Presidente do PT defende antecipar eleições de 2018

O presidente do PT, Rui Falcão, publicou um artigo nesta segunda-feira, nas redes do partido na internet defendendo a antecipação das eleições presidenciais de 2018. Para ele, a realização de eleições indiretas pelo Congresso Nacional a partir do ano que vem, o que está previsto na constituição caso a chapa Dilma-Temer seja cassada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), seria a pior solução possível.

No sábado, o jornal Folha de S. Paulo publicou uma entrevista com Falcão onde ele defendeu que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assuma a direção do partido no ano que vem e seja candidato a presidente nas próximas eleições, o que seria o “plano A” da legenda.

Rui Falcão apontou que membros do PSDB e integrantes do governo querem substituir o presidente Michel Temer, em razão da crise econômica do País, “da pior maneira possível”. “Tucanos de alta plumagem e integrantes do governo atual, insatisfeitos com o aprofundamento da crise econômica e inconformados com a demora na aplicação de medidas ainda mais duras que as atuais, confabulam na busca de substitutos para o usurpador. E da pior maneira possível: através de eleição indireta, em 2017, no Congresso Nacional”, escreveu.

O presidente da legenda afirmou que “até setores golpistas, inclusive a direita mais radical”, clamam pela saída do presidente Temer, se referindo a manifestações populares. Ele disse que os números frustrantes do Produto Interno Bruto (PIB), os episódios de corrupção, e a reação popular aos abusos e à retirada de direitos contribuem para aumentar a impopularidade do governo Temer. Esses fatos, disse Falcão, precipitam o que já se configura como uma crise institucional.

No artigo, o presidente da legenda cita a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia, que afirmou que toda ditadura começa quando se rasga a Constituição, o que, na tese do PT, foi feito no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. “Para que o golpe continuado não prossiga e o povo possa se manifestar livremente, urge antecipar as eleições previstas para 2018 e abrir um processo constituinte amplo, soberano e democrático no País”, escreveu Falcão.

Bancada do PT sai em defesa de Marco Maia

Em nota divulgada na tarde desta segunda-feira, 5, a bancada do PT criticou a nova fase da Operação Lava Jato e o que chamou de “espetacularização desnecessária” da Polícia Federal no cumprimento de busca e apreensão na residência do deputado Marco Maia (PT-RS) no Rio Grande do Sul.

“Marco Maia sempre esteve à disposição para colaborar com as investigações iniciadas a partir da delação de um réu confesso, sem nenhum indício que justifique a exposição e o ataque à sua imagem, como ocorreu com a operação de hoje. Portanto, a bancada denuncia a forma e questiona o conteúdo jurídico e político da ação da Polícia Federal”, diz a mensagem assinada pelo líder na Câmara, Afonso Florence (BA).

A nova fase da Lava Jato atingiu Maia, que é ex-presidente da Câmara, e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, que foi senador pelo PMDB. A operação foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, e faz parte das investigações da PF e da Procuradoria-Geral da República no inquérito que apura a atuação dos dois políticos para blindar empreiteiros na CPI Mista da Petrobras realizada em 2014. Maia foi relator dos trabalhos e Vital presidente da comissão.

Na nota, os petistas afirmam que durante sua atuação como relator da CPMI da Petrobras, Maia “comportou-se de forma transparente e todas as suas decisões foram públicas e aprovadas pelo colegiado da Comissão, inclusive o relatório final”. A bancada ressalta que o ex-relator pediu o indiciamento de 53 pessoas, entre elas o ex-diretor da estatal, Nestor Cerveró, e recomendou a investigação de 20 empresas ao Cade por crime de cartel. “É bom lembrar que Cerveró era protegido à época pelo mesmo delator que hoje tenta acusar Maia, para escapar de sua responsabilidade”, emenda a mensagem.

Em nome dos deputados petistas, Florence afirmou confiar em Marco Maia e disse esperar “que as investigações ocorram seguindo os princípios constitucionais e não sejam meramente operações seletivas e arbitrárias”.

Maia está em Brasília e deve se pronunciar sobre a operação ainda nesta tarde, pelas redes sociais.

