População deve acionar a Defesa Civil em caso de rachaduras

Durante o dia de ontem (03), a população caruaruense voltou a sentir tremores de terra no município. O Laboratório Sismológico da UFRN, responsável pelo monitoramento das estações, confirmou o registro da atividade sísmica, que é cíclica e passa por períodos de intensa atividade e de calmaria.

De acordo com o Laboratório, é impossível prever a evolução dos abalos. Desta forma, a Defesa Civil de Caruaru vem lembrar à população, que caso os abalos voltem a se repetir, e seja verificada alguma rachadura nas paredes ou até mesmo áreas comprometidas com risco de desabamento, o órgão deve ser acionado pelos telefones (81) 3701-1173/1174.

Tremores de terra são sentidos pela população em bairros de Caruaru

Do G1 Caruaru

Moradores sentiram alguns tremores de terra em bairros de Caruaru, Agreste de Pernambuco, na tarde desta terça-feira (3). O Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN) – responsável pela região – comunicou que registrou abalos sísmicos simultâneos e um deles atingiu a magnitude de 2.0.

Várias estações registraram o fenômeno, em Riachuelo, Livramento, Rio Formoso e Caruaru. “O evento principal, de magnitude preliminar 2.0, ocorreu às 14:51 UTC (11:51, hora local) e foi precedido por um tremor de magnitude 1.6. Um outro evento, de magnitude preliminar 1.7, ocorreu às 15:30 UTC (12:30, hora local). (…) Há informações, não confirmadas, de que o tremor teria sido sentido em São Caetano e Toritama”, informa o LabSis/UFRN em nota.

Pessoas deixaram casas
O G1 entrou em contato com alguns moradores que ficaram assustados com o evento. “Fazia muito tempo que eu não tinha sentido. Estava lavando os pratos e fiquei com muito medo. Deixei tudo e corri para o meio da rua. Foram muitas pessoas deixando as casas e os prédios, com receio de que algo maior acontecesse”, comenta a dona de casa Eliene Silva, de 45 anos, que mora no Bairro São João da Escócia.

A Defesa Civil pede que a população se tranquilize, já que este tipo de fato não representa risco de catástrofe. Coordenador da instituição, José Keldari Quintino afirma que os abalos são “de baixa proporção, por isso, algumas pessoas percebem o fenômeno e outras, não”. Segundo a instituição, em último registro, tremor no município havia atingido dois graus na Escala Richter.

Altas temperaturas
Fenômenos do tipo são corriqueiros na história sismológica da localidade, conforme explica o físico Neymar Costa, do o LabSis/UFRN. “Nós estamos em uma grande placa, a Sulamericana, e toda ela tem falhas geológicas. Ela faz parte de uma camada rígida que envolve todo o globo. O magma, a parte líquida, está sob pressão devido às altas temperaturas, por isso há movimento no interior da Terra. E as tensões são aliviadas através da liberação de energia [resultando nos tremores]. No lineamento Pernambuco, por exemplo, há uma grande falha que está sob constante tensão”.

Em nota, o LabSis/UFRN informa que “é impossível prever a evolução da atividade sísmica, isto é, se se trata de um espasmo ou se é o início de uma nova fase de intensa atividade sísmica, como ocorreu algumas vezes em Caruaru”. Sobre a relação entre tremores de terra e a falta ou a vinda de chuva, o físico Neymar Costa diz que isto pode desencadear o fenômeno dos abalos. Contudo, “são muitos os fatores e não se pode precisar, neste caso, se foi por isso. Para se entender, quando o volume de água aumenta ou diminui, ocorre o aumento ou o alívio da tensão. Quando alivia em um local, aumenta em outro”.