Saúde renova certificação de santas casas na região Nordeste do país‏

O Ministério da Saúde concedeu o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS), na área de saúde, a 15 Santas Casas e Hospitais Filantrópicos da região Nordeste do Brasil entre junho e julho deste ano. Estas instituições cumpriram os requisitos necessários à certificação, oferecendo ao Sistema Único de Saúde (SUS) pelo menos 60% de prestação dos serviços com base nas internações hospitalares e atendimento ambulatoriais, além do cumprimento de metas pré-estabelecidas que melhoram o atendimento à população. As portarias que concedem as certificações estão disponíveis no Diário Oficial da União (D.O.U).
As entidades beneficentes desempenham papel relevante para o funcionamento do sistema público e suplementar de saúde no Brasil, correspondendo a cerca de 60% das internações de média e alta complexidade. No âmbito do SUS, o setor filantrópico executa o maior quantitativo de cirurgias oncológicas, neurológicas e transplantes. Com o certificado, as entidades ganham a isenção das contribuições sociais e podem celebrar, entre outras coisas, convênios com o poder público com menos burocracia.
“Estamos trabalhando no fortalecimento das santas casas e hospitais filantrópicos, com foco na qualidade da gestão do SUS e na melhoria do acesso aos serviços. Isso potencializa as ações para estruturação das Redes de Atenção à Saúde e beneficia diretamente milhões de brasileiros”, destacou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
O Governo Federal também está investindo na inserção de ações prioritárias de saúde no conjunto de critérios para a comprovação da prestação de serviços ao SUS para certificar as entidades beneficentes. A pactuação dessas ações ocorre no âmbito dos Estados e Municípios e abrange as áreas de Atenção Obstétrica e Neonatal, Oncológica, Urgências e Emergências, Usuários de Álcool, Crack e outras Drogas e Hospitais de Ensino.
Atualmente, a rede hospitalar beneficente é responsável por 37,98% dos leitos disponíveis no SUS, distribuídos em 6,3 mil estabelecimentos em todo o Brasil. Deste total, 1,7 mil são hospitais beneficentes que prestam serviços SUS e aproximadamente mil são os municípios cuja a assistência hospitalar é formada somente por santas casas e hospitais filantrópicos. A distribuição das entidades beneficentes pelo Brasil se dá da seguinte forma: 63 estão na região Norte, 512 no Nordeste, 161 no Centro-oeste, 1.406 no Sudeste, região mais populosa do País, e 1.169 no Sul.
Em relação aos pedidos de certificação, são 5,6 mil requerimentos atualmente, sendo que 36,51% estão em análise, 63,49% são processos concluídos e 84,85% são processos que tiveram os pedidos deferidos.
PROSUS – As santas casas e hospitais filantrópicos contam ainda com o Programa de Fortalecimento das Entidades Privadas Filantrópicas e das Entidades Sem Fins Lucrativos que atuam na área de saúde (PROSUS), cujo objetivo é, em um prazo máximo de 15 anos, quitar os débitos das entidades aderidas. O programa tem foco nas instituições que estão em grave situação econômico-financeira, que passam a ter concessão de moratória e remissão das dívidas vencidas no âmbito da Secretaria da Receita Federal do Brasil e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Em contrapartida, estas entidades devem ampliar os exames, cirurgias e atendimentos aos pacientes por meio do SUS.
Além de poderem amortizar suas dívidas, as entidades aderidas ao PROSUS recebem certidões que permitem contratar empréstimo junto a instituições financeiras e pactuar a prestação de serviços ao SUS.

