Temer diz repudiar vandalismo em protesto em Brasília

Da Folha de São Paulo

O presidente Michel Temer repudiou os episódios de “vandalismo” e “destruição” durante protesto na Esplanada dos Ministérios nesta terça-feira (29).

Em nota, ele ressaltou que a intolerância “não é forma democrática” e não pode ser “instrumento para pressionar” o Congresso Nacional.

“O governo sempre esteve aberto ao diálogo e defende o direito às reivindicações. Mas jamais transigirá com atos de destruição do patrimônio público e privado”, disse.

O presidente também lamentou os ataques feitos a veículos de imprensa. Um carro de uma emissora de televisão chegou a ser depredado e jornalistas foram hostilizados.

“A liberdade de imprensa é um valor central em nossa democracia. O presidente lembra que a mesma Constituição que garante a liberdade de manifestação, protege também a imprensa livre”, afirmou.

Para o peemedebista, o país não pode ser palco de episódios que “disseminam o medo e a intimidação para as famílias e os cidadãos brasileiros”.

“Brasil Popular” declara apoio a impeachment de Temer

A Frente Brasil Popular (FBP) divulgou, na manhã desta terça, uma nota na qual declara apoio ao impeachment do presidente Michel Temer. Segundo a nota, as declarações do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero sobre suposta interferência do presidente em favor de interesses privados do ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima configuram crime de responsabilidade.

A FBP cita ainda o recebimento de recursos não contabilizados pela campanha de Temer à Presidência em 2014 como fundamento para o afastamento do presidente.

“Os crescentes gritos de ‘Fora, Temer’ materializam-se, agora, no incontornável impedimento de seu mandato. Sabedores de que há setores do golpismo urdindo, para esta situação, o plano da eleição indireta de um presidente tampão, dizemos: Fora Temer e tire a mão dos direitos do povo brasileiro”, diz a nota.

A FBP cita ainda as dificuldades econômicas e políticas do novo governo, quedas de ministros, alguns por denúncias de corrupção, além da PEC do Teto, considerada pelos movimentos sociais um retrocesso, como motivos para o afastamento de Temer. Segundo a Frente, desde que chegou ao poder Temer não conseguiu reverter a instabilidade política, um dos fatores que levaram ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

“A saída do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, sexto ministro de Temer a cair, evidencia que a tão prometida estabilidade política e econômica que o presidente Michel Temer prometeu está longe de ser realidade. Além disso, está nítido que a obstrução da Justiça e o envolvimento com corrupção é a regra, não a exceção da equipe ministerial”, diz o texto.

Articulada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final de 2014, a Frente Brasil Popular é composta por mais de 60 movimentos sociais, sindicais e partidos políticos de esquerda. Entre eles CUT, UNE, CMP, PT, PC do B e MST.

Líderes destes movimentos avaliam assinar o pedido de impeachment de Temer preparado pela bancada do PT no Senado e que deve ser apresentado até o início da semana que vem. Será o segundo pedido de afastamento do presidente em uma semana. Na segunda-feira, 28, o PSOL protocolou um documento que aponta supostos crimes de concussão e improbidade administrativa por parte de Temer no episódio que envolve Geddel.

Temer diz que “qualquer fatozinho” abala país

Da Folha de São Paulo

Em meio à maior crise política desde que chegou ao Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer afirmou, hoje, que “qualquer fatozinho” tem o poder no país de causar uma instabilidade institucional.

Em discurso a uma plateia de empresários e investidores, em um hotel na capital federal, ele avaliou, contudo, que as instabilidades são passageiras e “não podem ser levadas a sério”.

Em depoimento à Polícia Federal, o ex-ministro Marcelo Calero, da Cultura, acusou o presidente de tê-lo “enquadrado” na liberação de um empreendimento imobiliário na Bahia no qual o ex-ministro Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, tem um apartamento.

O episódio causou apreensão no mercado financeiro, levou à saída de dois ministros e motivou os partidos de oposição a pedirem o impeachment do presidente,

“É interessante que, de vez em quando, há uma certa instabilidade institucional com um fato ou outro. Como não temos instituições muito sólidas, qualquer fatozinho, me desculpem a expressão, abala as instituições. Então, o investidor fica um pouco assustado. Essas instabilidades são passageiras e não podem ser levadas a sério, e o que deve ser levado a sério é o país”, disse.

