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Alckmin diz que PT chegou ao fundo do poço
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, fez duras críticas ao PT durante o seu discurso na convenção nacional do PSDB neste domingo (5). O tucano afirmou que o partido da presidente Dilma Rousseff chegou ao “fundo do poço” e que o governo deixará como único legado o “petrolão”. “O PT chegou ao fundo do poço e cabe a nós a missão de não deixar carregar o Brasil junto com eles”, disse.
Um dos nomes cotados para ser candidato do partido nas próximas eleições presidenciais, Alckmin defendeu que o PSDB, por ser o maior partido de oposição, tem que questionar qual é seu papel diante da crise pela qual passa o País.
O tucano também atacou uma das principais bandeiras do PT, de ser um partido identificado com as classes mais baixas. “Ficou claro que o PT não gosta dos pobres, do social, gosta do poder a qualquer preço”, disse.
Para Alckmin, o PT “contaminou” o Estado, como um “parasita”, e agora, ao propor o ajuste fiscal, tenta “debelar a doença com os remédios errados”, porque a conta vai ficar com os mais pobres.
Num ataque direto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele afirmou que o “povo não é bobo” e que sabe que o petista também é responsável pela atual situação do País.
(Fonte: Estadão Conteúdo)
PT já sonha com candidatura de Lula à Presidência em 2018
Por PAULO VERAS
Do Jornal do Commercio
O segundo mandato da presidente Dilma Rousseff tem apenas seis meses e já existe uma ala do PT que torce para que o ex-presidente Lula volte a disputar o Palácio do Planalto em 2018. O movimento, conhecido como “Volta Lula”, ganhou destaque na última semana quando o ex-presidente disse que Dilma está no “volume morto” e que o PT só pensa em cargos.
“Hoje, Lula é o nome que tem mais força dentro do PT”, afirma a deputada estadual Teresa Leitão, presidente do partido em Pernambuco. “Se ele vai ser o candidato ou não, eu não sei. Existe dentro do PT uma tendência forte a isso. Mas não é uma coisa pronta e acabada. De qualquer maneira, ele vai ser uma peça fundamental (para as eleições de 2018), sendo candidato ou não”, explica.
Para o cientista político Túlio Velho Barreto, da Fundação Joaquim Nabuco, o PT tem uma dificuldade enorme de construir uma liderança competitiva. “Ele não tem uma liderança alternativa em relação ao ex-presidente Lula. Por isso o nome dele é tão lembrado. E o tempo é muito curto. Até a próxima eleição, você construir uma candidatura presidencial é muito difícil”, afirma.
Lula também enfrenta dificuldades. Pesquisa realizada pelo Datafolha entre os dias 17 e 18 de julho mostra o petista com 25% das intenções de voto, contra 35% do senador Aécio Neves (PSDB-MG). “É óbvio que o desgaste que o governo e que o PT está sofrendo termina se refletindo sobre o presidente. Afinal, ele é o grande fiador do governo Dilma e a liderança mais importante que o PT tem”, admite o senador Humberto Costa. Ele acredita, porém, que o ex-presidente continua sendo um candidato forte ao Planalto.
Para o cientista político Ricardo Ismael, da PUC-Rio, os principais fatores que podem atrapalhar uma possível candidatura de Lula em 2018 são o desenrolar da Operação Lava Jato e a crise econômica que o governo federal está enfrentando. Para o pesquisador, as críticas são uma forma de o ex-presidente ocupar espaço no debate político e se descolar do governo e do PT. “Ao meu ver, ele fala como um candidato a presidência e tenta se aproximar daquilo o que a opinião pública pensa e se distanciar dos erros de Dilma e do PT”, avalia.
Por enquanto, o PT trata com cuidado a eventual candidatura para evitar que o clima de campanha antecipada acabe prejudicando Lula. “Esse debate sobre a eleição de 2018 é totalmente extemporâneo. Há uma especulação e uma tentativa de desgastar o presidente caso ele seja candidato”, adverte Humberto.
