Base de Temer vai comandar 81% do eleitorado do País

O Estado de S.Paulo

Os partidos que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff e hoje formam a base do governo de Michel Temer vão comandar 81% do eleitorado do País.

O resultado consolida uma ampla base municipal formada pelas legendas com assento na Esplanada e, ao mesmo tempo, revela a ampliação do espaço dos partidos nanicos.

Das 57 municípios onde houve segundo turno, siglas aliadas ao governo elegeram 46 prefeitos – sendo 12 em capitais. Ao todo, contando o resultado do primeiro turno, foram 4.446 eleitos. A conta inclui PMDB, PSDB, PSD, PP, PSB, PR, DEM, PTB, PPS, PRB e PV.

Temer e União Europeia: acordo mais próximo

Folha de S. Paulo 

Com a recente retomada das negociações entre o Mercosul e a União Europeia, o governo espanhol avalia que a gestão do presidente Michel Temer facilitará um acordo de livre-comércio entre os dois blocos econômicos.

A Presidência de Mauricio Macri na Argentina também contribuiria a esse cenário.

“Houve um salto muito importante, e para melhor, na relação entre Espanha e Brasil”, disse à Folha Jaime García-Legaz, secretário de Estado de Comércio espanhol.

“Isso permite que, no plano político, possa haver um avanço mais rápido.”

O pulo é significativo porque a Espanha é um dos principais defensores do acordo entre Mercosul e União Europeia, em oposição, por exemplo, à França.

O premiê espanhol, Mariano Rajoy, que não tinha relações estreitas com o PT, tem se aproximado de Temer. Ambos se reuniram na China, durante a cúpula do G20, e Temer foi convidado para uma visita oficial à Espanha.

“Os governos anteriores [do Brasil e da Argentina] eram mais relutantes e viam esse acordo com menos entusiasmo”, afirma García-Legaz. “A mudança política foi o fator determinante”.

Temer quer Jucá como líder do governo no Congresso

O presidente Michel Temer deve convidar o senador Romero Jucá (PMDB-RR) para assumir o cargo de líder do governo no Congresso Nacional. O Palácio do Planalto quer reforçar sua posição no Legislativo e vê o peemedebista como um negociador habilidoso. Atual ocupante do cargo, Rose de Freitas (PMDB-ES) já havia manifestado desejo de deixar a função. Com o rearranjo do tabuleiro, o Ministério do Planejamento seguiria, inicialmente, sob a batuta do economista Dyogo Oliveira. A informação é de Natuza Nery, na coluna Painel, da Folha de S.Paulo desta quinta-feira.

Informa ainda que o centrão traçou seu roteiro na disputa pela presidência da Câmara: vai buscar PSDB e DEM e sugerir uma candidatura única.

“Se não der certo, poderá dizer que trabalhou pela unidade antes de apresentar seu candidato — e ainda colocará nos tucanos a culpa pelo racha.”

Paulo conversa com Temer sobre demandas do Nordeste

O governador Paulo Câmara avaliou como “positiva” a primeira audiência de trabalho com o presidente Michel Temer, com quem almoçou, hoje, no Palácio do Planalto. “O presidente Temer se colocou à disposição para aprofundar as questões não apenas de Pernambuco, mas também do Nordeste, diante da crise econômica, do desemprego e da seca. O presidente, inclusive, tomou a iniciativa de fazer encaminhamentos junto aos ministros”, informou Paulo, que entregou a Temer uma carta na qual relaciona obras e projetos de interesse do Estado e da região. O vice-governador Raul Henry também participou da conversa.

Entre os projetos citados por Paulo no documento, estão a inclusão do Aeroporto dos Guararapes, da BR-232 e do Arco Metropolitano no pacote de concessões federais; a devolução da autonomia do Porto de Suape; a adequação e duplicação da BR-423 no trecho entre São Caetano e Garanhuns, a retomada das obras da Ferrovia Transnordestina e a conclusão da Refinaria Abreu e Lima.

O governador Paulo Câmara também solicitou ao presidente Michel Temer o início da construção do Ramal do Agreste e a aceleração da Adutora do Agreste – obras que integram a Transposição das águas do Rio São Francisco. “Falei para o presidente que estamos no sexto ano consecutivo de seca, o que agrava ainda mais os efeitos da crise econômica sobre a população do Nordeste”, explicou o governador de Pernambuco.