No discurso, o presidente disse ainda que o governo federal não deve se impressionar com os movimentos sociais, porque as postulações deles são legítimas. Segundo ele, os protestos de rua também são “legítimos”.

“Não temos que nos impressionar com movimentos sociais, com aqueles que postulam porque são postulações legítimas. Isso só nos faz ficarmos mais atentos ainda para logo alcançarmos o crescimento do país”, completou.

Temer pode escolher nome interino para lugar de Geddel

Irmão do ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) afirma que a tendência é o presidente Michel Temer escolher um nome interino em substituição a Geddel.

O Palácio do Planalto acredita que a substituição passará pelas articulações para presidente da Câmara. O governo busca um nome capaz de agradar o centrão e aliados de Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Dificultando a negociação, o PMDB reivindica a vaga. O partido perdeu o ministro da Cultura e a Secretaria de Governo, com as saídas de Marcelo Calero e Geddel. Calero acusou o segundo de pressioná-lo para liberação de uma obra na Bahia. O nome definitivo viria só em fevereiro.

MP considera entrevista de Temer um desastre

Parte do Ministério Público considerou a entrevista de Temer um desastre, revela Natuza Nery, hoje na coluna da Folha de S.Paulo.

Segundo a colunista, a avaliação é que o presidente admitiu ter cometido advocacia administrativa.

Essa percepção, — continua a colunista — indica o risco de Temer se tornar, ao lado do ex-ministro Geddel Vieira Lima, alvo de um pedido de investigação ao Supremo.

Enquanto isso, o Plano de caciques do Congresso é votar as dez medidas anticorrupção mais ou menos do jeito que estão e aprovar o crime de responsabilidade para juízes e procuradores na lei do abuso de autoridade que tramita no Senado.

Campanha de Dilma pagou funcionários de Temer

Folha de S.Paulo 

A campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT) em 2014 pagou o salário de assessores pessoais de seu vice na chapa e hoje presidente da República, Michel Temer.

Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a chefe de gabinete de Temer e o atual secretário de Comunicação da Presidência foram, por exemplo, remunerados pela “candidata Dilma Rousseff” durante a disputa presidencial, embora o peemedebista tenha registrado uma conta própria na Justiça Eleitoral.

Os dados do TSE colidem com um dos argumentos da defesa de Temer contra o pedido de cassação da chapa pela qual foi eleito: a de que, com uma conta independente, ele não pode ser responsabilizado por eventuais irregularidades cometidas durante a campanha.

Derrotados no segundo turno, o PSDB e seus coligados entraram com três ações de impugnação da chapa Dilma/Temer por abuso de poder político e econômico nas eleições. Nas ações, requerem a posse dos senadores tucanos Aécio Neves (MG) e Aloysio Nunes Ferreira (SP) como presidente e vice.

O processo passa agora por uma fase de complementação de provas. A expectativa é que vá a julgamento pelo plenário do TSE no primeiro trimestre de 2017.

Oposição ataca para manter Temer no centro da crise

Encabeçada pelo PT, a oposição prepara um combo de ações para evitar que a demissão de Geddel Vieira Lima esfrie a crise no Planalto.

Nesta segunda, um grupo de parlamentares vai à PGR pedir que Rodrigo Janot investigue Michel Temer por três crimes comuns, a partir do que admitiu ter dito a Marcelo Calero relacionado ao prédio na Bahia: prevaricação, concussão (exigir vantagem indevida em razão do cargo) e advocacia administrativa (usar o cargo para patrocinar interesse privado).

O grupo também fará requerimento de informação aos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Grace Mendonça (AGU) e Roberto Freire (Cultura) sobre os contatos entre as pastas relativos ao empreendimento.(Painel – Folha de S.Paulo)

Calero confirma gravação “protocolar” com Temer

G1 – Do Fantástico

O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero disse, em entrevista ao Fantástico neste domingo (27), que gravou uma conversa telefônica com o presidente da República, Michel Temer, mas que o seu conteúdo foi “burocrático” e “protocolar”. Ele negou ter gravado qualquer outra conversa com Temer.