Desde a redemocratização, em 1989, Lula só não foi o candidato do PT à presidência em 2010, quando legalmente não podia concorrer, e no ano passado, quando Dilma foi reeleita.
Mercadante: Dilma deve se pronunciar sobre denúncias de doação ilegal
Do Blog de Jamildo
Com informações de agências
A presidente Dilma Rousseff escalou, neste sábado (27), os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Edinho Silva (Comunicação Social) para rebater as acusações sobre dinheiro ilegal para a sua campanha presidencial em 2014. A acusação foi feita em delação premiada pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, no âmbito da Operação Lava Jato, e homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira (25). A última edição da revista “Veja” traz uma reportagem na qual o empreiteiro teria delatado 18 políticos ou campanhas que supostamente teriam sido beneficiados com o dinheiro do esquema oriundo da corrupção da Petrobras. Mercadante e Edinho, que foi coordenador da campanha presidencial de Dilma, são citados.
Os dois ministros deram entrevista coletiva nesta tarde, após reunião com a presidente Dilma Rousseff, que embarcou logo depois para os Estados Unidos. O ministro da Comunicação Social criticou o que chamou de “vazamento seletivo” de conteúdo de delação premiada. Já Mercadante disse que a presidente deve falar em breve com a imprensa sobre dinheiro de origem duvidosa que sua campanha eleitoral de 2014 teria recebido, de acordo com a mesma reportagem.
Na reportagem, Ricardo Pessoa afirmou que doou oficialmente R$ 7,5 milhões à campanha de reeleição da presidente no ano passado por temer prejuízos em seus negócios com a Petrobras, caso não ajudasse o PT. A doação foi feita legalmente e ele disse que tratou da contribuição diretamente com o tesoureiro da campanha de Dilma, o atual ministro da Secom, Edinho Silva.
VIAGEM
Após a reunião, a presidente embarcou para os EUA em viagem para atrair investidores para o Plano de Investimento em Logística, lançado este mês. O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, iria acompanhar a presidente na viagem, mas cancelou sua participação na comitiva.
Em entrevista coletiva concedida na tarde deste sábado, o ministro admitiu que desistiu de acompanhar a presidente Dilma para defender o governo das acusações. “Eu queria estar aqui, eu queria explicar todas as vezes que fosse necessário. Tenho como homem público obrigação de prestar esclarecimentos. Quem não deve não teme. Por isso também eu fiquei”, disse.
PRESSÃO DO PT
O relato da delação de Pessoa diz que ele fez repasses ilegais à campanha de Mercadante, ao governo de São Paulo em 2010. De acordo com a prestação de contas apresentada pelo PT à Justiça Eleitoral em 2010, a UTC doou R$ 250 mil para a campanha do petista. O ministro da Casa Civil afirmou que todas as contribuições para sua campanha em 2010 foram feitas de acordo com a legislação eleitoral e estão registradas na prestação de contas entregue ao TSE.
“De fato as empresas contribuíram com R$ 500 mil. R$ 250 mil foram doados no dia 29/7/2010 pela Constran e a outra metade pela UTC no dia 27/8/2010. É só entrar [na Justiça Eleitoral] e estão lá as duas doações, o que mostra que as duas contribuições foram legais, estão oficializadas, portanto não procede essa suspeição”, disse Mercadante.
“INDIGNADO”
Também em entrevista coletiva, o ministro Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social) reagiu à delação de Ricardo Pessoa e disse que causa “indignação” a tentativa de criminalizar doações legais. Ele disse que não se calará diante de ataques sobre sua conduta como tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff em 2014.
“Faço questão de ser ouvido nos autos. Caso se confirme as mentiras divulgadas pela imprensa eu tomarei as medidas judiciais em defesa da minha honra.” Questionado se o governo teme que as denúncias reacendam o debate de um impeachment, Silva respondeu: “Não há fundamento legal para isso. O que estamos enfrentando neste momento é o vazamento seletivo de uma delação premiada. Algo que precisa ser provado”. Ele disse que seu cargo está à disposição. “Quem contrata e quem exonera é a presidente Dilma.” Silva voltou a dizer que as contas da campanha de Dilma foram auditadas e aprovadas pelo TSE.