PT apoia em peso ataque às medidas contra corrupção

O ex-deputado Ulysses Guimarães (PMDB), voz eloquente da Constituinte, não imaginava o que se tornaria o Congresso quando avaliou a qualidade do Legislativo. “Toda vez que você falar mal da Câmara”, avisou Ulysses, “espera que a próxima será pior “.

Na calada da noite, a Câmara derrubou vários pontos importantes do pacote de medidas contra corrupção proposto pelo Ministério Público Federal, desfigurando a proposta.

Apesar de terem desistido de incluir no pacote a anistia à prática do caixa 2, os deputados incluíram a possibilidade de punição de magistrados e integrantes do Ministério Público por crime de abuso de autoridade – um verdadeiro tiro a queima roupa na Operação Lava Jato – e rejeitaram pontos como a tipificação do crime de enriquecimento ilícito de funcionário público, a ideia de tornar a prescrição dos crimes mais difícil e a de facilitar a retirada de bens adquiridos com a atividade criminosa.

Enquanto dizia que o governo do presidente Michel Temer queria enfraquecer o combate à corrupção, o PT votou em peso contra o pacote de combate à corrupção. Na votação dos destaques, que mudaram o texto original, não houve um único deputado do partido que tivesse votado contra a excrescência. Justifica-se. A maioria de seus políticos é investigada pela Lava Jato.

O projeto seguirá agora para a apreciação do Senado. Mas a porta da indecência está escancarada.

Lula fracassa ao tentar acordo para nova direção do PT

O Globo 

Reunido por mais de três horas nesta quarta-feira com representantes das correntes do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conseguiu costurar um acordo para definir a forma com que será escolhida a nova direção do partido. Desde o início da semana, o líder petista tem conversado com as principais grupos para pacificar a legenda e afastar o risco de debandada de parlamentares.

Lula, porém, conseguiu fazer com que a maior corrente do PT, a CNB, aceite abrir mão da eleição direta e concorde que o novo presidente seja escolhido em um congresso, a ser realizado no primeiro semestre do ano que vem.

A realização de um congresso vinha sendo defendida pelas correntes de esquerda agrupadas no Movimento Muda PT. A divergência, porém, persiste na forma com que os delegados para o congresso serão escolhidos.

Sobre as criticas: o PT, o PSDB e o PMDB

O globo

As divergências e contradições no PT foram, nos últimos 12 anos, um dos principais temas da cobertura jornalística. Esta atenção foi redobrada com o escândalo do mensalão e amplificada com o petrolão.

O PMDB, pelo seu gigantismo e pelo papel que desempenhou na queda da ditadura militar também tem sido alvo de uma lupa permanente da mídia. Suas mazelas e sua participação nos governos do PSDB e do PT chamou a atenção para a sua ação política. Com o governo Temer, suas divergências passaram, novamente, a ser um relevante insumo de cobertura.

Agora, depois da estrondosa vitória das eleições municipais, o PSDB volta a ser um partido, cujas divergências internas merecem ser iluminadas. A corrida entre o presidente do partido, Aécio Neves, e o governador Geraldo Alckmin, pela candidatura à Presidência da República, tornam ainda mais necessário o acompanhamento dos tucanos.

A informação sobre essas diferenças, dentro de um mesmo time, costumam ter um peso maior, do que expor a obrigatória, e previsível, divergência entre os dois polos que disputam o poder. Estas, por si só, tem seu espaço garantido no dia a dia do noticiário. Mas quando o abridor de latas, ou a sacarolha, entra em campo, a reação dos partidos, ao longo desses anos, são diferentes. E, vamos ao que interessa!

O PMDB, em geral, mata no peito, aceita críticas, a exposição de seus pecados, do cotovelaço interno e segue o baile.

O PT, como se verifica, não lida bem com a crítica, com a abertura de suas entranhas, considera a mídia uma adversária política e tenta vender a visão do que é certo ou errado no noticiário e nas publicações. Mas os petistas, pelo menos agora, estão perdidos lambendo suas chagas.

Os tucanos, em sua maioria, também não gostam de críticas nem que tornem pública sua conflituosa intimidade e também buscam monitorar a mídia. O governo Fernando Henrique Cardoso se perdeu na poeira do tempo.