Calero contou que fez as gravações por orientação de amigos que tem na Polícia Federal com o intuito de se proteger e “dar um mínimo de lastro probatório” ao que havia relatado.

Sobre as críticas de que teria sido desleal a Temer, Calero se defendeu dizendo que servidor público tem que ser “leal, mas não cúmplice”.

O ex-ministro da Cultura acusou ainda o Palácio do Planalto de começar uma “boataria” para dar a entender que ele teria pedido um encontro com Temer no gabinete da presidência com o único propósito de gravá-lo. Segundo ele, o objetivo da “campanha difamatória” foi “desviar o foco das atenções”.

“Começaram com essa boataria vinda aí do Palácio do Planalto de que eu deliberadamente teria pedido um encontro com o presidente da República para, de maneira ardilosa, sorrateira, gravar essa audiência. Ou seja, entrar no gabinete presidencial com um instrumento, com uma ferramenta, de gravação. Eu preciso dizer que isso é um absurdo. Isso aí só serve para alimentar essa campanha difamatória e desviar realmente o foco das atenções”, disse.

Ele ressaltou que respeita a liturgia dos lugares que frequenta e não faria isso. “Eu jamais entraria no gabinete presidencial, por ser diplomata, por respeitar a liturgia dos lugares que eu frequento, com um ardil, com uma ferramenta sorrateira dessa natureza”, frisou.

Questionado se chegou a gravar alguma conversa com Geddel ou Padilha, Calero disse que não poderia responder a essa pergunta porque “poderia atrapalhar as investigações”. “Eu posso falar que houve as gravações, mas não posso falar dos interlocutores”, afirmou.

Calero contou que teve três conversas presenciais com Temer a respeito do tema, sendo que, na última, o presidente relatou a ele que a decisão tomada pelo Iphan de barrar a obra havia causado “dificuldades operacionais” porque Geddel “teria ficado muito irritado com essa decisão”.

Segundo o ex-ministro da Cultura, Temer recomendou que o caso fosse encaminhado à Advocacia Geral da União, comandada pela ministra Grace Mendonça.

“Em menos de 24 horas, todo aquele respaldo que ele [Temer] me havia garantido, ele me retira. Me determina que eu criasse uma manobra, um artifício, uma chicana como se diz no mundo jurídico, pra que o caso fosse levado à AGU. E aí, eu não sou leviano, não sei o que que a AGU faria. Não sei se a ministra Grace estava ou não sabendo, enfim, não posso afirmar isso categoricamente. Embora tenha indícios”, disse.

Calero também relatou a conversa que teve com o ministro Padilha sobre o assunto e afirmou que ficou impressionado pelo fato de que “altas autoridades da República perdiam o seu tempo em favor de um assunto paroquial”.

Segundo o ex-ministro, ele se deu conta de que não poderia mais ficar no cargo depois que um assessor muito próximo do Temer ligou pedindo que o caso fosse direcionado para a AGU. “E aí eu [pensei]: bom, realmente, o presidente quer que eu interfira nesse processo”, disse.

.Procurado pelo Fantástico, o ex-ministro Geddel Vieira Lima disse que não tem mais nada a comentar sobre o caso. A assessoria da Casa Civil informou que o ministro Eliseu Padilha não falaria sobre as declarações de Calero

Esse Calero enlouqueceu, diz Maia, sobre Temer

Folha de S.Paulo 

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acusou o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de ter “enlouquecido” e disse que “não é perfil” do presidente Michel Temer fazer pressão sobre aliados. “Esse Calero enlouqueceu. Michel não faz isso. Não acredito, não é perfil do Michel”, afirmou Maia nesta quinta-feita (24) à Folha.

O líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM), foi na mesma linha: “Conheço o Temer há mais de 20 anos e esse tipo de conduta não é própria dele. Nunca vi ele agir dessa forma”.

