Fafica promove evento que trata de religião e cultura da paz

A Fafica realiza, pela segunda vez, o “Diálogos Inter-religiosos e Cultura da Paz”, no auditório da instituição, dia 8 de setembro, às 19h. O evento, que é aberto ao público, visa proporcionar uma reflexão sobre os diversos segmentos religiosos, cristãos e não-cristãos, promovendo o conhecimento e incentivando o respeito a diferentes práticas de fé. A iniciativa é do curso de história.

“Estamos passando por um momento de acirramento e de ódios. Contamos com representantes religiosos em Caruaru que já vivenciam esta experiência do diálogo. Então, é uma oportunidade de discutir, saudavelmente, as diferenças e soluções para este tema que é de responsabilidade social”, disse o coordenador do curso de história, Adilson Filho.

O evento foi realizado pela primeira vez em 2004.

Campanha da Fraternidade 2015 quer aprofundar diálogo entre Igreja e sociedade

A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou hoje (18) a Campanha da Fraternidade 2015. O tema escolhido este ano é Fraternidade: Igreja e Sociedade e o lema “Eu vim para servir”. A ideia é aprofundar, a partir do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade como serviço ao povo brasileiro.

A campanha propõe ainda buscar novos métodos, atitudes e linguagens na missão da Igreja de levar a palavra a cada pessoa. O secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, lembrou que o momento escolhido para o lançamento da campanha – o início da Quaresma – é considerado de extrema importância para a Igreja. “Queremos ajudar a construir uma sociedade mais humana e mais divina”, disse. “Sermos pessoas de fermento na massa. Esse é o desejo da campanha.”

Durante a cerimônia, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, destacou o compromisso do governo com a emancipação dos pobres. “Defendemos os pobres, não a pobreza. Queremos que os pobres se libertem”, disse. “Queremos que as pessoas se tornem protagonistas, sujeitos de sua vida e de sua história.”

Para a secretária executiva do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, pastora Romi Márcia Bencke, a campanha destaca a necessidade de promover o debate de valores éticos e também do papel missionário da Igreja. “O tema da campanha deste ano nos desafia para uma ética global de responsabilidades. Nos ajuda a refletir sobre o nosso papel enquanto igrejas e enquanto religiões.”

Por fim, o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcos Vinícius Furtado, defendeu medidas urgentes para a proteção e o acolhimento aos mais pobres e uma reforma política no país. “A luta por dignidade, justiça e igualdade é o elo que deve nos unir”, disse. “Precisamos dar um passo adiante na atual situação de um sistema político desigual. Há a Necessidade de todas as instituições de participarem desse esforço em busca de um sistema político igualitário.”

Opinião: Política e religião não se discutem

Por Tiê Felix

Depois de uma semana conturbada neste início de ano uma reflexão política e religiosa é necessária frente ao que fomos telespectadores. Quando dizem que política e religião não se discutem a verdade não está longe de tal caso. O problema não é que a religião e a política realmente não se discutem, mas que as pessoas que estão envolvidas nestes temas não permitem discussão. Esse é o problema.

Os atentados ao Charlie Hebdo revelam aquilo que todo mundo já sabe: a religião tende a ser radical quando confrontada com seus opostos, com aquilo que a nega.Isso não se aplica tão somente ao Islão, mas a todas as manifestações dogmáticas. Lendo o livro de Karen Armstrong “Em nome de Deus” sobre o fundamentalismo judaico, cristão e Islão pude perceber que a necessidade de legitimidade por parte de um dogmatismo exige algumas vezes o recurso à violência. A não aceitação das transformações sociais e do consequente relativismo que se apresenta faz com que alguns grupos resolvam manifestar seu apreço à ideia absoluta de forma radical. Assemelha-se a desrazão de alguém que age violentamente porque não possui outro recurso senão a agressão. Essa é a verdade a respeito não só do Islão quanto de qualquer outra manifestação dogmática.

Por outro lado, vê-se claramente a intenção de construir uma imagem midiática do Oriente, transformando as múltiplas manifestações e produções de sentido daqueles povos resumindo-os a meros radicais. O que não é verdade. E agora remeto ao livro “orientalismo” de Edward Said onde ele mostra que o Oriente não é nada mais que um discurso constituído pelo Ocidente, desde longa data. Confirmo a veracidade deste fato por ter visto com muita frequência a oposição ocidente/oriente na boca dos jornalistas e intelectuais na mídia. Esse modo de ver sempre remete a uma suposta superioridade dos ocidentais frente a suposta “ignorância” dos orientais, o que é terminantemente falso.

Ainda levando em consideração o radicalismo como expressão vê-se o surgimento ocasional da extrema-direita na França promovendo sua afirmação como o partido que poderá resolver os problemas do radicalismo islâmico, trazendo ao debate a ideia de que se paga a violência com a mesma moeda. A extrema-direita manifesta sua ignorância inicialmente pelo fato de querer a todo custo o poder no uso de palavras desnecessárias do Le Pen pai: “Eu não sou Charlie Hebdo”. Tal modo de pensar apenas revela que o conflito deve ser continuado senão não haverá oposição.

No Brasil o problema se manifesta na cegueira Petista que não consegue entender que o dogmatismo de qualquer espécie é simplesmente danoso, e só isso!

Tiê Felix é professor.