Além das concessões federais e das obras, Paulo registrou dois problemas que afetam fortemente os Estados e precisam de uma articulação para o seu enfrentamento: o aumento da violência e a crise no sistema prisional. “Sem uma atuação conjunta, da União, Estados, Municípios e demais Poderes da República, não teremos um sucesso perene no combate à criminalidade”, ponderou.

Odebrecht: partidos já discutem queda de Temer

Folha de S.Paulo

A possibilidade de o governo de Michel Temer (PMDB-SP) não conseguir atravessar a turbulência da delação premiada da empreiteira Odebrecht passou a ser considerada e discutida entre lideranças de partidos diversos como o PSDB e o PT.

Alternativas a Temer passaram a ser aventadas e até nomes que poderiam ser eleitos pelo Congresso Nacional, num pleito indireto, em 2017, são citados.

Entre eles está o de Fernando Henrique Cardoso e até o de Nelson Jobim, ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal).

Jobim, que foi ministro dos governos FHC, Lula e Dilma, teria a vantagem de circular por todos os principais partidos, conseguindo um mínimo consenso em caso de crise extrema. E um problema: ele foi contratado pela Odebrecht e atuou como consultor da empresa quando ela começou a ser investigada naOperação Lava Jato.

Em 2017, no entanto, a Odebrecht já teria encerrado a delação, com o pagamento de pesadas multas e a punição de seus dirigentes.

As dúvidas em relação à capacidade de o governo Temer aguentar o maremoto que se anuncia surgiram depois de informações de que a delação da empreiteira pode atingir os três principais auxiliares do presidente: Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil, Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, e Moreira Franco, do Programa de Parcerias de Investimentos. O próprio Temer estaria citado.

A delação, que deve ter mais de uma centena de parlamentares citados, pode incluir também o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), segundo pessoa próxima às negociações da empresa com o Ministério Público Federal. Ele não se manifesta.

Brics: Temer e Marcela embarcam para Índia e Japão

Do G1, em Brasília

O presidente da República, Michel Temer, e a primeira-dama Marcela Temer decolaram no início da madrugada desta sexta-feira (14) para uma viagem de uma semana à Índia e ao Japão. Esta é a quarta viagem internacional do peemedebista desde que ele assumiu efetivamente o comando do Palácio do Planalto. Temer vai à Índia participar do encontro de cúpula do Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Os chefes de Estado dos cinco países vão se encontrar na cidade indiana de Goa nos dias 15 e 16.

Segundo a assessoria de imprensa da Presidência, além da cúpula do Brics, o chefe de Estado brasileiro se reunirá, no dia 17, com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. Embaixadora do programa Criança Feliz, Marcela faz sua estreia em viagens oficiais ao exterior. Na Índia, ela irá participar de um evento com as primeiras-damas dos países do Brics.

Além de Temer e Marcela, a comitiva brasileira é composta pelos ministros José Serra(Relações Exteriores), Henrique Meirelles(Fazenda) e Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços) e pelo secretário do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), Moreira Franco.

Temer tenta reconquistar PSDB via Fernando Henrique

A visita do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao presidente Michel Temer, em Brasília, a convite, não foi apenas um reencontro de amigos e para o chefe da nação ouvir dicas de quem passou pelo cargo.

A interlocução com o PSDB no Congresso voltou ao zero, e nem Temer tampouco os ministros conseguiram a reaproximação com Aécio Neves, que desconfia de que o PMDB não vai cumprir acordo para 2018. O PMDB precisa hoje do PSDB na base para aprovar projetos importantes.

Ao nivelar a interlocução ‘por cima’, Temer pode ter piorado a situação. Mas ao lado dele estão os ministros tucanos Bruno Araújo (Cidades) e José Serra (Itamaraty) para tentar aparar as arestas dentro do tucanato.

O acordo informal do PMDB com PSDB é Temer apoiar o senador tucano na candidatura à Presidência em 2018 e indicar um vice. Se Aécio se confirmar candidato.

Vitória de Temer: PEC do Teto aprovada em 1º turno

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (10) o texto base da proposta de emenda à Constituição que congela os gastos federais pelos próximos 20 anos, prioridade legislativa do governo Michel Temer para 2016.

O resultado —366 votos a favor, 11 contra, com 2 abstenções— foi obtido com o empenho pessoal do presidente da República, o que incluiu um jantarpara mais de 200 deputados na noite deste domingo (10).

Temer ainda exonerou três ministros —Fernando Coelho (Minas e Energia), Bruno Araújo (Cidades) e Marx Beltrão (Turismo)— para que reassumissem suas cadeiras de deputados federais e votassem pela aprovação da iniciativa.

