Humberto Costa questiona ‘indústria de criação de partidos’

O senador Humberto Costa (PT) subiu hoje à tribuna do Senado para defender reforma nas regras eleitorais, especialmente no que se refere a organizações partidárias no país. O pernambucano condenou o troca-troca partidário e defendeu três princípios básicos para a reforma política: transparência, combate à corrupção e participação popular.

“A indústria de criação de partidos no Brasil, hoje, é algo absolutamente lamentável e constrangedor. Dois partidos conseguiram seus registros nesta última semana, compondo 32 novos partidos no Brasil. E aqui eu me pergunto: existem 32 projetos de nação diferenciados no Brasil?”.

Humberto questionou o fato de a Câmara dos Deputados não ter apreciado a minirreforma eleitoral, que já havia sido aprovada pelo Senado Federal. “Todos nós reconhecemos aqui que ela era uma mera perfumaria, uma maquiagem na legislação, não era a reforma política que o Brasil precisa e deseja”, afirmou.

Ele também voltou a defender uma revisão no que se refere ao financiamento de campanhas politicas. “A proposta da Coalizão Democrática pela Reforma Política e Eleições Limpas, puxada pela CNBB, pela OAB, pela CUT, pela UNE e por outras entidades da sociedade civil, precisa ser objeto de análise do Congresso para que nós possamos acabar com o processo de injustiça no processo de financiamento de campanhas eleitorais”, disse o senador.

Tony Gel volta a Brasília para discutir reforma política

Indicado pela Assembleia Legislativa para representar Pernambuco em evento da Unale (União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais), o deputado Tony Gel (DEM) participa hoje e amanhã, em Brasília (DF), de discussões sobre a reforma política no Brasil.

De acordo com o deputado, somente algumas questões pontuais serão objeto de mudança nesse momento. Entre as matérias apresentadas, estão a redução do tempo de campanha política de 90 para 45 dias e a eliminação do guia eleitoral, que passaria a ser fracionado em comerciais de 30 e 60 segundos.

O ex-prefeito de Caruaru também fará um balanço das discussões sobre o tema em Pernambuco.

Raquel diz não acreditar que reforma política vigore já em 2014

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Além da socialista, o debate teve a presença de Daniel Coelho (Foto: Roberto Pereira)

A deputada Raquel Lyra (PSB) se colocou favorável aos pontos da reforma política cobrados pela população, mas disse não acreditar que eles sejam discutidos e votados até 2014. A opinião foi dada durante um debate informal realizado ontem, no auditório da Uninassau, no Recife.

Segundo ela, a única maneira de o Congresso aprovar a reforma seria para que pudesse vigorar a partir de 2016. Falando para uma plateia formada por cerca de 150 jovens, Raquel ainda convocou os estudantes a manter a pressão nas ruas.

A socialista também criticou o grande número de partidos – hoje são cerca de 30 registrados no TSE – e defendeu a necessidade de maior participação popular na elaboração dos orçamentos municipais, estaduais e federal.

Além de Raquel, o debate – intitulado “Papo Político – teve ainda a participação do deputado estadual Daniel Coelho (PSDB).

Tony Gel participa de discussões sobre reforma política

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O deputado foi indicado pela Assembleia Legislativa para representar Pernambuco (Foto: Divulgação)

O deputado estadual Tony Gel (DEM) participa em Brasília (DF) de discussões sobre a reforma política no Brasil. As reuniões acontecem na sede da Unale (União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais).

A Unale vai estar presente na audiência pública que setores da sociedade promovem nesta quinta-feira (8), para apresentar sugestões à reforma política. O encontro ocorre no plenário 13 do Anexo I do Congresso Nacional e tem a presença confirmada de membros da OAB, CNI (Confederação Nacional da Indústria), CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical e Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral.

A participação dos deputados estaduais foi acertada na tarde de ontem. O encontro contou com nove parlamentares. Ao final, ficou decidido que uma nova reunião será realizada no próximo dia 22, em Brasília.

Tony Gel participa de seminário sobre reforma política

O deputado estadual Tony Gel (DEM) participa nesta quarta-feira (24) do seminário “Reforma Política – A OAB e o Projeto Eleições Limpas”, promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil, no auditório do Tribunal de Contas do Estado, no Recife.

O seminário vai apresentar a visão da entidade quanto ao momento político nacional e a contribuição da sociedade organizada sob a forma de um projeto de lei de iniciativa popular. A intenção é buscar mais legitimidade ao sistema de representação.