IMPEACHMENT
Partidos de oposição pediram, neste sábado (27), o afastamento da presidente Dilma Rousseff devido ao vazamento do conteúdo da delação premiada do empreiteiro. O Planalto e o PT negam ter recebido dinheiro de forma irregular. “Se ela (Dilma) não pedir o afastamento e as apurações, estará, com seu silêncio e inércia, dando veracidade ao conteúdo da delação”, disse Rubens Bueno (PPS-PR).
Já o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), afirmou que as afirmações de Pessoa, dono da UTC, devem levar à abertura de um processo de impeachment contra Dilma. “Esse depoimento de Ricardo Pessoa é a prova que as campanhas de Dilma foram irrigadas com dinheiro roubado da Petrobras. Isso é motivo mais que suficiente para Dilma perder o mandato e para convocarmos novas eleições”, afirmou.
Se Dilma sofrer um impeachment, quem assume é o vice, Michel Temer (PMDB-SP). Novas eleições só ocorrem se ambos, Dilma e Temer, forem impedidos. Se isso acontecer nos dois primeiros anos de mandato, há um novo pleito direto. Nos dois últimos, uma eleição indireta no Congresso. Em ambos os casos, o país é comandado interinamente pelo presidente da Câmara.
PETROBRAS
Ricardo Pessoa disse em sua delação, de acordo com reportagem da revista “Veja”, que negociou o pagamento de R$ 5 milhões ao então senador Gim Argello (PTB-DF) para enterrar a CPI mista da Petrobras no ano passado.
Argello foi vice-presidente da CPI e, segundo a revista, foi o porta-voz da negociação porque exercia influência sobre o presidente da CPI, então senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), e o relator, deputado Marco Maia (PT-RS).
Ainda de acordo com a “Veja”, os recursos foram distribuídos entre eles por meio de doações oficiais. A CPI terminou sem ter convocado empreiteiros nem pedido o indiciamento deles. Gim Argello não retornou aos contatos da reportagem na manhã deste sábado (27). Na sexta (26), ele havia afirmado que as doações recebidas da UTC foram legais.
Outro senador denunciado por Pessoa em sua delação foi o ex-presidente da República Fernando Collor (PTB-AL). Segundo a “Veja”, Collor usou sua influência na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, para pedir propina ao dono da UTC.
Pessoa relatou ter pagado R$ 20 milhões ao senador, por intermédio do seu ex-ministro Pedro Paulo Leoni Ramos. Eles já são investigados em inquérito no Supremo Tribunal Federal no caso Lava Jato. A assessoria de Collor não atendeu aos contatos da reportagem.
Humberto enquadra PSDB: ‘Não tem autoridade política para criticar’
O plenário do Senado foi palco de um forte embate entre o PT, liderado por Humberto Costa (PE), e o PSDB, defendido por Aloysio Nunes Ferreira (SP), no fim da tarde desta quarta-feira (24). Durante discurso do tucano com críticas ao Partido dos Trabalhadores e ao governo federal, Humberto pediu a palavra e afirmou que o PSDB não tem autoridade política para questionar a legenda e a presidente Dilma Rousseff e que a mesquinhez dos tucanos faz com que eles apostem no “quanto pior, melhor”.
“Carece ao PSDB autoridade política para fazer críticas ao nosso governo. Primeiro porque, se estivessem no governo, estariam tomando essas medidas na área econômica, que hoje criticam e não têm a coragem de reconhecer a necessidade. Segundo porque o tempo inteiro criticam o que chamam de retrocessos em programas como o Fies, o ProUni, o Minha Casa, Minha Vida. Lembre-se Vossa Excelência de que todas essas são conquistas dos nossos governos. Na gestão de vocês, nada disso existia”, rebateu Humberto.
