Pedro Augusto
A partir da sexta-feira (1º), a Associação das Empresas de Transportes de Passageiros de Caruaru (AETPC) passará a aplicar punições para quem utilizar indevidamente os cartões Leva. Com o sistema de biometria facial, que vem sendo testado pela entidade desde o início de abril, agora, caso sejam flagrados usando os bilhetes de terceiros, os passageiros infratores terão o serviço bloqueado. Além de terem o cartão suspenso pelo período inicial de 30 dias – reincidentes o prazo redobra -, quando voltarem a usufruir do sistema, eles ainda serão submetidos ao pagamento de multa no valor de 10 tarifas: R$ 21. De acordo com o diretor institucional da AETPC, Ricardo Henrique, a biometria tem como foco principal os usuários com direito à gratuidade e meia tarifa.
“Podemos afirmar que ela é hoje a mais moderna ferramenta em termos de identificação de fraudes da categoria. Para se ter ideia, após o início da monitoração por parte da biometria, contabilizamos quase 1.000 irregularidades. Elas corresponderam àqueles idosos que repassaram os cartões a pessoas mais jovens e sem gratuidade, àqueles estudantes que os disponibilizaram para outros, mas ainda sem posse dos cartões, bem como àqueles portadores de necessidades especiais que emprestaram o seu benefício a parentes. Fazemos questão de ressaltar que esse sistema não foi implantado para tirar o direito de ninguém, mas, sim, para disciplinar os infratores”, explicou Ricardo.
Atualmente, 130 veículos estão compondo a frota de ônibus com circulação em Caruaru. Deste montante, pelo menos 100 já se encontram com o sistema de biometria em operação. “Na prática, ela funciona da seguinte forma: quando o usuário introduz o cartão no equipamento de identificação, automaticamente verificamos na nossa central se ele está sendo utilizado pelo o seu proprietário. Ou seja, quem realizou o cadastramento inicial. Isso tudo só pode ser observado porque contamos com câmeras nos ônibus. Se a infração for constatada, o bilhete é bloqueado e o passageiro terá de se dirigir posteriormente à sede da AETPC”, acrescentou o diretor.
Esta última funciona em horário comercial, de segunda a sexta-feira, no 9º andar do Empresarial Difusora, no bairro Maurício de Nassau. De acordo ainda com o diretor da AETPC, a má utilização dos cartões Leva vem causando alguns prejuízos à categoria. “Na medida em que essas pessoas usam de forma inadequada o serviço, toda a categoria acaba sentindo o impacto negativo. Não me refiro somente à queda da arrecadação financeira, mas também ao desrespeito àqueles passageiros que utilizam o bilhete de forma correta. Ora, se eles vêm cumprindo com o que está determinado no decreto municipal da bilhetagem eletrônica, porque os outros usuários não podem fazer o mesmo?”, questionou Ricardo Henrique.
Após a implantação da biometria facial, o próximo da AETPC será contar com o serviço de GPS nos ônibus. “Com ele, teremos a possibilidade de monitorar de uma forma mais eficaz o nosso sistema. O motorista, por exemplo, que andar acima de velocidade permitida ou praticar qualquer outra infração, será identificado pela tecnologia. Os passageiros também poderão localizar o ônibus desejado através da internet. O serviço passará a funcionar muito em breve”, finalizou o diretor.