O PT está fora do campo. Mas a postura dos tucanos, desde que viraram protagonistas para as eleições de 2018, passará por um teste, por uma prova, quando será conhecida sua reação diante da exposição de suas divergências internas.

O trabalho será para reconstruir o PT, diz Humberto

LeiaJá 

Senador, após o resultado da eleição no Recife, disse que o momento também é propício para recomeçar a preparação para a disputa de 2018

O senador Humberto Costa (PT), presente durante toda campanha do candidato a prefeito do Recife João Paulo (PT), neste domingo (30), em entrevista ao Portal LeiaJá, após resultado do pleito na Capital pernambucana, declarou que apesar da perda de ponto de vista eleitoral, o resultado de ponto de vista político representou uma reaglutinação do Partido dos Trabalhadores (PT). “Será a retomada da nossa unidade e, agora, nós temos que trabalhar prioritariamente nesse processo de reconstrução, que é parte também da reconstrução nacional do PT”.

Humberto Costa disse que é necessário, em primeiro lugar, fazer uma avaliação do resultado da eleição em cada município. “Há municípios que sequer o partido apresentou candidatura, então, temos que discutir se nos interessa em vários municípios mantermos uma estrutura meramente cartorial”.

Em segundo lugar, ele pontuou que é necessário focar no surgimento das novas lideranças locais e regionais. “Nós temos que buscar fortalecer para que o próprio Partido se fortaleça, além disso, temos que aprofundar a discussão sobre esse governo que está ai, com um processo de acompanhamento mais fino sobre ele, para termos um diagnóstico adequado que possa a vir a ser utilizado na campanha de 2018”.

O senador afirmou que o momento também é propício para começar a preparação para a disputa de 2018, em Pernambuco. “O que significa que vamos continuar discutindo com os aliados, que estiveram conosco, em 2014, e tentar ver se esse caminho pode se repetir. Eu acredito que sim e vamos tentar reconstruí-lo”, frisou.

Pela 1ª vez, PT fica sem prefeituras no Grande ABC

O Globo 

Pela primeira vez desde a sua fundação, o PT ficou sem representantes na administração municipal das cidades da região metropolitana de São Paulo, conhecida como Grande ABC. Neste segundo turno o partido batalhava para manter o poder em duas cidades do seu tradicional reduto e berço da atuação política de lideranças como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até a última eleição, essa região era reconhecida como “cinturão vermelho”.

Candidato à reeleição, Carlos Grana (PT) teve apenas 21,79% dos votos válidos em Santo André e ficou atrás de Paulo Serra (PSDB), eleito prefeito da cidade com 78,21% dos votos. Discursando como favorito na tarde deste domingo, ao votar com a família, Serra cutucou os adversários:

— Se eles (petistas) quiserem seguir na política de cabeça erguida e de cara limpa vão ter de se reinventar, mas daí é um problema do PT. A população tem hoje uma oportunidade de expressar sua opinião sobre o que está acontecendo.

João pontua atuação do PT em obras da Prefeitura

João Paulo também esteve no debate realizado, ontem, pela TV Clube. O candidato à Prefeitura do Recife pelo PT contestou o adversário, Geraldo Julio (PSB), afirmando que algumas obras anunciadas pelo socialista não apresentam as qualidades apresentadas em anúncios de TV ou não são resultado direto de investimentos da Prefeitura.

João declarou que essas realizações só foram possíveis graças aos recursos destinados pelos governos de Lula e Dilma. O petista foi além ao dizer que sua gestão como prefeito, entre 2001 e 2008, teve participação decisiva em obras como a Via Mangue. O postulante do PT também pontuou que o Hospital da Mulher teve a maior parte dos recursos oriundos do Governo Federal.

O ex-prefeito seguiu com duras críticas a Geraldo, declarando que o socialista “é melhor em propaganda do que em gestão”. Ainda segundo o petista, o centro da cidade se encontra em estado de abandono, assim como outros setores. “Falta merenda nas escolas, os professores estão insatisfeitos e a cultura foi deixada de lado. Onde estão os 84 quilômetros de calçadas que o prefeito Geraldo Julio diz que fez? Vocês sabem?”, perguntou João Paulo.

