Adolescentes da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) participaram, na tarde desta quinta-feira (10), da 7ª Marcha Pernambuco contra o Trabalho Infantil. A mobilização percorreu ruas e avenidas do Centro do Recife para chamar atenção sobre a prática e sensibilizar acerca da importância da qualificação profissional da juventude. Promovido pelo Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil em Pernambuco (Fepetipe), o evento teve a presença da Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ) e de instituições ligadas à defesa da aprendizagem, algumas delas, parceiras do sistema socioeducativo, como Ministério Público do Trabalho (MPT), Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e Escola Dom Bosco.
A marcha teve concentração no Parque Treze de Maio, no bairro da Boa Vista. Os participantes passaram pela Rua Princesa Isabel, pela Rua do Sol, pela Praça da República, pela Ponte Buarque de Macedo e pela Avenida Rio Branco, finalizando o percurso no Marco Zero, no Bairro do Recife. A Funase esteve presente com socioeducandos de unidades como os Centros de Atendimento Socioeducativo (Case) Pirapama e Jaboatão dos Guararapes e as Casas de Semiliberdade (Casem) Olinda, Rosarinho e Areias, além de socioeducandas do Case e da Casem Santa Luzia. Gestores e agentes socioeducativos também acompanharam os adolescentes, que, na marcha, seguraram cataventos de cinco pontas, símbolos das mobilizações pelo fim do trabalho infantil.
A SDSCJ, secretaria do Governo de Pernambuco à qual a Funase é ligada, ainda marcou presença na marcha por meio do coordenador do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, Leônidas Leal, e da equipe da Gerência Geral do Sistema Socioeducativo, responsável pelo monitoramento de informações e pela coordenação de programas voltados a egressos da Funase.
O socioeducando W.H., de 17 anos e em cumprimento de medida socioeducativa na Casem Olinda, disse estar impactado com a participação na marcha. “Já trabalhei antes da hora e vi como isso atrasa a vida, atrasa os estudos. Agora, quero terminar meus estudos e retomar minha vida”, afirmou. “Se a criança ou o jovem trabalha, ele deixa de brincar, deixa de estudar e deixa de aprender. Lá na frente, isso atrapalha”, complementou o adolescente J.V.A., de 17 anos, atendido na Casem Areias.
Para Cristyane Galindo, coordenadora geral do Case Pirapama, uma das unidades socioeducativas que levaram adolescentes para a marcha, mobilizações como essas são importantes para combater práticas que parecem naturalizadas. “É comum nos depararmos com adolescentes que acham normal vender água no semáforo ou desempenhar outras atividades em que são explorados e não percebem. Criança e adolescente têm que ter direito à educação, têm que perceber que é um direito deles não trabalhar e ir em busca de educação. É importante que eles reflitam. Acho que a participação neste evento é uma oportunidade para isso”, avaliou.
Imagens: Rhaldney Silva/Funase