Em evento com executivos, Padilha elogia Maia e Rosso

Da Folha de São Paulo

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, reiterou a satisfação manifestada pelo presidente interino Michel Temer em relação à eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados, ontem, mas afirmou que o nome de Rogério Rosso (PSD-DF) também teria agradado ao Planalto.

A fala foi feita após encontro com executivos e empresários, na sede da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), em São Paulo.

“A posição do governo era a de que, sendo um deputado da base, seria o candidato eleito de acordo com a pretensão do governo. Aconteceu com o Rodrigo, muito bom. Se tivesse acontecido com o Rosso, muito bom.”

A única ressalva foi feita à candidatura de Marcelo Castro (PMDB-PI), segundo o ministro.

“Quanto a Marcelo Castro, o PMDB entende que não deveria postular a presidência da Câmara. Nós temos a Presidência da República e a do Senado. Teríamos que ter o respeito mínimo e um sentimento de republicanismo com os nossos parceiros, fazendo com que um dos nossos parceiros pudesse ter a presidência da Câmara”, disse Padilha.

“O partido entendeu que não deveria haver participação dos parlamentares na eleição do Marcelo. Não pedimos para ele retirar a candidatura, mas entendíamos que o PMDB não deveria disputar. A palavra do presidente Michel, a minha e a do núcleo duro do governo: queremos um presidente da base do governo. Nós não podemos ter risco de comprometer a nossa base de mais de dois terços da Câmara e do Senado.”

Mais cedo, Temer disse que ficou “felicíssimo” com a escolha do democrata e ressaltou que o resultado do processo parlamentar revela uma distensão do clima de animosidade que havia no país.

Rosso diz que voto foi para dar chance a Dilma

O presidente da comissão especial do impeachment, Rogério Rosso (PSD-DF), afirmou, hoje, que votou a favor da abertura do processo de impeachment para dar a Dilma Rousseff a chance de se defender no Senado.

Líder da bancada do PSD, posto que reassumiu nesta terça, Rosso rebateu as críticas de que tenha traído o governo (o partido comanda o Ministério das Cidades) e também negou pretensão de disputar a presidência da Câmara em 2017 com o apoio de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

“Votei com a consciência tranquila. Estudei o processo e considerei importante admitir a denúncia para que a presidente se defenda no Senado”, disse, acrescentando não ter votado nela em 2014 e não ter tido o apoio eleitoral do PT no Distrito Federal.

Como presidente da comissão, ele poderia não ter votado. Mas disse que optou por fazê-lo para não parecer incoerente com o voto que dará em plenário e “até porque essa posição representa a posição da maioria da bancada do partido.”

A comissão aprovou o parecer pró-impeachment nesta segunda (11) por 38 votos a 27. Durante a sessão, o deputado Sílvio Costa (PT do B-PE) acusou Rosso de ter acertado com Cunha um relatório contrário a Dilma com a promessa de ter o apoio do peemedebista para a disputa do comando da Câmara, no início de 2017.

“Está absolutamente descartada [essa candidatura]. Faz parte do imaginário político, mas está absolutamente descartada das minhas pretensões políticas. O momento é de aprendizado. Existem parlamentares mais experientes e mais talhados para essa função.”

Rosso diz que seu voto será considerado em caso de empate

O presidente da comissão especial do impeachment, Rogério Rosso (PSD-DF), respondeu às três últimas questões de ordem pendentes antes da votação do relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO). Ao longo do dia, novas questões de ordem podem ser feitas pelos deputados.

Rosso reafirmou que, em caso de ausência do titular, será considerado válido o voto do suplente do bloco partidário que registrou presença primeiro. Questionado sobre critério de desempate, Rosso informou aos deputados que o voto dele será considerado.

Como adiantou o Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, Rosso indeferiu uma questão de ordem da oposição pedindo chamada nominal na votação. O presidente respondeu que, pelo regimento, a determinação é que a votação seja no painel eletrônico.