Vereador Jorge Quintino Propõe Uso de Inteligência Artificial para Revolucionar a Educação em Caruaru

A tecnologia já faz parte do dia a dia e pode ser uma grande aliada na educação. O vereador Jorge Quintino apresentou uma solicitação para implantar um projeto inovador que trará Inteligência Artificial (IA) e soluções tecnológicas (Edtechs) para as escolas municipais de Caruaru. A proposta, baseada no Marco Legal das Startups (Lei Complementar nº 182/2021), busca reduzir lacunas de aprendizagem e melhorar a gestão escolar.

Mas, afinal, o que são Edtechs? O termo vem de Education Technology (Tecnologia Educacional) e se refere ao uso de ferramentas digitais para aprimorar o ensino. Isso inclui plataformas interativas, IA para personalizar o aprendizado, aplicativos educacionais e análise de dados para acompanhar o desempenho dos estudantes. O objetivo é tornar o aprendizado mais eficiente e acessível.

Caruaru já conta com o SIEC – Sistema de Informações da Educação de Caruaru, que facilita o acesso a dados escolares. No entanto, para Jorge Quintino, é preciso avançar. “A tecnologia deve ser uma aliada na educação, tornando o aprendizado mais dinâmico e inclusivo. Precisamos preparar nossas crianças para o mundo digital”, afirma o vereador.

Jorge Quintino, que tem se dedicado a compreender os impactos da IA na sociedade, participou de uma entrevista no programa Comando-Geral da Notícia, da Rádio Cultura, no dia 6 de março. Na ocasião, ele destacou os dois lados da Inteligência Artificial, ressaltando que se trata de uma ferramenta multifacetada. De um lado, há o risco de grandes empresas explorarem a tecnologia de forma predatória, ampliando desigualdades e impactando negativamente o mercado de trabalho. Por outro, há um grande potencial para o uso da IA em benefício da população, tornando serviços mais acessíveis e melhorando a qualidade de vida.

“A educação está mudando, e Caruaru precisa acompanhar essa evolução. A tecnologia não substitui o professor, mas potencializa seu trabalho e melhora a experiência dos estudantes”, conclui Jorge Quintino.

Física Quântica e Espiritualidade serão abordadas em curso gratuito

“Física Quântica e Espiritualidade” é o tema do curso que terá início na segunda-feira (17), no Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier, em Caruaru. O estudo será presencial, gratuito e ministrado pelo professor Djean Dantas. As aulas ocorrerão sempre às segundas-feiras, das 19h30 às 21h, e terão duração entre dois e três meses. O curso é indicado para todos que desejam conhecer seus mistérios e mergulhar na essência da ciência e da vida.

“A Física Quântica é o que há de mais verdadeiro em termos de ciência, pois ela trata da natureza mais íntima do nosso imaginário e de tudo o que existe, tanto neste mundo quanto em um que conhecemos pouco: o mundo espiritual”, explica Djean. “Por isso, seu estudo é fascinante do ponto de vista da descoberta.”

“Dentre tantas informações, a Física Quântica trata da natureza mais profunda da matéria e pode ser aplicada a diversos contextos da vida, desde a cura de uma doença até a solução de problemas mentais, sentimentais, familiares, sociais, entre outros”, analisa o professor.

Para participar, não é necessária inscrição. Basta comparecer ao Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier, localizado na Rua Dilson de Medeiros Dantas, 21, bairro Indianópolis.

Hospital Mestre Vitalino está com seleção para três funções

O Hospital Mestre Vitalino (HMV) está com um edital de seleção aberto para contratação de auxiliar de laboratório (30h), técnico de laboratório (44h) e flebotomista (44h). Os interessados em participar da seleção devem acessar o site hospitalmestrevitalino.com.br > Editais > Editais 2025, selecionar o edital 16/2025 e seguir todas as orientações disponíveis no documento. As candidaturas são aceitas até o dia 18 de março.

