Rosimery da Apodec reassume vaga na câmara

Em cumprimento à decisão interlocutória do desembargador Francisco Bandeira de Mello, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, a Câmara Municipal de Caruaru – notificada na manhã desta quarta-feira (19) reempossará hoje, às 10h30, a suplente de vereador Rosimery da Apodec (DEM).

A democrata havia entrado com recurso contra a decisão da I Vara da Fazenda de Caruaru, dada pelo juiz José Fernando dos Santos Souza, em favor do suplente Antônio Carlos, também do Democratas. O radialista alegou infidelidade partidária por parte de Rosimery e conseguiu assumir no lugar dela, no dia 20 de fevereiro.

OPINIÃO: Blitz da língua

Por MENELAU JÚNIOR

Em sua edição de 11 de fevereiro de 2012, o Jornal do Commercio publicou, no caderno “Cidades”, matéria com o seguinte título: “Mais força e agilidade em blitzes da lei seca”. A questão é a seguinte: qual o verdadeiro plural de “blitz”?

Inicialmente, é preciso considerarmos que a palavra não pertence ao léxico da língua portuguesa – aliás, nem aparece no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, editado pela Academia Brasileira de Letras.

“Blitz” é uma redução de “Blitzkrieg”, uma união das palavras alemãs “krieg” (“guerra”) e “blitz” (“relâmpago”). A palavra passou a ser usada durante a Segunda Guerra Mundial para designar os devastadores ataques do exército alemão. Por extensão de sentido, passou a significar uma batida policial inesperada, geralmente mobilizando grande aparato.

Em alemão, existem duas formas de indicar o plural para essa palavra: “blitze” e “blitzen”. Aliás, dois dos mais importantes dicionários do país, o Aurélio e o Houaiss, registram como “blitze” o plural de “blitz”. Portanto, deveríamos escrever “duas blitze”.

O problema é que, para alguns autores, a palavra já estaria aportuguesada (ainda que seja muito estranho o encontro consonantal “tz”). Por causa disso, seu plural deveria obedecer às normas da língua portuguesa. No caso, pluralizamos as palavras terminadas em “Z” com o acréscimo de “-es”. “Juiz” tem como plural “juízes”; “raiz” tem “raízes” e “blitz”, portanto, “blitzes”.

A forma usada pelo supracitado jornal recorre, pois, a um plural aportuguesado – talvez até mesmo porque não aparece o artigo antes da palavra. Para a maioria dos leitores, a forma “blitze” seria realmente estranha, já que não temos palavras pluralizadas com o acréscimo apenas da letra “e”. “Blitzes” tem mais a cara do nosso idioma.

Entretanto, no mesmo dia em que o Jornal do Commercio publicou o título acima, o Tribuna da Bahia escreveu em seu site: “Por conta da falta de policiamento, a Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador) suspendeu as blitze de alcoolemia…”. Já o site do G1 (Globo.com) publicara, um dia antes, matéria com o seguinte título: “Blitze da Lei Seca terão mais mobilidade no Grande Recife”.

Portanto, se você quer usar uma forma incontestável, use “as blitze”. É estranho, mas segue a etimologia da palavra. Quem escreve “as blitzes” pode até estar usando a forma adequada à língua portuguesa, mas é bom lembrar que esse plural contraria a recomendação de importantes dicionários e de boa parte da imprensa.

Até a próxima semana.

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Menelau Júnior é professor de língua portuguesa. Escreve para o blog todas as quintas-feiras. E-mail: menelaujr@uol.com.br