A chamada PEC do Teto obteve, assim, 58 votos a mais do que o mínimo necessário (308).

A Câmara votará ainda nesta segunda-feira nove emendas de bancada que podem alterar a PEC. Após essa fase, o texto tem que passar ainda por uma segunda votação, provavelmente na última semana de outubro. Depois disso, segue para análise do Senado.

EMBATE

Nos discursos em plenário, os deputados aliados de Temer pregaram a necessidade da medida sob o argumento de que ela é imprescindível para o equilíbrio das contas públicas. Já a oposição (PT, PDT, PC do B, PSOL e Rede) bateu na tecla de que o novo regime fiscal irá cortar investimentos, principalmente nas áreas de educação e saúde.

“O governo Dilma Rousseff aprofundou toda essa crise que estamos vivendo. O modelo atual é o do discurso fácil. O país precisa de medidas enérgicas”, afirmou Danilo Forte (PSB-CE), que presidiu a comissão especial da proposta. “[A PEC] é a busca da recomposição da credibilidade do Brasil, necessária para a retomada dos investimentos”.

Também favorável, o líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (PMDB-SP), apelidou a proposta de “PEC da responsabilidade” em contraponto à oposição, que chama a medida de “PEC da morte”. “Se queremos um país nos trilhos, precisamos confirmar a PEC numa grande votação”.

Marcos Pestana (PSDB-MG), aliado do senador Aécio Neves, disse que a não aprovação da proposta levaria ao “caos”. “Temos que aprovar. Se não é a travessia para o abismo”.
Representando a oposição, Henrique Fontana (PT-RS) acusou a situação de apressar a votação para evitar debate —os parlamentares alinhados com o governo derrubaram seu próprio pedido de retirada de pauta como estratégia para prejudicar requerimentos da oposição.

“Se essa emenda fosse de fato a solução do Brasil, imagino que gostariam de debater dois dias aqui. Eles têm medo de que o debate desloque votos de deputados que ainda estão indecisos. Essa emenda aprofunda a recessão e o desemprego”, disse.

Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) foi muito mais enfático. “Caras de pau, caras de pau! Devem, não sabem que devem e querem ainda tomar mais do trabalhador”, discursou. “E o pior de tudo, com a complacência e a conivência de grande parte deste plenário, que ontem esteve num lauto jantar no Palácio da Alvorada. E querem o quê? Querem pegar aquela faca e traduzir em punhais para apunhalar os trabalhadores. (…) É tudo mentira! É tudo falácia! É tudo safadeza!”

O argumento de que a PEC não atinge o pagamento com juros da dívida pública também foi recorrente na oposição. Orlando Silva (PCdoB-SP) afirmou que “é lógico” que é necessário congelar todas as despesas. “O que não dizem é que metade do Orçamento é financeiro, é para pagar juros. Votar essa matéria é atacar carreiras fundamentais para o estado brasileiro”.

PISO

A proposta votada nesta segunda restringe as despesas do governo ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) dos 12 meses anteriores, e tem duração de duas décadas, com possibilidade de mudança na forma de limitar os gastos a partir do décimo ano.

O texto final prevê maior folga em saúde e educação. Nessas duas áreas, a correção do piso dos gastos só valerá a partir de 2018, ou seja, o ano base levado em conta para cálculo do quanto poderá ser gasto a mais será 2017, quando se espera que a receita seja mais alta que em 2016.

Além disso, o relatório estabelece ainda que a base de cálculo do piso da saúde em 2017 será de 15% da receita líquida, e não de 13,7%, como previa o texto original.

A mudança permitirá um piso de cerca de R$ 113,7 bilhões na área no ano que vem, ou seja, R$ 10 bilhões a mais do que estava previsto inicialmente.

MAGISTRADOS

Além das críticas recebidas da PGR (Procuradoria-Geralda República) semana passada, a PEC também é alvo de ataques por parte da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros).

Em nota, a associação chama a proposta de “atentado ao Judiciário e à sociedade brasileira”, acrescentando ainda que ela “fere a autonomia entre os poderes”. “A PEC é uma punição à sociedade, quando impõe aos cidadãos um regime fiscal severo com o intuito de pagar uma conta que é resultado da corrupção”.