As convocações para as etapas do processo seletivo serão realizadas através de publicação de edital no site oficial da unidade, devendo o candidato se apresentar, obrigatoriamente, munido de documento de identificação oficial que contenha foto, demais documentos exigidos, para cada etapa (conforme edital), e, nos horários, locais e datas estabelecidos no cronograma. O candidato será convocado, após cumprimento dos critérios de avaliação, na ordem classificatória, através do e-mail pessoal. O resultado final será divulgado pelo site institucional.

A convocação dos candidatos para contratação (sob o regime da CLT) será realizada de acordo com a necessidade do serviço, observando-se a ordem de classificação. O candidato, aprovado em todas as etapas do processo, que não for contratado em razão do número de vagas disponíveis, ou, por não ser vaga para cargo efetivo, ficará no cadastro reserva da unidade por um período de até 06 (seis) meses, a contar da data de publicação do resultado final no site oficial da unidade, com possibilidade de renovação por igual período, podendo ser convocado quando do surgimento de novas vagas para o cargo pleiteado. O HMV fica localizado na rodovia BR-104 (sentido Toritama), 756, bairro Luiz Gonzaga.

Ceaca realiza programação alusiva ao Dia Internacional da Mulher

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Central de Abastecimento de Caruaru (Ceaca), realiza, nesta quarta-feira (12), uma programação especial em alusão ao dia da mulher.

A programação inicia às 8h, com o projeto “Cozinha empoderada”, que vai enaltecer a prática da culinária tradicional com integração e troca de experiências.

Durante o evento serão oferecidos os serviços do Balcão de Direitos Humanos em parceria com o governo do estado e ações de saúde.

4ª edição do prêmio Mulheres que Transformam é realizado no Shopping Difusora

O Shopping Difusora em parceria com o Transforma Caruaru, e o apoio da TV Asa Branca, irá realizar a 4ª edição do prêmio Mulheres que Transformam. O evento será realizado entre os dias 12 e 14 de março de 2025, no Shopping Difusora, e tem o objetivo de homenagear mulheres que, por meio de seu talento, dedicação e ações de impacto social, têm transformado a sociedade local.

A 4ª edição tem o objetivo de celebrar essas mulheres inspiradoras e reforçar a importância de suas contribuições para uma sociedade mais justa e igualitária. Além disso, os workshops programados têm o propósito de capacitar e incentivar ainda mais o protagonismo feminino, abordando temas como liderança, construção de carreiras de sucesso e autocuidado.
A cerimônia de premiação acontecerá na Arena de Eventos, localizada no 1º piso do Shopping Difusora, a partir das 17h30 na quarta-feira (12). Durante o evento, 16 mulheres que se destacaram pelo impacto social de suas ações serão reconhecidas e homenageadas.

Na quinta e na sexta-feira, nos dias 13 e 14, serão realizados workshops voltados para o público feminino. Na quinta o tema será “O Poder da Mulher Protagonista: Construindo Carreiras e Histórias de Sucesso” e na sexta-feira o tema será “Autocuidado e Saúde Mental Feminina: Priorize Você”.

“Essas mulheres foram escolhidas pelo Transforma Caruaru, uma plataforma de voluntariado que conecta quem deseja ajudar com quem precisa, com o objetivo de fortalecer o engajamento cívico e a solidariedade em Caruaru.  As homenageadas se destacam em suas áreas de atuação e têm promovido mudanças significativas através de ações como atendimento médico, liderança de projetos sociais, apoio a comunidades e envolvimento com o voluntariado.” Explica a gerente de marketing do Shopping Difusora, Talita Passos.

A participação no workshop é gratuita e aberta ao público. A premiação será realizada apenas para convidados.