O líder do PT no Senado reconheceu que há certo desânimo na sociedade brasileira em relação a problemas de ordem política, mas que há um clima muito mais artificial do que real, principalmente em torno de temas econômicos. “O PSDB não aplaude nem apoia as medidas do governo porque, no fundo, aposta na teoria do quanto pior, melhor”, disse. “Mas, quando governaram o Brasil, o trabalhador brasileiro lembra bem da fatura que pagou.”
O senador ressaltou que os tucanos apresentam um quadro caótico à população que está muito distante da realidade. “Não é verdade dizer que a situação econômica do país é caótica. Os pressupostos da economia brasileira são positivos e temos todas as condições de superar esse momento. Estamos tomando as medidas corretas para reverter a situação, medidas que os senhores tomariam em grau muito mais acentuado, sem qualquer preocupação social”, disparou.
Humberto ressaltou ainda que a oposição é pautada, hoje, por informações divulgadas pela grande mídia que, muitas vezes, não se comprovam. “Na época em que nós éramos da oposição, nós tínhamos de ir atrás dos assuntos, dos temas, buscar as informações. Hoje, a oposição se pauta pela mídia e faz o seu carnaval particular”, criticou.
A troca de farpas entre petistas e tucanos no plenário do Senado envolveu, de um lado, a ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Donizeti Nogueira (PT-TO), além de Humberto, e, de outro, o candidato derrotado à Presidência Aécio Neves (PSDB-MG) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), além de José Agripino (DEM-RN).
Para Cunha, seria melhor PT romper com PMDB sem fazer ‘agressões’
Da Folhapress
Alvo de ataques de setores do PT, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), subiu o tom e a temperatura das críticas aos petistas.
Um dos principais nomes do PMDB, maior aliado do governo Dilma no Congresso, Cunha afirmou que a dobradinha entre PT e PMDB não se repetirá em 2018 e indicou que a ruptura pode ser antecipada caso os desentendimentos entre os dois partidos se agravem. “No momento, temos compromisso com o país e a estabilidade, mas isso não quer dizer que vamos nos submeter a humilhação do PT”, disparou o deputado pelo Twitter.
Os peemedebistas reclamam da investida de ministros do governo para enfraquecer o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), articulador político do Planalto. “O PMDB está cansado de ser agredido pelo PT constantemente e é por isso que declarei […] que essa aliança não se repetirá. Talvez tivesse sido melhor que eles aprovassem no congresso o fim da aliança. Não sei se num congresso do PMDB terão a mesma sorte”, afirmou Cunha.
Suas declarações foram feitas primeiro ao jornal “O Estado de S.Paulo”.
No fim da reunião do 5º congresso nacional do PT no sábado (13), o partido rejeitou a revisão da política de alianças, que tem como principal aliado o PMDB. Apesar da decisão, dirigentes petistas ecoavam gritos de “fora, Cunha” enquanto era discutida a proposta sobre o rompimento com o PMDB e demais partidos aliados.
A relação de Cunha com o PT foi estremecida desde sua eleição, quando o partido atuou para deixá-lo de fora do comando da Câmara. Desde que assumiu o posto em fevereiro, ele tem articulado uma série de derrotas para o governo e tem avançado com uma pauta conservadora, segundo petistas, como a redução da maioridade penal, a revisão do estatuto do desarmamento, além de articulado uma reforma política contrária ao governo.
“Se estão com raiva da pauta, ao invés disso, busquem debater e convencer das suas posições e não agredir. Aliás, as críticas que recebo porque estamos pautando, debatendo e votando matérias que estão anos na gaveta não são justas. Continuarei pautando e ainda não conheço uma maneira melhor do que a democracia,onde a maioria aprova ou derrota alguma matéria”, disse.
CRENÇA
Evangélico e defensor de posições conservadoras na área dos costumes, Cunha voltou a defender a manifestação de deputados católicos e evangélicos no plenário na quarta (10).
