Sinais da Lava Jato servem de alerta para Dilma

Folha de S.Paulo

Os investigadores da Lava Jato em Curitiba, em meio a “coincidências infelizes” e arroubos de estrelismo, emitem sinais que deveriam servir de alerta à ex-presidente Dilma Rousseff. A prisão relâmpago de cinco horas de Guido Mantega trouxe a história de que Eike Batista teria recebido um pedido de R$ 5 milhões do ex-ministro para pagar dívidas do PT.

Segundo as palavras de Eike, os recursos eram para o partido “acertar as contas”. A conversa indecente, afirmou, ocorreu no dia 1º de novembro de 2012 em uma reunião no gabinete de Guido Mantega na Fazenda.
Pela versão do ex-bilionário, o ex-ministro não se constrangeu em pedir dinheiro ao PT dentro de uma sala na Esplanada dos Ministérios.

Eike apresentou documentos sobre o repasse feito por ele por meio de João Santana e Mônica Moura.

Pendente de confirmação, o conteúdo da conversa dele com Mantega transforma em piada de salão o vídeo de 2005, raiz do escândalo do mensalão, em que o então servidor dos Correios Maurício Marinho cobra R$ 3.000,00 de propina em diálogo flagrado no prédio da estatal.

Se comprovado, o teor da reunião na Fazenda há quatros anos fragiliza os argumentos de Dilma e aliados de que o esquema da Petrobras não tinha o conhecimento do Planalto.

A agenda oficial de Mantega confirma que ele recebeu Eike em 1º de novembro de 2012. Duas horas antes, o ex-ministro e Dilma despacharam.

A 34º fase da Lava Jato mira sem pudor o elo financeiro do esquema do petrolão e seus laços com o primeiro escalão dos governos petistas.

A investigação mandou para a cadeia o tesoureiro do PT, o marqueteiro do partido, figurões como José Dirceu e agora fecha o cerco ao ex-presidente Lula, réu em duas ações.

Com a cassação do mandato presidencial, Dilma Rousseff perdeu o foro privilegiado que a blindava dos atos de Curitiba. Costuma-se dizer em Brasília que a Lava Jato caminha meses à frente de todos nós.

Dia da língua de sinais será comemorado em Caruaru

A Associação de Surdos de Caruaru – ASSC em parceria com a Secretaria de Políticas Sociais – SCAPS, o Conselho Municipal em defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência – COMUD e o Centro Educacional de Ensino em Libras – CEELI irão realizar nesta sexta-feira (24), na sede da Estação do Governo Presente um Seminário.

O mesmo tem como objetivo conscientizar todos sobre a importância social da Libras para o contexto atual com a oferta de palestras e apresentações em libras. O evento terá inicio às 8h e será aberto a todos os públicos.

Não foi por falta de sinais

Do Blog do Magno

Como desabafo, é compreensível a entrevista que o governador João Lyra Neto (PSB) concedeu aos jornais no fim de semana, mas em termos de novidade nada de bombástico. Lyra foi sincero e afirmativo. Quanto à escolha do seu nome para disputar o Governo duvido que tenha, sinceramente, alimentado alguma expectativa.

Ninguém conhecia melhor a figura e a personalidade do ex-governador Eduardo Campos do que o próprio Lyra. Em nenhum momento, ao longo do processo que precedeu a escolha de Paulo Câmara, Eduardo emitiu qualquer sinal de que poderia escolhê-lo. Pelo contrário, quando falava em nova política, dava o recado da renovação de quadros e ideias.

Sendo assim, por exclusão, João Lyra estava excluído do processo. A escolha do governador como vice na reeleição de Eduardo em 2010 já foi um grande parto. Atrás de uma alternativa, o então governador só veio bater o martelo em torno de Lyra depois de fortes pressões de setores da Frente Popular no apagar das luzes do processo.

Na época, o ex-ministro Fernando Lyra, irmão do atual governador, chegou a ameaçar em levar o PDT para a oposição, num telefonema dado da casa do ex-prefeito Pelópidas Silveira, caso Eduardo insistisse na troca do vice em sua chapa. Razões para desconfiar, João Lyra, portanto, as tinham de sobra.

Como não vive de sonhos nem tem a ilusão da política, que é pior do que a do amor, João Lyra só deve ter imaginado que viria a ser o candidato no lugar de Paulo Câmara por algum momento de alucinação. Política, na verdade, se faz com gestos e Eduardo não era afável nos gestos com Lyra.