Mulheres homenageadas:

Andrezza Karla Ribeiro – Contadora e servidora pública
Bárbara Vila Nova de Arruda – Médica
Célia Maria Rodrigues Alves – Aposentada
Cynthia Alves do Nascimento – Pedagoga e Coordenadora de Voluntariado do ICIA
Emanuela Silva dos Santos Bezerra – Yalorixá do Ilê Lorun Omim
Juliana Nunes de Lima – Empresária e influenciadora digital
Juliane Cristina Konrad Schuler – Empresária, lojista do Shopping Difusora
Marcela Calado da Costa Barros Moraes – Jornalista
Maria do Socorro do Nascimento Soares – Gerente administrativa e tesoureira dos Vicentinos
Maria Perpétua Socorro Dantas – Advogada e professora universitária
Maria Selma Gomes Salvador – Artesã
Mércia Teixeira Lyra – Empresária
Mônica Maria José Da Silva Moraes – Técnica em segurança do trabalho
Renata de Vasconcelos Alves Crespo de Senna – Administradora, empresária e servidora pública
Rosanna Curvelo Cavalcanti de Aquino – Empresária
Vanessa Rayanne da Silva Fernandes – Assistente social

Serviço:

Evento: 4ª edição do Prêmio Mulheres que Transformam
Data: 12 a 14 de março de 2025
Local: Arena de Eventos, 1º piso do Shopping Difusora
Horário: A partir das 17h30
Entrada: Gratuita

Preço médio da cesta básica teve aumento de mais de R$ 30 em Caruaru no mês de fevereiro

O preço médio da cesta básica ficou mais caro em Caruaru no mês de fevereiro, de acordo com o levantamento realizado pela Prefeitura de Caruaru, por meio do Procon. De acordo com a pesquisa, realizada de 24 a 27 de fevereiro de 2025, o preço dos itens ficou na média de R$ 654,04, um aumento de 4,89%, ou seja, de R$ 30,48 em comparação ao preço médio dos mesmos itens avaliados em janeiro deste ano.

De acordo com o Procon, esse valor representa um impacto de 43,09% sobre o atual salário mínimo. As equipes de fiscalização do Procon registraram os preços de 27 itens, dos quais, 19 foram de gêneros alimentícios, 4 de limpeza doméstica e 4 de higiene pessoal. Desses, 12 produtos tiveram redução no preço, enquanto outros 15 tiveram aumento.

Itens que tiveram maior redução no preço médio:

• Sabão em pó (pacote com 400 gramas), redução de 14% (era R$ 2,33, passou para R$ 2,05);

• Sabonete, 7,6% (era R$ 1,64, passou para R$ 1,52, a unidade 90 gramas);

• Óleo de soja, redução de 7%% (era R$ 9,42, passou para R$ 8,81, a garrafa com 900ml).

Itens que tiveram maior aumento no preço médio:

• Bandeja de ovos (30 unidades), com reajuste de 54,26% (era R$ 15,29, passou para R$ 23,63);

• Quilo da banana, com reajuste de 23,1% (era R$ 3,91, passou para R$ 4,81); e

• Água sanitária, com aumento de 14% (era R$ 1,74, passou para R$ 1,98, o litro).

Com relação ao gás de cozinha, o Procon identificou no levantamento que não houve aumento nem redução do preço em comparação ao mês de janeiro de 2025. O gás se manteve com preço médio de R$ 97,76 (gás GLP 13Kg), de acordo com a análise realizada em 10 estabelecimentos.

O consumidor pode ter acesso à pesquisa completa pelo WhatsApp do Procon Caruaru: (81) 9 8384-5909. Caso precise de atendimento, o consumidor deve procurar o Procon através dos canais de atendimento, pelo telefone (81) 3101-0088, pela plataforma Caruaru Digital, ou ainda na sede, que fica localizada à Rua Silvino Macêdo, nº 71 (na mesma calçada da agência dos Correios), de segunda a sexta, das 8h às 14h.