Em reação à simulação da crucificação de uma transexual na Parada Gay de São Paulo (dia 7) e a manifestações de sexo explícito com imagens sagradas, parlamentares liderados pela bancada evangélica interromperam a votação da reforma política exibindo cartazes com essas imagens. Ao final, rezaram um Pai-Nosso.
“Todos devemos respeitar a laicidade do estado e todas as políticas de Estado devem ser assim. Agora, não se pode confundir Estado laico com os representantes que [não] possam ter as suas opiniões e crenças. Ter o estado laico não significa ter de proibir os parlamentares de se manifestarem nas suas crenças. O direito de manifestação e de opinião são preservados na nossa Constituição”.
Cunha reafirmou a avaliação de que deputados religiosos são perseguidos. Ele lembrou protestos recentes da oposição no plenário, batendo panelas para criticar ações do governo Dilma, e manifestações de populares que acompanham as votações nas galerias.
“Se invadem plenário,batendo panela ou cantando samba para depreciar atuação de outro partido, ninguém fala nada. Se invadem com faixas protestando contra a votação de alguma matéria não falam nada”, afirmou.
Segundo o peemedebista, o regimento da Câmara prevê punição para abusos e qualquer distorção pode ser questionada.
“A mim como presidente cabe manter a ordem e o respeito no plenário,independente de quem faz qualquer manifestação. Não me cabe fazer juízo de censura a quem quer que seja, detentor de mandato e com livre direito na Constituição para isso”, disse.
Congresso do PT rejeita mudança na política econômica do governo
Da Agência Brasil
O PT rejeitou hoje (13), durante a reunião de encerramento do 5º Congresso Nacional do partido, em Salvador, proposta para mudar a estratégia econômica do governo da presidenta Dilma Rousseff, apresentada por integrantes da legenda e colocada em votação no plenário. Todas as deliberações aprovadas no congresso vão constar no documento final do encontro, chamado Carta de Salvador.
Durante o congresso, o PT também decidiu manter aliança política com PMDB. Por maioria de votos, os delegados do partido encaminharam ao Diretório Nacional a deliberação final sobre as formas de financiamento da legenda. No entanto, prevalece a decisão anterior da cúpula da legenda de não aceitar mais doações financeiras de empresas.
As emendas que criticavam o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e propunham a volta da cobrança da CPMF, conhecido como imposto do cheque, foram rejeitadas pela maioria. No discurso de encerramento do congresso, o presidente do PT, Rui Falcão, defendeu apoio dos militantes ao governo da presidente Dilma Rousseff.
“Todo o debate que foi feito revela que, depois desse congresso, o PT vai ter que mudar mais. O PT não será mais o mesmo, seja nas suas relações internas, seja acentuando nossa autonomia de formular políticas públicas em relação ao nosso governo, que nós apoiamos, mas queremos que avance. Queremos dar sustentação, mas queremos empurrar também para que a gente não ingresse numa fase recessiva e para que nosso país volte à trajetória de desenvolvimento econômico”, disse Falcão.
O presidente também prestou solidariedade a João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do partido, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Falcão defendeu ainda manifestações livres e democráticas, como as passeatas em defesa dos direitos LGBT, conhecidas como Parada Gay.
“Vaccari foi preso injustamente, numa campanha nítida para tentar criminalizar o PT. Ele não fez nada além de seguir as orientações partidárias e nossas diretrizes, no que dizia respeito à arrecadação financeira. Vaccari nunca se apropriou de nenhum centavo em benefício próprio, nunca cometeu nenhuma irregularidade, e está sendo incriminado, porque o alvo específico é atingir nosso partido”, declarou o presidente.
Na quinta-feira (11), na abertura do congresso, a presidente Dilma Rousseff disse que o governo teve a coragem de fazer os ajustes fiscais e pediu aos militantes que apoiem as medidas e ajudem a defender sua gestão de críticas. Segundo Dilma, as mudanças na economia não reduzem o compromisso do governo com as causas defendidas historicamente pelo partido.
