agentes da empresa, porque essas, todos defendemos a apuração rigorosa nas investigações. Trato aqui dos ataques virulentos que têm sido perpetrados contra a própria Petrobras nas últimas semanas”, explicou.

Para Humberto, a oposição mente absurdamente e repetidas vezes quando fala sobre a estatal. “É inverídica essa cantilena de que a Petrobras vale metade do que valia, de que realiza operações desvantajosas, de que está tendo diminuída a sua importância. Tudo isso é um embuste, um discurso falacioso de quem investe contra o Brasil. Talvez, para vender a empresa, como queria o PSDB quando governava o país”, declarou.

O senador ressaltou que a Petrobras quebrou dois novos recordes apenas no mês de março: o de produção de petróleo na camada pré-sal (387 mil barris por dia) e o de refino de óleo em suas unidades (2,1 milhões de barris por dia). Ele citou os dados e lembrou que são resultados como esses que levaram a companhia a obter um lucro líquido de R$ 23,6 bilhões no ano passado, valor 11% superior ao registrado em 2012.

Humberto também comparou os investimentos feitos pela gigante do petróleo nos governos petista e tucano. Em 2002, último ano da gestão do PSDB, a empresa investiu R$ 36 bilhões de reais, em valores atualizados. Nos governos Lula e Dilma, o montante cresceu sucessivamente e, no ano passado, chegou a quase R$ 100 bilhões, mais um recorde.

 

Renan manda para a CCJ decisão sobre CPI da Petrobras

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu encaminhar os dois pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Os dois tratam de denúncias sobre a Petrobras, mas o segundo requerimento, apresentado pelos governistas, propõe ampliar as investigações ao Porto de Suape, aos metrôs de São Paulo e do Distrito Federal e aos contratos firmados pela União com a empresa Ideia Digital, alvo da Operação Loggof da Polícia Federal.

Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), a decisão de Calheiros, que não acatou as questões de ordem levantadas pela base aliada e pela oposição, não era a que os governistas esperavam. “Me sinto de um lado satisfeito, do outro insatisfeito. Nós temos sido absolutamente claros: defendemos que se faça todo tipo de investigação sobre a Petrobras e todos os casos de suposta corrupção que possam existir no nosso país. Mas sabemos que CPI em ano eleitoral significa muita discussão, debate, briga, quebras de sigilo, depoimentos e pouca coisa além do que os órgão de investigação já apuram”, afirmou.

Humberto avalia que a oposição quer fazer uma investigação sobre a Petrobras com viés político e com o objetivo de desgastar a empresa. “Alguns dizem, inclusive, que a estratégia serve para modificar o modelo de exploração de pré-sal no futuro, caso algum candidato da oposição ganhe as eleições”, comentou.

Ele reiterou que, se o entendimento da oposição é de que órgãos como Polícia Federal, Ministério Público Federal, Tribunal de Contas da União e Controladoria-Geral da União não são capazes de investigar a Petrobras, os governistas são obrigados a entender que o raciocínio também vale para outras denúncias de corrupção com recursos federais, como é o caso do metrô de São Paulo.

A decisão do presidente do Senado ainda não tem previsão de entrada na pauta da CCJ. Na tarde desta quarta-feira (2), a oposição apresentou requerimento de instalação de CPI mista, formada por deputados e senadores, para investigar as mesmas denúncias contra a Petrobras que constavam do requerimento de CPI exclusiva do Senado.

Eduardo Campos insinua que Dilma quer vender a Petrobras

Do Pernambuco 247

Governador de Pernambuco e pré-candidato à presidência da República, Eduardo Campos segue com artilharia pesada contra a presidente Dilma Rousseff em sua caminhada Brasil afora. Em Salvador, neste sábado, onde comandou o Seminário Regional Programático do PSB, na Arena Fonte Nova, o socialista atacou Dilma com a nova arma da oposição, as possíveis complicações da Petrobras com compra da refinaria de Pasadena, nos EUA.

Ele sugeriu em entrevista coletiva que Dilma desvaloriza a estatal para privatizá-la. Perda no valor das ações e as denúncias que envolvem a empresa o “preocupam severamente”.

“Em três anos, a Petrobras vale a metade do que valia e deve quatro vezes mais do que devia. Às vezes fico seriamente desconfiado se isso não faz parte de um plano para desvalorizar e vender a Petrobras”.

Eduardo fez ataque explícito à presidente Dilma lembrando campanha de 2010, quando ela acusou o tucano José Serra de querer privatizar a estatal. “Em 2010, a presidente acusou o candidato que disputava a eleição com ela de querer fazer a privatização da Petrobras. Três anos depois, a Petrobras vale a metade do que valia”.

Presidenciável do PSB foi além e disse que demissão do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró “não resolve a crise”. “A gente não pode achar que está tudo normal e que a saída de uma pessoa vai resolver algo mais complexo. Nós temos preocupação com a Petrobras. A Petrobras não pertence a este governo, pertence ao povo brasileiro”.

Pernambucano atacou ainda um dos maiores programas dos governos do PT, o Bolsa Família. “Queremos ter o direito de não achar normal que as filhas do Bolsa Família de hoje sejam as mães do Bolsa Família de amanhã”.

Socialista disse ainda que Dilma não pode usar o programa como arma eleitoral, de modo que o eleitor ache que se o PT sair do governo o Bolsa Família acabará. “Não pode haver terrorismo eleitoral. O Bolsa Família não está em debate, ele é uma conquista das famílias mais pobres”.

Lava Jato: Petrobras não contratará empresas envolvidas em cartel

A Petrobras anunciou o bloqueio cautelar de empresas de grupos econômicos citados como participantes de cartel em depoimentos à 13ª Vara Federal do Paraná e que tiveram executivos e ex-executivos presos em novembro, em mais uma fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Em razão do bloqueio, as empresas ficarão temporariamente impedidas de ser contratadas e de participar de licitações da estatal.

A Petrobras também aprovou a criação de comissões para Análise de Aplicação de Sanção Administrativa. Segundo nota da estatal, a adoção de medidas cautelares tem o objetivo de “resguardar a empresa e suas parceiras de danos de difícil reparação financeira e prejuízos à sua imagem”. De acordo com a Petrobras, as empresas serão notificadas do bloqueio e será respeitado o direito ao contraditório e à ampla defesa.

A medida abrange os grupos Alusa, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Carioca Engenharia, Construcap, Egesa, Engevix, Fidens, Galvão Engenharia, GDK, IESA, Jaraguá Equipamentos, Mendes Júnior, MPE, OAS, Odebrecht, Promon, Queiroz Galvão, Setal, Skanska, Techint, Tomé Engenharia e UTC.

Segundo a Petrobras, foram levados em conta depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, do doleiro Alberto Youssef, de Julio Gerin de Almeida Camargo, do grupo Toyo, e de Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, do grupo Setal.

A estatal declarou que “reitera seu compromisso pela ética e transparência nos seus negócios e a necessidade de adoção de medidas consolidadas no Manual do Programa Petrobras de Prevenção da Corrupção”. As decisões foram tomadas após reunião da Diretoria Executiva da Petrobras nessa segunda-feira (29).

Em nota enviada à Agência Brasil, a assessoria da Andrade Gutierrez nega qualquer acusação de cartel e diz que a empresa que não tem relação com os fatos investigados pela Operação Lava Jato. “Todos os contratos da Andrade Gutierrez com a Petrobras foram realizados dentro dos processos legais de contratação”, destaca o comunicado.