Aécio ironiza Dilma por admitir desvios na Petrobras

A posição da presidente Dilma Rousseff (PT) em admitir que houve desvio de dinheiro público na Petrobras, identificado pela Operação Lava Jato da Polícia Federal, arrancou ironia de seu adversário, Aécio Neves (PSDB). Durante evento de campanha neste domingo na praia de Copacabana, Rio de Janeiro, o tucano afirmou que é tarde para que a petista admita publicamente os desvios na estatal.

“A admissão é algo positivo. Reconheço que é um avanço a presidente admitir que isso aconteceu. Mas um pouco tarde”, provocou Aécio Neves que realizou uma caminhada de campanha na praia ao lado da irmã, Andrea Neves que foi alvo da presidente Dilma durante o debate promovido pela TV Bandeirantes na semana passada.

Aécio Neves alfinetou a adversária afirmando que não basta admitir os erros. “Não vi até agora uma atitude da presidente em relação àquele denunciado pelo ex-diretor da Petrobras como receptor da parcela que caberia ao PT, que é seu tesoureiro”, afirmou em referência a João Vaccari Neto, tesoureiro do PT que foi citado em delação premiada por Paulo Roberto Costa.

TSE suspende propaganda de presidenciáveis

Antes com uma “postura minimalista”, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) resolveu mudar a forma de julgar os pedidos das candidatos à Presidência da República sobre as peças publicitárias dos adversários.

Nos últimos quatro dias, de acordo com a Folha de S. Paulo, a corte suspendeu no total 14 propagandas de Dilma Rousseff (PT) e de Aécio Neves (PSDB).

A partir do segundo turno, os ministros da corte responsáveis por analisar a propaganda decidiram, por exemplo, proibir o uso de material jornalístico e depoimentos de pessoas alheias à política fazendo críticas aos adversários.

Foram suspensos anúncios veiculados nos intervalos comerciais na televisão e partes dos programas no horário político.

Para advogados dos dois candidatos, a dificuldade desde então tem sido encontrar o ponto de equilíbrio que separa a crítica contundente da ofensa ao adversário.

As 14 decisões foram em caráter liminar – ou seja, ainda precisam passar pelo crivo do plenário. Outros nove pedidos aguardam análise dos ministros da corte.

Dilma e Aécio guardaram material para debate da Globo

Ricardo Noblat
No debate da Record entre os candidatos a presidente da República, o mais interessante aconteceu durante os intervalos: um comercial da campanha de Aécio onde se ouve a voz de Dilma, em entrevista antiga à Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, elogiando seu atual adversário.
O comercial foi ao ar mais de uma vez, pegando os espectadores de surpresa. Dilma diz que Aécio era um dos melhores governadores de Estados. Comercial matador, como gostam de dizer publicitários em geral e marqueteiros em particular.
No mais, foi um debate sem graça, morno quase frio. Os dois candidatos maneiraram depois de um debate sanguinolento como foi o do SBT na última quinta-feira. Aécio, claramente, não queria dar motivos para que o acusassem de desrespeitar uma mulher. Mediu cada palavra que disse.
Dilma foi mais afoita. Deveu-se ao seu temperamento. Sempre que pode, deu estocadas em Aécio. Mas nada capaz de esquentar os ânimos – nem os de Aécio nem os dela mesma.
Os dois se enfrentaram pelo empate.
Certamente estocaram munição para disparar no debate da próxima sexta-feira, a ser promovido pela Rede Globo de Televisão. Será o último e decisivo debate desta eleição.
Por que decisivo?
Porque tudo indica que os candidatos chegarão empatados às vésperas da eleição. Hoje, conheceremos mais um resultado de pesquisa Datafolha. A da semana passada deixou claro que a eleição será decidida pelos eleitores indecisos – algo como 6% do total.
No primeiro turno, segundo o Datafolha, 8% dos eleitores disseram ter escolhido em quem votar quando faltava uma semana para isso. No sábado, véspera do dia da eleição, 6% escolheram seu candidato. E no domingo, 9%.
Portanto, salvo se o acaso fizer uma surpresa, somente no domingo à noite, pouco depois das 20h, horário de Brasília, saberemos quem se elegeu presidente. Até lá, haja coração!