Ontem (12), no segundo dia do congresso do partido, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou uma campanha para arrecadar fundos para a legenda. O ex-presidente fez a primeira doação simbólica e pediu que a militância petista volte a fazer contribuições financeiras para o partido. A iniciativa ocorreu após o partido ter anunciado que não vai mais aceitar doações de empresas privadas.
Dilma e PT sairão mais unidos do congresso do partido, diz Humberto
O V Congresso do PT, que se inicia a partir desta quinta-feira (11), em Salvador, será uma oportunidade de o partido fazer uma autocrítica e se renovar para reconquistar a confiança da população e avançar com as políticas que deram certo e melhoraram a vida de milhões de brasileiros. Esta é a avaliação do líder da sigla no Senado, Humberto Costa (PE), que chega hoje à capital baiana para participar do encontro. No início da noite, quem desembarca em Salvador, vinda de Bruxelas, na Bélgica, é a presidenta Dilma Rousseff, que participará da abertura do evento.
Segundo Humberto, o PT tem muita força na sociedade e os avanços sociais e econômicos inquestionáveis alcançados nos últimos 12 anos podem ser aperfeiçoados neste momento, a partir de uma renovação do partido.
“O PT soube, sim, administrar o Estado. Tanto é que tivemos resultados importantes de milhões de pessoas que saíram da pobreza e ingressaram na classe média, de programas sociais que são reconhecidos internacionalmente, de crescimento econômico que o país teve e de melhoria da sua infraestrutura. O PT tem, sem dúvida, um legado importante reconhecido pelos brasileiros”, afirma.
No entanto, segundo ele, o partido não soube administrar bem a sua relação política dentro do Estado. “Ao chegar ao Governo, o PT foi se afastando dos movimentos sociais e adotando modelos políticos que já estavam cansados. Um partido que sempre defendeu uma nova forma de fazer política terminou se adaptando às formas tradicionais de governabilidade”, acredita Humberto.
Para o senador, o principal erro do PT foi justamente ter se adaptado à cultura política que a legenda, historicamente, sempre criticou. “Incorporamos uma visão de governabilidade que passa quase que exclusivamente pela governabilidade parlamentar, pela necessidade de apoios, de alianças. Acho que essa autocrítica, o partido precisa fazer agora. A partir dela, vai ser possível se reinventar. O partido precisa passar por um processo de reforma interna”, avalia.
A constatação de Humberto é de que o Governo Federal poderia ter patrocinado, em vários momentos ao longo dos últimos 12 anos, uma reforma política que mudasse os conceitos existentes da política tradicional. “Lamentavelmente, isso não ocorreu e o partido terminou se adaptando a essa realidade, reproduzindo essas práticas, mas nada que não possa ser objeto de mudança agora”, opina.
O líder do PT no Senado tem plena confiança de que a legenda tem amplas condições de recuperar a sua imagem e de reconquistar o apoio que sempre teve por parte da população. De acordo com ele, isso depende de dois fatores: o sucesso do Governo da presidenta Dilma e a reestruturação do PT.
“O partido precisa ter a noção de que ele é parte do Governo, de que o Governo depende dele também para ter sucesso. E o PT precisa se reestruturar, renovar e mudar as suas práticas. Com isso, vamos poder resgatar o que já fomos”, acredita. “Do seu lado, o Governo precisa resgatar e empunhar as bandeiras históricas do PT.”
Humberto crê que as mudanças da sigla e do Governo têm de passar necessariamente pela abertura das relações com empresários, intelectuais, classe média e juventude. O parlamentar diz que essa aproximação é fundamental para o debate sobre os temas diretamente valorizados por esses segmentos.
“Temos que pensar para frente. Creio que o partido tem de sair desse encontro mais amarrado ainda ao Governo Dilma. Lógico que nós temos que cobrar. O papel do partido é também disputar, com as suas posições, o rumo que o Governo deve ter. Mas qualquer tipo de confrontação que coloque de um lado o PT e de outro o Governo não vai servir nem para um nem para outro”, observa.