Preço médio da cesta básica teve aumento de mais de R$ 30 em Caruaru no mês de fevereiro

Foto: Jorge Farias

O preço médio da cesta básica ficou mais caro em Caruaru no mês de fevereiro, de acordo com o levantamento realizado pela Prefeitura de Caruaru, por meio do Procon. De acordo com a pesquisa, realizada de 24 a 27 de fevereiro de 2025, o preço dos itens ficou na média de R$ 654,04, um aumento de 4,89%, ou seja, de R$ 30,48 em comparação ao preço médio dos mesmos itens avaliados em janeiro deste ano.

De acordo com o Procon, esse valor representa um impacto de 43,09% sobre o atual salário mínimo. As equipes de fiscalização do Procon registraram os preços de 27 itens, dos quais, 19 foram de gêneros alimentícios, 4 de limpeza doméstica e 4 de higiene pessoal. Desses, 12 produtos tiveram redução no preço, enquanto outros 15 tiveram aumento.

Itens que tiveram maior redução no preço médio:

* Sabão em pó (pacote com 400 gramas), redução de 14% (era R$ 2,33, passou para R$ 2,05);
* Sabonete, 7,6% (era R$ 1,64, passou para R$ 1,52, a unidade 90 gramas);
* Óleo de soja, redução de 7%% (era R$ 9,42, passou para R$ 8,81, a garrafa com 900ml).

Itens que tiveram maior aumento no preço médio:

* Bandeja de ovos (30 unidades), com reajuste de 54,26% (era R$ 15,29, passou para R$ 23,63);
* Quilo da banana, com reajuste de 23,1% (era R$ 3,91, passou para R$ 4,81); e
* Água sanitária, com aumento de 14% (era R$ 1,74, passou para R$ 1,98, o litro).

Com relação ao gás de cozinha, o Procon identificou no levantamento que não houve aumento nem redução do preço em comparação ao mês de janeiro de 2025. O gás se manteve com preço médio de R$ 97,76 (gás GLP 13Kg), de acordo com a análise realizada em 10 estabelecimentos.

O consumidor pode ter acesso à pesquisa completa pelo WhatsApp do Procon Caruaru: (81) 9 8384-5909. Caso precise de atendimento, o consumidor deve procurar o Procon através dos canais de atendimento, pelo telefone (81) 3101-0088, pela plataforma Caruaru Digital, ou ainda na sede, que fica localizada à Rua Silvino Macêdo, nº 71 (na mesma calçada da agência dos Correios), de segunda a sexta, das 8h às 14h.

Estão abertas as inscrições para os Jogos Escolares de Pernambuco

A Secretaria de Educação e Esportes (Seduc), em parceria com o Governo do Estado, anuncia que já estão abertas as inscrições para os Jogos Escolares de Pernambuco 2025. Escolas das redes municipal, estadual, particular e federal podem garantir a participação de seus atletas até o dia 18 de março. As instituições interessadas em participar do JEPS devem realizar as inscrições acessando o site: https://caruaru.app.placarsoft.app/

De acordo com o cronograma, o início dos Jogos acontecerá no dia 29 de março com as competições de modalidades individuais e seguirão até o dia 30 de abril, período final da realização das modalidades coletivas.

“Os Jogos Escolares de Pernambuco são muito mais do que uma competição, além de representar sua escola, os participantes têm a chance de desenvolver habilidades como disciplina, superação, trabalho em equipe e espírito esportivo. É a oportunidade perfeita para mostrar seu talento e quem sabe, dar os primeiros passos rumo a uma carreira no esporte”, afirmou o secretário executivo de Educação e Esportes de Caruaru, Adson Leonel.

Injustiça Climática e Racismo Ambiental: Quem Sofre Mais com as Crises Ambientais?

