Tendência MAIS emite nova sobre PT de Caruaru

Nota:

Mais que um partido que paute sua independência pela oferta ou não de cargos em um governo que ajudou a eleger, o PT tem a obrigação histórica de contribuir para a melhoria de vida e a elevação de consciência de cidadã, através de uma atuação sistemática na luta dos movimentos sociais, na construção de um partido de esquerda forte e na capacidade de agir concretamente para a construção de políticas públicas pautadas pelo diálogo aberto e franco com entidades representativas, organizações populares e a sociedade como um todo e não somente com governos.

Acreditamos que o PT deve ser o espaço de organização daquelas e daqueles que se propõem o desafio de pensar fora dos paradigmas atuais aglutinando todas e todos os que estão empenhados em impulsionar o surgimento de uma nova Cultura Política em que não caibam mais o clientelismo, a barganha, o conservadorismo excludente e uma sociedade de exploradores e explorados.

Por acreditar nessa vocação do PT, empreendemos diversos esforços em favor da unidade do partido em Caruaru, abdicando inclusive de termos candidaturas próprias nas eleições de 2012 à Câmara de Vereadores e no PED (Processo de Eleições Diretas) de 2013, quando aderimos à chapa única que se propunha a dar uma maior institucionalidade e organização ao partido, na esperança que o conjunto de suas forças internas dialogassem sobre questões concretas, como ter uma sede, realizar debates sobre as questões relevantes para a conjuntura local, organizar as finanças partidárias e realizar campanhas de filiação direcionadas àquelas e àqueles que desejam construir uma alternativa mais avançada para a sociedade. Infelizmente, nesses últimos 15 meses, apenas um debate pautou a atuação do campo que dirige majoritariamente o PT em Caruaru: cargos.

Objetivo pelo qual se tenta promover uma verdadeira perseguição política no âmbito municipal, deslegitimando a militância que vem construindo na prática aquilo que o PT defende e se jogando no isolamento político que só beneficia forças que sempre utilizaram o PT como força auxiliar aos seus projetos sem permitir o nosso protagonismo na implementação de políticas públicas que se pautem pelos debates feitos pelos setoriais ou como legenda de lançamento de candidaturas sem nenhuma identidade com a História do partido.

Nossos sonhos não cabem numa prática mesquinha em que nos achemos as donas e donos da razão, a ponto de nos isolarmos de todas e todos ao redor, perigo este que deu à História capítulos tristes, em que o diferente se tornou tão temido a ponto de ser perseguido só por ser diferente! Pelo contrário. Somos a militância que “no centro da própria engrenagem, inventa a contra mola que resiste”. Dialogamos com o que existe na realidade, apontando o rumo onde queremos chegar, paulatinamente trabalhando no convencimento e não na castração dos diferentes, pois não nos cabe agir sob (pre)conceitos que combatemos.

Queremos uma sociedade que respeite a diversidade, não admita os preconceitos, construa coletivamente o caminho da fartura para todas e todos e do respeito ao espaço que cada uma e cada um deseje construir! Para isso, estamos dispostas e dispostos a colaborar em todas as frentes em que a luta exigir!

Nesses 35 anos, a sociedade avançou muito e com a decisiva contribuição do PT. Mas é preciso avançar ainda mais: Acabar com a confusão entre a opinião pública e a opinião publicada, radicalizar na democracia com participação de todas e todos, promover ampla capacidade de produção e  trabalho, atingir excelência na prestação de serviços públicos e socializar ainda mais os bens materiais, científicos e culturais.

Para isso, nada de repetir os mesmos erros, nada de se prender às formas tradicionais de organização. É preciso reinventar o PT e oxigenar essa que é a melhor ferramenta já criada pelas trabalhadoras e trabalhadores do Brasil na luta pela superação das desigualdades!

Viva o PT em seus 35 anos! Que nossa luta continue a influenciar a vida do povo de Caruaru, de Pernambuco e do Brasil!

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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