O V Congresso do PT, que também contará com a participação do ex-presidente Lula, será realizado até o próximo sábado. Temas como reforma política, comunicação com a sociedade e alianças partidárias para eleições futuras serão debatidos entre os integrantes do partido e deverão constar de um documento final sobre o encontro.
PT e PSDB podem se unir em busca de acordo para maioridade penal
O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, disse ontem que o governo quer dialogar com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sobre a proposta apresentada por ele de alternativa à redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Alckmin defende o aumento de três para oito anos do tempo de internação para adolescentes que praticarem crimes hediondos.
Edinho Silva disse que o governo está disposto a dialogar com Alckmin e outros líderes que queiram apresentar proposta alternativa à que prevalece no Congresso Nacional. Essa matéria é capitaneada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e promove a redução da maioridade de 18 para 16 anos.
“Não interessa a liderança que defenda, não interessa o partido que defenda: tudo aquilo que for importante para o Brasil o governo da presidenta Dilma [Rousseff] quer dialogar. O governo quer dialogar com o governador Geraldo Alckmin, como quer dialogar com outras lideranças que queiram debater esse tema, para que possamos construir uma saída que seja efetiva, que de fato combata a impunidade e aumente a penalidade daqueles que usem adolescentes para a prática criminosa”, destacou o ministro, em entrevista após a reunião de coordenação política.
Edinho garantiu que o governo apresentará um texto alternativo ao que está na pauta dos deputados. Ele informou que os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Casa Civil, Aloízio Mercadante, estão liderando um grupo de trabalho que avalia uma proposição à parte. A presidenta Dilma Rousseff já indicou tal proposta deverá sugerir o aumento de penas para os adultos que aliciam adolescentes para o crime e medidas de combate à impunidade.
“Nós respeitamos as iniciativas do Congresso Nacional, mas o governo vai apresentar uma proposta alternativa que combata a impunidade, que penalize os adultos que se utilizam de adolescentes, mas que, efetivamente, seja uma alternativa ao que está sendo debatido no Congresso”, reiterou o ministro.
Na próxima quarta-feira, o relator da comissão especial que analisa a proposta de redução de 18 para 16 anos (PEC 171/93), deputado Laerte Bessa (PR-DF), pretende apresentar o relatório final sobre os trabalhos do colegiado. Em seu parecer, Bessa vai defender a realização de um referendo para ouvir a população sobre o tema. Do site Congresso em Foco com informações da Agência Brasil.
PT quer de volta em PE “o antigo amigo” PSB
Do Blog do Magno
Paralelo à discussão da reforma política, o PT caminha para uma reforma interna no modelo de eleição de seus dirigentes, o Processo de Escolha Direta (PED). O assunto foi tratado, ontem, durante visita do presidente nacional do PT ao estado, Rui Falcão. Ele participou da segunda etapa do encontro estadual da legenda com vistas no 5º Congresso Nacional, quando haverá definição sobre esse ponto. Voltado às lideranças petistas pernambucanas, também foi uma espécie de orientação sobre o discurso a ser fortalecido junto à militância de maneira a conter o que Falcão classificou como uma “campanha de ódio que se faz contra o PT” e fortalecer a defesa do partido pelos próprios partidários.
Apesar de Recife não ter sido o centro da conversa, Rui Falcão também comentou sobre a capital pernambucana. Em entrevista, disse que a reaproximação com o PSB entrou em compasso de espera diante da possibilidade de uma fusão dos socialistas com o PPS. Ainda assim, foi enfático em afirmar que os petistas mantêm o interesse em trazer de volta o “antigo amigo”.
“Há um diálogo com setores do PSB para uma reaproximação que nos interessa e interessa a eles também”, disse. Localmente, porém, defendeu uma candidatura própria e fez críticas à atual gestão. “Fizemos um governo (no Recife) muito diferente do atual, que não participa, onde a população não participa. Não tem diálogo com o movimento sindical. Então eu imagino, embora não queira interferir, que o pessoal vai querer ter candidato”.