Durante o encontro, João também destacou algumas ações de sua gestão enquanto prefeito, como a redução de áreas de risco nos morros. Uma promessa para 2017, se eleito, é o “Vem Mais Fácil”, que pretende facilitar a mobilidade dos passageiros. Em suas considerações finais, João Paulo conclamou a militância para vencer o pleito.

Geraldo Julio contesta gestões do PT durante debate

O prefeito do Recife e candidato à reeleição, Geraldo Julio (PSB), participou de um debate promovido pela TV Clube/Rede Record, na noite de ontem. Durante quase uma hora e meia de programa, o socialista fez críticas às gestões do PT à frente da Prefeitura e ressaltou ganhos para a cidade em seu governo. “O debate foi muito esclarecedor para que o recifense visse quais são os dois caminhos que a cidade tem. São dois caminhos e dois comportamentos muito diferentes. Queremos continuar administrando a cidade trabalhando para resolver os problemas para cada um que mora no Recife. O povo precisa disso, de trabalho”, destacou em entrevista após o debate.

Geraldo Julio também falou sobre propostas para o segundo mandato, caso reeleito. Assim como tem apresentado no guia eleitoral, o prefeiturável defendeu a construção do Hospital do Idoso, o programa “Do Recife para o Mundo” e a requalificação da Avenida Conde da Boa Vista. “A gente teve muitos avanços no Recife de 2013 para cá. A educação mudou de patamar com o programa Escola do Futuro, que levou a Robótica para as escolas municipais. E na saúde, entregamos a maior obra realizada pela Prefeitura, que foi o Hospital da Mulher e para a próxima gestão será a vez do Hospital do Idoso”, prometeu.

O postulante do PSB elencou outras realizações de sua gestão. “Foi na nossa gestão que implantamos a Faixa Azul, que beneficia mais de 600 mil pessoas todos os dias. As mulheres do Recife também se beneficiam do Mãe Coruja municipal, os jovens têm acesso ao Passe Livre, além das reformas que fizemos nos postos de saúde e escolas municipais. Na segurança, instalamos mais de 170 câmeras, e construímos um equipamento que muda a vida das pessoas e dá esperança às famílias, colocando os jovens em um espaço de cidadania, esporte e lazer, que é o Compaz”, lembrou.

Nas considerações finais, Geraldo ressaltou o trabalho feito durante toda campanha e afirmou que pretende fazer uma boa gestão nos próximos quatro anos. “Meu compromisso é com o trabalho, o resultado e com o futuro desta cidade. Ficou claro aqui neste debate que o Recife tem dois caminhos e com perfis diferentes. Temos a certeza que podemos continuar com este trabalho iniciado em 2013 e que vem transformando a vida de muitas pessoas desta cidade”, concluiu.

Lula recusa sugestões e se nega a presidir o PT

Réu em três processos e protagonista de outras quatro investigações, Lula é assediado por correligionários que gostariam de vê-lo no comando do PT. Ele se recusa a dar ouvidos às sugestões. Apresenta duas razões para não assumir a presidência da legenda. Sustenta que o PT precisa de “renovação”. E alega que sua presença na direção do partido interessa mais aos adversários.

Nas palavras de Lula, seus rivais passariam a perseguir o objetivo de “matar dois coelhos de uma só cajadada”. Nesse enredo construído pelo pajé petista, delegados federais, procuradores da República, auditores do fisco e magistrados uniram-se aos “golpistas” e à mídia monopolizada para arrancá-lo do cenário de 2018. E as pancadas desferidas contra ele passariam a doer automaticamente no partido.

Transferida do final para o início de 2017, a sucessão interna do PT empacou na definição de um substituto para Rui Falcão, o atual presidente. A palavra “renovação”, entoada inicialmente por Lula, tornou-se uma espécie de mantra do processo. O problema é que os nomes cogitados são, digamos, manjados. Por exemplo: o ex-ministro Jaques Wagner (BA), os senadores Lindbergh Farias (RJ) e Humberto Costa (PE).

De resto, petistas históricos, cujas rubricas constam da ata de fundação, avaliam que o problema do partido é mais de script do que de diretor. Aferrada à tese da perseguição política, a atual direção partidária não consegue colocar em pé um discurso que se pareça com uma expiação. E, embora Lula finja não perceber, o PT já sangra junto com ele.