O texto da AMB diz ainda que a situação econômica do país decorre do “desgoverno” e deveria ser solucionada com “ações que cobrem os responsáveis”. “Parte da classe empresarial que sonega impostos, frauda licitações e usa caixa dois deveria arcar com o custo dessa crise, e não a sociedade, não o serviço público, magistratura, Ministério Público, Polícia Federal, entre outras categorias que serão altamente prejudicadas”

Temer exonera mais um ministro em favor da PEC

Para garantir mais um voto a favor da PEC dos gastos públicos, o presidente Michel Temer exonerou na tarde desta segunda-feira (10) o ministro Marx Beltrão (Turismo), que reassume a cadeira de deputado federal para votar pela aprovação da iniciativa.

Como Beltrão assumiu o ministério da semana passada, ainda não havia nenhum suplente em sua vaga (a Câmara estava com um deputado a menos).

Pela manhã, já haviam sido publicadas as exonerações de dois outros ministros: Fernando Coelho (Minas e Energia) e Bruno Araújo (Cidades). A informação já havia sido adiantada pela coluna “Painel” nesta segunda (10).

Os suplentes dos dois ministros, que estavam exercendo o mandato, estavam indecisos em relação à votação por causa da disputa política pela Prefeitura de Recife e sinalizavam que poderiam deixar de votar hoje. São eles: Creuza Pereira (PSB-PE) e Severino Ninho (PSB-PE).

Os dois suplentes dos ministros, que estavam exercendo o mandato, estavam indecisos em relação à votação por causa da disputa política pela Prefeitura de Recife e sinalizavam que poderiam deixar de votar hoje. São eles: Creuza Pereira (PSB-PE) e Severino Ninho (PSB-PE).

Fernando Coelho e Bruno Araújo decidiram, então, acertar com o presidente Temer a exoneração para participarem da votação e, com isso, pouparem os dois deputados pernambucanos. O candidato de Creuza Pereira e Severino Ninho, o atual prefeito Geraldo Julio (PSB-PE), disputa o segundo turno da eleição municipal com o petista João Paulo.

Os ministros avisaram os dois parlamentares da exoneração com antecedência. Depois da votação, eles vão reassumir sues postos nos ministérios de Minas e Energia e Cidades.

O governo Temer acredita que já tem mais de 350 votos, acima dos 308 necessários, para aprovar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que cria o teto dos gastos públicos.

Jantar: Temer pede aprovação à PEC do teto

Do G1, em Brasília

O presidente da República, Michel Temer, ofereceu na noite deste domingo (9), no Palácio da Alvorada, um jantar a deputados que integram partidos da base aliada para pedir a eles que aprovem no plenário da Câmara a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o aumento dos gastos públicos.

O projeto, enviado pelo governo no primeiro semestre, estabelece que as despesas da União só poderão crescer, pelos próximos 20 anos, conforme inflação do ano anterior. A partir do décimo ano, contudo, o presidente da República poderá propor ao Congresso Nacional uma nova fórmula.

Entre os presentes ao jantar deste domingo estavam os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), além dos líderes de PSDB, Antonio Imbassahy (BA); PMDB, Baleia Rossi (SP); PSD, Rogério Rosso (DF); DEM, Pauderney Avelino (AM); e PTB, Jovair Arantes (GO).

Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Dyogo Oliveira (Planejamento), Mendonça Filho (Educação) e Ronaldo Nogueira (Trabalho), entre outros, também estavam no encontro. Ao todo, estavam presentes 215 parlamentares, com 31 esposas, e outras 33 pessoas, entre ministros e assessores do governo.

A PEC que limita o aumento dos gastos públicos já foi aprovada pela comissão especial da Cãmara que a analisava e agora deve ser votada, em dois turnos, no plenário. A expectativa do Palácio do Planalto é garantir a aprovação do texto em primeiro turno ainda nesta semana.

Conforme a assessoria de Temer, o objetivo do jantar deste domingo foi reforçar com a base aliada a importância da aprovação da PEC para o equilíbrio das contas públicas – para seguir para o Senado, a proposta precisa ser aprovada por pelo menos 308 deputados.

Chegada ao Alvorada
Ao chegar ao Palácio da Alvorada para se reunir com Temer, o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), falou com os jornalistas. Segundo ele, a expectativa entre os partidos da base é que 350 deputados votem a favor da PEC.

O relator da PEC na Câmara, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), afirmou em seu parecer que a proposta prevê que o salário mínimo (referência para mais de 48 milhões de pessoas)deixará de ter aumento real (acima da inflação) se o limite de despesas fixado pelo governo for superado.