Briga por cargos já trava novo ministério de Temer

O Estado de S.Paulo

A intensa disputa política entre os partidos por espaços no eventual governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB) já começa a travar a definição dos nomes para os ministérios e bancos públicos. Nos bastidores, o principal embate ocorre entre o PMDB e o PP, mas há também confrontos entre outras legendas.

A Saúde é a mais cobiçada. Temer quer que o posto seja ocupado por um nome de grande respaldo na sociedade civil e médica. O presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), por exemplo, já tem um nome na cabeça: o cirurgião paulista Raul Cutait. Nesta semana, no entanto, começou a ganhar corpo um movimento dentro dos quadros do PMDB para garantir que a Saúde, assumida no fim do ano passado, permanecesse nas mãos do partido

Os dois partidos também se enfrentam pelo comando dos cargos de direção na Caixa Econômica Federal. Nas negociações para compor o governo, a presidência da Caixa está sendo oferecida ao PP, que já tem uma vice-presidência do banco. O PMDB é responsável por comandar outras seis vices das 11 que o banco tem – o restante é da cota do PT.

Na área trabalhista, tamanho é o assédio que Temer pretende separar o atual Ministério do Trabalho e Previdência Social em duas pastas. A divisão abriria espaço para contemplar mais partidos. Temer negocia dar Trabalho para o Solidariedade e a Previdência para o PRB ou PSD. A cúpula do Solidariedade, que é ligada à Força Sindical, já trabalha com dois nomes para a pasta: os deputados Zé Silva (MG) e Augusto Coutinho (PE). A Agricultura é outra área com intensa disputa. Chegou a ser oferecida ao PRB, depois passou a ser alvo de PP e DEM e, agora, está sendo disputado pelo PR do senador Blairo Maggi (MT).

PSB vai brigar por capitais em 2016

Do Blog da Folha

Visando o planejamento da sigla para os próximos quatro anos, o PSB terá como prioridade nas futuras eleições municipais manter as prefeituras de Capitais administradas por socialistas. Dessa forma, Recife, Belo Horizonte e Cuiabá terão atenção especial nas articulações da agremiação nos próximos anos. Ao ser questionado se a manutenção do comando socialista na Capital de Pernambuco será priorizada, o prefeito do Recife e secretário-geral do PSB Nacional, Geraldo Julio (PSB), confirmou que a Cidade é estratégica para a legenda.

“Sem dúvida nenhuma (Recife é uma das prioridades). Recife é uma das Capitais que a gente tem governado como PSB, assim como Belo Horizonte e Cuiabá. São prefeituras que já governamos e temos como prioridade”, relatou o gestor, após entrega, ontem, da requalificação do Segundo Jardim da orla de Boa Viagem.

Além da manutenção de prefeituras importantes, o PSB visa ampliar sua influência e pretende lançar o maior número de candidatos possível nas cidades com mais de 200 mil habitantes. A expectativa é que o partido lance nomes em pelo menos dez Capitais. Outras cidades onde o PSB concretiza projetos majoritários são São Paulo e Rio de Janeiro. Para isso, a agremiação trabalhará os nomes dos senadores Marta Suplicy (PT-SP) e Romário (PSB-RJ). A primeira anunciou sua desfiliação do PT no seu aniversário de 70 anos, na última sexta-feira, e deverá oficializar o ingresso no PSB, nos próximos dias. Já o segundo assumiu o comando do diretório da sigla no Rio de Janeiro.

Apesar dos indicativos, Geraldo Julio ponderou que ainda é cedo para definir as candidaturas no Rio de Janeiro e São Paulo. “É muito cedo para ter candidatura definida. Estamos em 2015 e a eleição é no próximo ano”, avaliou. O planejamento do PSB começou a ser discutido internamente na última sexta-feira. Nesta semana, os presidentes estaduais do partido debaterão o futuro da sigla. Serão organizadas várias oficinais com o objetivo de consultar os diversos segmentos socialistas até maio.

Nas eleições de 2012, o PSB foi o partido que elegeu o maior número de prefeitos de capitais. A sigla conquistou o comando de Fortaleza, Belo Horizonte, Cuiabá, Recife e Porto Velho. A agremiação foi a sexta que mais elegeu gestores (443), mas foi a que mais cresceu nas eleições municipais, com ampliação no número de prefeituras de 42,9%. E 2008, o partido tinha conquistado 310 cidades.