Danilo Gentili volta a atacar senadora em emissora de rádio

O apresentador de TV Danilo Gentili segue ironizando o episódio em que chamou a senadora Regina Sousa (PT-PI) de “tia do café” por causa de sua aparência. Na última sexta-feira (20), em um programa da rádio Jovem Pan, Danilo pediu desculpas, mas mão à parlamentar e sim para “tia do café”. “Tia do café, me perdoe, você não merece ser comparada a uma senadora, ainda mais uma senadora do PT. Fica aqui o meu pedido de desculpas, eu reconheço quando erro”, disse o apresentador do programa “The Noite”, exibido pelo SBT.

“Quero utilizar este espaço aqui para fazer uma coisa que raramente eu faço, que é pedir desculpas depois de ter contado uma piada”, inicia Danilo, que ironizou visibilidade que seu comentário recebeu pelos veículos de comunicação. ”Estou falando do fato que todos os jornais do Brasil fizeram o favor de polemizar, e com toda a razão, o que um humorista diz em seu Twitter realmente é um assunto relevante e de importância nacional”, criticou o comediante.

“Me perdoe, tia do café. Você não merece ser comparada a uma senadora, ainda mais uma senadora do partido mais corrupto e criminoso da história do Brasil. Tia do café, você faz um café tão cheiroso, tão gostoso, tão desejado pelos brasileiros, e eu comparei você com a escória da humanidade, que é a classe política brasileira, me perdoe, tia do café”, disse Danilo Gentili. “Eu comparei a tia do café com a senadora que é paga para defender criminoso, que é paga para colocar pano quente em bandidagem”, continuou, lembrando que Regina Sousa votou contra a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Processo

Regina Sousa afirmou que irá processar o apresentador. “Não vou deixar barato para o Danilo Gentili. Não é questão de indenização, mas eu vou representá-lo em nome das tias do cafezinho. O que vier dessa ação que vou fazer será dedicado às mulheres que servem cafezinho”, disse a petista.

Na última quarta-feira (18), no Plenário do Senado, Regina disse que não se sentia atingida negativamente por ser comparada à “tia do cafezinho” e lembrou sua origem social. Filha de uma zeladora de escola, ela foi quebradeira de coco babaçu quando era criança. “Eu teria muita honra de servir café, porque fui menina quebradeira de coco babaçu, lá no meu estado. Comecei minha vida assim e passei por tudo. Minha mãe é zeladora de escola. Não tenho por que me envergonhar das minhas origens. Se for preciso, eu servirei cafezinho”, afirmou.

Suplente do senador Wellington Dias (PT-PI), Regina foi efetivada no Senado no começo do ano passado após a renúncia do titular para assumir o governo do Piauí. Quando trabalhava na emissora Band, o humorista foi condenado a pagar R$ 200 mil a uma doadora de leite, comparada por ele a uma artista pornô e a uma “vaca”.

Empresário afima que foi laranja de Romero Jucá

Em depoimento à Polícia Federal, o empresário Geraldo Magela Fernandes da Rocha, 65, afirmou que aceitou ser laranja do ministro do Planejamento, Romero Jucá, em uma empresa que geria a TV Caburaí, de Boa Vista, Roraima. O depoimento faz parte de um inquérito contra o ministro, que tramita no Supremo Tribunal Federal. Segundo a petição de agosto de 2014, de autoria do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o uso de laranja para gerir uma empresa, se confirmado, pode configurar “crime de falsidade ideológica, por ser Romero Jucá o verdadeiro proprietário gestor da TV Caburaí”. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

De acordo com o relato de Magela em novembro de 2013, em 1999 o então senador Romero Jucá o convidou a assinar, no Senado, um documento de criação da Uyrapuru Comunicações e Publicidade. Além desta, as empresas Rede Caburaí de Comunicações e Societat Participações “sempre pertenceram de fato ao senador Romero Jucá, o qual sempre deteve de fato a autoridade pelos atos de gestão das referidas empresas”, afirmou Magela.

Outra testemunha ouvida pela PF foi o radialista Ronaldo Naves, 56, que trabalhou como gerente operacional da TV Caburaí entre 2000 e 2001. Ele disse que “se reportava a Magela e Jucá” no desempenho de suas atividades na emissora. “Jucá efetivamente participava na gestão da TV Caburaí, inclusive com poder de mando, dando a última palavra na administração da mesma”, afirmou o radialista.

O inquérito que investiga Jucá foi aberto em 2010, e tem o ministro Gilmar Mendes como relator. Na petição enviada a Gilmar, Janot lembra que a Constituição Federal veda “aos deputados e senadores, desde a posse, ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público”.

O procurador também acrescenta que as denúncias feitas por Geraldo Magela levantam suspeitas sobre “a possível prática, dentre outros, do crime contra a ordem tributária decorrente da doação da declaração de bens para a empresa Societat Participações, pois nada consta da declaração de bens do parlamentar; crime de apropriação indébita previdenciária, diante da ausência de repasse, à previdência social, das contribuições recolhidas”.

Procurado, Romero Jucá informou por meio de sua assessoria que ”nunca foi dirigente da empresa referida no processo”, e que ”há uma disputa entre seu filho Rodrigo Jucá e o empresário Geraldo Magela”, mas não entrou em detalhes.

Michel Temer é alvo de protestos em São Paulo

O presidente interino Michel Temer foi alvo de protestos neste domingo, em São Paulo. O ato organizado pela Frente Povo Sem Medo reuniu aproximadamente 3 mil manifestantes, que se concentraram no Largo da Batata e em seguida se dirigiram para a residência do peemedebista, no bairro Alto Pinheiros, mas os acessos foram isolados por policiais. Temer passou o final de semana na capital paulista e retornou na tarde de hoje a Brasília.

Ao todo foram instaladas quatro barreiras localizadas a cerca de 300 metros da casa de Temer. Durante todo o dia, a circulação foi permitida apenas aos moradores locais. Segundo a assessoria de comunicação da PM, a decisão de interditar os acessos foi tomada em conjunto pela polícia, pelas Forças Armadas e pelo comando da segurança da Presidência da República. ”Não tem arrego, ou sai Temer ou não vai ter sossego”, gritava a multidão que se aglomerou nas proximidades do cruzamento das ruas Banibas e Capepuxis.

O protesto foi motivado pela suspensão das novas contratações do programa Minha Casa Minha Vida, confirmada na última sexta-feira pelo ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, depois de ter sido negada no mesmo dia pelo ministro das Cidades, Bruno Araújo. Geddel afirmou que as contratações estão suspensas até que o novo governo faça uma análise sobre o programa de habitação popular.

Mas a reivindicação da continuidade do programa não foi a única pauta. De modo geral, os movimentos sociais que participaram da manifestação não reconhecem a legitimidade do governo Temer e são contra o afastamento da presidente Dilma Rousseff.