As declarações dos dois deputados são uma resposta ao depoimento de Calero à Polícia Federal em que o ex-ministro diz que Temer o “enquadrou” no intuito de encontrar uma “saída” para a obra de interesse do ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).

empreendimento La Vue Ladeira da Barra, embargado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em Salvador, está no centro da mais recente crise envolvendo o Palácio do Planalto. Na semana passada, Calero pediu demissão após acusar, em entrevista à Folha, Geddel de “pressioná-lo” para que o órgão de patrimônio vinculado ao Ministério da Cultura liberasse o projeto imobiliário onde o ministro adquiriu uma unidade.

“Que na quinta, 17, o depoente foi convocado pelo presidente Michel Temer a comparecer no Palácio do Planalto; que nesta reunião o presidente disse ao depoente que a decisão do Iphan havia criado ‘dificuldades operacionais’ em seu gabinete, posto que o ministro Geddel encontrava-se bastante irritado; que então o presidente disse ao depoente para que construísse uma saída para que o processo fosse encaminhado à AGU [Advocacia-Geral da União], porque a ministra Grace Mendonça teria uma solução”, disse Calero, segundo a transcrição do depoimento enviado ao Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria-Geral da República.

Em seguida, o ex-ministro da Cultura afirma que Temer encarava com normalidade à pressão de Geddel, articulador político do governo e há mais de duas décadas amigo do presidente da República.

“Que, no final da conversa, o presidente disse ao depoente ‘que a política tinha dessas coisas, esse tipo de pressão'”, prossegue Calero.

Na sequência, o ex-ministro afirma que se sentiu “decepcionado” pelo fato de o próprio presidente da República tê-lo “enquadrado”.

“Que então sua única saída foi apresentar seu pedido de demissão”, declara Marcelo Calero.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), afirmou ter certeza de que Temer dará “as explicações necessárias”.

Ele destacou, no entanto, desconhecer detalhes do depoimento de Calero. “Não vou fazer pré-julgamento em função de uma declaração dada por um ministro que acabou de se demitir. Vamos aguardar a posição do presidente Michel Temer”, disse.

“Acho que precisamos aguardar a manifestação da Presidência sobre essa revelação, na confiança absoluta da conduta honrada e republicana do presidente Michel Temer”, afirmou o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA).

Para Planalto, crise antes localizada já é generalizada

Folha de .S.Paulo 

envolvimento do presidente Michel Temer na turbulência política envolvendo o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, ampliou o tamanho da crise governamental enfrentada pelo Palácio do Planalto desde a semana passada.

Para auxiliares e assessores presidenciais, em conversas reservadas, um problema que antes era localizado, focado em apenas um ministro, tornou-se “generalizado”, ameaça afetar diretamente a imagem pública do presidente e dá pretexto para os partidos de oposição pedirem o impeachment do peemedebista.

Nas palavras de um aliado do presidente, ele poderia ter evitado o agravamento do quadro atual caso tivesse afastado o ministro do cargo, dando um exemplo de “punição pública”. Agora, contudo, o diagnóstico é que, caso o afaste, o presidente estaria “assinando um atestado de culpa”.

Com a manutenção de Geddel, a estratégia adotada nesta quinta-feira (25) pelo Palácio do Planalto tem sido a de minimizar o conteúdo do depoimento do ex-ministro Marcelo Calero e desqualificar a sua imagem pública, iniciando um enfrentamento contra ele sob o argumento de que ele compreendeu errado os diálogos com membros do governo federal.

O discurso adotado é que Temer não precisaria pedir para modificar a decisão do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), uma vez que, como presidente, poderia mandar alterá-la. E que, no fim, a decisão de manter a decisão técnica foi mantida.

Calero disse em depoimento à Polícia Federal que o presidente o “enquadrou” no intuito de encontrar uma “saída” para a obra de interesse de Geddel.

empreendimento La Vue Ladeira da Barra, embargado pelo Iphan em Salvador, está no centro da mais recente crise envolvendo o Palácio do Planalto.

Na semana passada, Calero pediu demissão após acusar Geddel de “pressioná-lo” para o que o órgão de patrimônio vinculado ao Ministério da Cultura liberasse o projeto imobiliário onde o ministro adquiriu uma unidade.

Segundo Calero, Temer encarava com normalidade a pressão de Geddel, articulador político do governo e há mais de duas décadas amigo do presidente.