Por Léo Bulhões
Acontece neste início de 2016 o Fórum Social Temático em Porto Alegre – RS, etapa brasileira para o Fórum Social Mundial que acontecerá no Canadá – América do Norte, e aqui no Brasil estamos realizando um balanço, tratando dos desafios e perspectivas na luta por um outro mundo possível.
Em paralelo acontece o 9o Encontro da Rede Brasileira de Orçamento Participativo, espaço para troca de experiências de sucesso nas políticas de participação social, em particular dos OPs pelo país e pelo mundo, onde é possível acompanhar debates de experiências em Montreal (Canadá), Córdoba (Argentina) ou Pádua (Itália), além das nacionais, claro.
A troca de experiências acontece em mesas do Encontro Brasileiro ou Rodas de Diálogos na “Tenda da Participação” na Redenção – Parque Farroupilha, enorme parque público de Porto Alegre, onde vários movimentos instalaram suas tendas e montaram dinâmicas para que houvesse o intercâmbio entre esses atores e atrizes que debatem Participação no Mundo.
A construção e o fortalecimento das Redes de contatos e Fóruns de debates são formas de fortalecer políticas em execução, com a necessária ideia de que as construções devem se dar de forma coletiva e em constante movimento, para que melhorias nos rumos das ações políticas possam acontecer sem necessariamente existir a necessidade de rupturas e recomeços.
Parte, portanto, da ideia de que quanto mais gente pensa junto e trabalha junto sobre uma mesma ideia, menor é a chance de projetos fracassarem.
Em tempos de ascensão de partidos de extrema direita, reconhecidamente patrocinadores de preconceitos contra as minorias, fortalecer Redes que promovem direitos sociais e o alargamento da democracia participativa se faz urgente! Como disse o sociólogo e professor da Universidade de Coimbra, Boaventura de Sousa Santos, que fala de uma extrema direita que sempre atacou as ações que envolvem a população na perspectiva de empoderamento e elevação dos níveis de consciência política, pois, hoje essa “direita consegue articular as diversas frentes de combate à democracia e que corremos um grande risco. Vale a atenção.
Espera-se que, ao final do Encontro da Rede Brasileira de OP, seja possível trazer para Caruaru um modelo de encontro onde se possa reunir gestores da região agreste e garantir o fortalecimento da Rede ao envolver mais pessoas na construção deste longo caminho na mudança da cultura política. Caruaru tem dado exemplos positivos e vem recebendo prêmios por buscar alterar essa realidade e mostrar que é possível pensar globalmente e agindo localmente.
Vida longa às políticas de participação social!
Léo Bulhões é secretário de Participação Social