UF

MUNICÍPIO

RAZÃO SOCIAL

BA BARREIRAS CASA DE REINTEGRAÇÃO SOCIAL NOVA VIDA
PE RECIFE DESAFIO JOVEM DO RECIFE
BA POJUCA ASSOCIAÇÃO DE PROT A MATERNID E A INFÂNCIA DE POJUCA
BA SÃO FÉLIX IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE SÃO FÉLIX
CE QUIXADÁ SOCIEDADE QUIXADAENSE DE PROTEÇÃO E ASSISTÊNCIA A MATERNIDADE, A INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
BA SALVADOR LIGA BAHIANA CONTRA O CÂNCER
BA ITABUNA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE ITABUNA
CE LAVRAS DA MANGABEIRA ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO E ASSISTÊCIA A MAT E INFÂNCIA
CE ACARAÚ SOC ACARAUENSE DE PROTEÇÃO E ASSIST A MAT E A INFÂNCIA
BA SALVADOR ASSOCIAÇÃO OBRAS SOCIAIS IRMÃ DULCE
CE CASCAVEL SISTEMA DE SAÚDE VICENTINA MARGARIDA NASEAU – SSVMN
CE BREJO SANTO INSTITUTO MADRE TERESA DE APOIO A VIDA
RN APODI ASS DE PROTEÇÃO E ASSIST A MATERNIDADE E A INF DE APODI
PI TERESINA ASSOCIAÇÃO PIAUIENSE DE COMBATE AO CÃNCER
BA JUAZEIRO PRO MATRE DE JUAZEIRO

 

Santas Casas e hospitais beneficentes seguem sem receber pagamento do Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde, por meio do Fundo Nacional de Saúde (FNS), adiou novamente os pagamentos do Teto Financeiro da Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar (MAC) referentes aos atendimentos realizados pelo hospitais em dezembro de 2014.

As Santas Casas e hospitais beneficentes que já amargavam déficits financeiros assustadores, recentemente tiveram um significante atraso nos pagamentos referentes a produção de novembro, causando novas despesas com juros bancários, que ainda não foram quitados. Além disso, foram surpreendidos novamente com o estorno do pagamento da primeira parcela de 2015, que desde o dia 16 de janeiro aparecia no sistema para ser efetivado, mas foi cancelado. Com isso, ontem (21/01) foi efetuado novo empenho, que pode levar até cinco dias para que o pagamento seja efetivado na conta dos gestores estaduais e municipais, e só depois repassado aos hospitais.

O site do FNS, publicou uma nota afirmando que a operacionalização do pagamento do Teto MAC – parcela 01/2015 foi cancelada por motivos operacionais, decorrentes de ajustes nos sistemas internos e pede desculpas pelo inconveniente, contando com a compreensão de todos. Entretanto, para muitos hospitais que já vivenciavam grandes dificuldades, essa pode ser a gota d’agua, de acordo com o diretor-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), Edson Rogatti. “Municípios como Santa Fé do Sul, Barretos, Araçatuba, Franca, Santo Anastácio, Leme, entre outros, estão com problemas no atendimento, porque o repasse não foi efetuado”, relata.

O diretor-presidente acredita que o problema não é do sistema, mas sim da falta de dinheiro do Ministério da Saúde. “Já recebemos os pagamentos em dezembro atrasados, o que gerou novos empréstimos, atraso do 13º salário, diminuição de alguns atendimentos, dentre outros problemas. Agora, já estamos no final de janeiro e não recebemos o que produzimos em dezembro”, explica.

Rogatti afirma que a situação está insustentável. “Há hospitais pagando em torno de R$ 14 mil, por dia, de juros aos bancos. Os pagamentos que antes eram liberados em 72 horas, agora levam até cinco dias para cair na conta. Além disso, o novo pagamento que aparece no sistema agora, que deverá ser efetivado só na próxima semana, não corresponde ao montante correto, pois estão pagando apenas 80% da produção realizada. Onde vamos parar?”, questiona.

“Sabemos que o orçamento de 2015 ainda não foi aprovado e que o Tesouro Nacional não está liberando os repasses. Sabemos também que o Ministério da Saúde está fazendo estas manobras com prazos de emprenho e cancelamentos para ganhar tempo, mas os hospitais não tem mais este tempo”, afirma o diretor-presidente da Fehosp.

A recomendação da Federação é para que os hospitais que enfrentam dificuldades com o pagamento dos funcionários, greves e que estejam na eminência de diminuir ou encerrar atendimentos, procure o Ministério Público Federal, apresente suas contas e suas dificuldades, para que ações sejam tomadas para assegurar a assistência à população. Também estão orientando as instituições a procurarem seus gestores municipais para agilizar os processos de repasse, assim que o dinheiro do FNS for liberado.

A Fehosp está tentando contato com o FNS para obter novas explicações, mas sem sucesso.