O projeto “Eleições Limpas” é patrocinado pelo Conselho Federal da OAB, Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, além de dezenas de entidades da sociedade civil. Um dos objetivos é criminalizar a conduta de quem realiza “caixa dois” nas campanhas eleitorais.

OPINIÃO: Em vez do ‘gigante’, a pátria-mãe!

Por JEAN WYLLYS*

Parece-me bastante claro (mesmo para a pessoa mais “despolitizada” ou alheia que se tenha notícia) que umas das vozes mais expressivas na colcha de retalhos (nem sempre combinados ou nem sempre em harmonia) que foram as últimas manifestações que sacudiram ruas e mídias; parece-me claro que uma das vozes mais altas aí foi aquela que pôs em xeque a representação de governantes e parlamentares eleitos e reivindicou reforma política. Parece-me, mas acho que posso estar enganado a julgar pela postura de alguns (a maioria?) dos meus colegas aqui na Câmara Federal.

Antes mesmo de as pessoas irem às ruas reivindicar, entre outros itens, a reforma política, criou-se aqui um grupo de trabalho encarregado de elaborar uma nova lei eleitoral que entraria em vigor já no próximo ano, quando ocorrerão eleições para presidente da república, senadores, deputados federais, governadores e deputados estaduais.

Mesmo tendo assistido – pela janela do quarto, pela janela do carro ou pela tela da televisão ou do computador – às manifestações, os deputados que integram esse grupo de trabalho tiveram a coragem de apresentar um texto que me dá vergonha (como eles conseguem estar imunes a este sentimento tão comum a quem se preocupa com o outro?). O projeto elaborado pelo grupo de trabalho até o momento não promove alteração substancial no sistema eleitoral, de modo que temas importantes e fulcrais para uma verdadeira mudança na política nacional – tais como o financiamento público exclusivo de campanhas e a lista pré-ordenada – ficaram de fora.

Não só isso. O texto retrocede em relação a dispositivos em vigor nas últimas eleições e capazes de garantir um mínimo de lisura e ética no processo eleitoral: a) diminui a sanção de suspensão do Fundo Partidário para os partidos que tenham suas contas reprovadas; b) assegura a possibilidade de se pagar multas eleitorais com os recursos do Fundo Partidário; c) reduz a multa aplicada a doadores que realizam doações ilegais (hoje é de 5 a 10 vezes o valor e passará a ser de 50% até 100% do valor); d) permite que o candidato que receba doação de concessionário ou permissionário público possa devolver o valor da doação 30 dias após a eleição; e) facilita a utilização da “máquina pública” pelo governante na medida em que permite o comparecimento de agentes públicos em cerimônias de inauguração de obras ou de projetos públicos; f) descriminaliza a boca de urna ao fixar multa de 15 a 100 mil reais; g) estende o conceito de “brindes” de modo a prejudicar a vedação de fornecimento de qualquer bem para eleitores (leia-se compra de votos!); h) libera a propaganda PAGA na INTERNET, inclusive em portais de conteúdo (será que os editoriais de políticas dos grandes portais, tão zelosos da moralidade pública, colocar-se-ão contra essa medida?); i) torna relativo o conceito de “agente público” de modo a possibilitar, por exemplo, que o governador de um estado possa adotar, nas eleições municipais, condutas atualmente vedadas.

Preciso dizer mais alguma coisa?

Será que os “gigantes” despertos irão além da exibição, nas ruas e no Facebook, de suas cartolinas com reivindicações genéricas e entrarão de cabeça nesse debate, mas com informação, discernimento e honestidade intelectual suficientes para não misturar o joio e o trigo da política? O que esse debate menos precisa é de ignorância motivada! Identificarão os deputados do grupo de trabalho e lhes enviarão email ou marcarão audiências em seus escritórios de representação nos estados que o elegeram?

Se, como diz a canção, a pátria-mãe (prefiro “pátria-mãe” a “gigante”; além de feminista, não tenho por que endossar a campanha da gigante corporação Johnnie Walker!) dormia distraída até então, sendo subtraída em tenebrosas e históricas transações, e agora despertou, não pode cochilar em relação a esse projeto de reforma eleitoral!

* Jean Wyllys é jornalista, linguista e deputado federal pelo PSOL-RJ. Texto publicado originalmente em CartaCapital