“É do conhecimento de todos que a atual crise econômica brasileira tem criado enormes dificuldades para a maioria dos estados e municípios. Em sendo assim, alguns governadores e prefeitos buscam receitas de várias formas, e uma delas é a venda de imóveis e outros ativos.
No caso de Caruaru, entendo que o prefeito José Queiroz enfrentará enormes dificuldades para concretizar a venda dessa área do Colégio Álvaro Lins, ainda que, com a devida e necessária aprovação da Câmara Municipal.
Primeiro: trata-se de uma escola simbólica – a maior… e sempre foi uma referência da rede municipal…
Segundo: há um um forte sentimentalismo por parte dos ex-alunos (profissionais liberais, professores, empresários), dentre tantos que não concordarão com essa ideia…
Terceiro: a justificativa de que se trata de uma área que não é utilizada, me parece ser um argumento sem aderência – os pais, os alunos, os munícipes, se consultados, responderão: bom, então que a prefeitura nos convoque para colaborarmos na elaboração de projetos para a área, que atendam às necessidades dos alunos, professores e comunidade em geral.
Essas preocupações vão aflorar, até porque não houve, pelo que sei, nenhuma discussão prévia com os vários seguimentos da sociedade sobre esse assunto – (acho que a discussão, nesse caso, não deve se limitar única e exclusivamente aos debates na Câmara Municipal).
É necessário que as razões sejam bem postas; que as justificativas do chefe do executivo sejam conhecidas de todos os munícipes; e que os argumentos sejam convincentes.
Por fim, um assunto tão importante como esse, num ano de eleição municipal, no último ano da atual administração, é recomendável, para que não haja nenhuma dúvida do ato, que não se sobrecarreguem os edis. A responsabilidade deve ser compartilhada com toda a sociedade, abrindo-se, portanto, os debates com as várias instituições que a representam.
Esta é a minha opinião.”
Tony Gel