O racismo ambiental é uma realidade que se infiltra nas estruturas sociais e econômicas do Brasil, impactando de forma desproporcional populações vulneráveis. No Nordeste, essa questão assume contornos ainda mais dramáticos. Trata-se de um fenômeno em que comunidades historicamente marginalizadas – especialmente as negras, quilombolas e indígenas – sofrem com a falta de acesso a recursos básicos, infraestrutura precária e impactos ambientais que poderiam ser evitados ou mitigados.

O Nordeste brasileiro é, historicamente, uma das regiões mais afetadas pelas desigualdades estruturais do país. Além dos desafios econômicos, a região enfrenta secas prolongadas e a desertificação de áreas antes produtivas. O problema é que essas dificuldades não afetam todas as populações da mesma forma. Enquanto grandes centros urbanos do Sul e Sudeste recebem investimentos contínuos em saneamento, abastecimento de água e políticas de mitigação climática, comunidades do interior nordestino são frequentemente esquecidas.

A distribuição desigual dos impactos ambientais não é um acidente. Governos e empresas frequentemente tomam decisões que favorecem grupos economicamente privilegiados, enquanto comunidades vulneráveis sofrem com a degradação ambiental. Um exemplo claro é a expansão do agronegócio e a especulação imobiliária, que avançam sobre territórios tradicionais, expulsando populações que vivem da agricultura familiar e destruindo ecossistemas que garantiam sua sobrevivência.
O acesso à água ilustra de forma clara o racismo ambiental. Enquanto megaprojetos hídricos, como a transposição do Rio São Francisco, são amplamente divulgados como soluções para a seca, a realidade é que os benefícios desses projetos não chegam de forma equitativa. Grandes produtores agrícolas conseguem acesso privilegiado à irrigação, enquanto comunidades rurais e quilombolas continuam a depender de carros-pipa ou caminham quilômetros para obter água de baixa qualidade.
Os reservatórios construídos pelo poder público frequentemente abastecem setores industriais e cidades turísticas, enquanto pequenas comunidades continuam marginalizadas. Isso não é apenas um problema de infraestrutura; é uma escolha política que perpetua a desigualdade.

Outro aspecto do racismo ambiental está relacionado à destinação de resíduos e poluentes. Indústrias e usinas frequentemente se instalam em áreas periféricas, onde vivem populações mais pobres. Como resultado, essas comunidades enfrentam níveis alarmantes de contaminação do ar, da água e do solo, o que se reflete em maiores índices de doenças respiratórias e outras enfermidades associadas à exposição a substâncias tóxicas.

Além disso, projetos de energia eólica e solar, embora apresentados como sustentáveis, muitas vezes não consideram os impactos sobre as comunidades locais. Povos tradicionais são expulsos de suas terras sem consulta adequada, e os benefícios desses empreendimentos não são distribuídos de forma justa. O discurso da sustentabilidade, nesse contexto, serve como uma cortina de fumaça para a perpetuação de desigualdades históricas.

Enfrentar o racismo ambiental no Nordeste exige mudanças estruturais. Primeiro, é essencial garantir que políticas públicas sejam formuladas com participação ativa das comunidades afetadas. Projetos de infraestrutura e desenvolvimento devem respeitar o direito à terra e os modos de vida das populações tradicionais.

Além disso, é necessário fortalecer o acesso a recursos básicos, como saneamento, energia limpa e abastecimento de água, de forma equitativa. A justiça ambiental só será alcançada quando políticas de mitigação climática levarem em conta as desigualdades preexistentes e priorizarem aqueles que historicamente foram marginalizados.

O racismo ambiental não é um problema invisível – ele está presente nas decisões políticas, na distribuição de recursos e na forma como o desenvolvimento é conduzido. Para mudar essa realidade, é preciso reconhecer que a luta ambiental também é uma luta social e racial.

Marcelo Rodrigues, é advogado especialista em direito ambiental e urbanístico, consultor técnico em sustentabilidade da Prefeitura Municipal de Caruaru, ex-Secretário de Meio Ambiente do Recife.

Nove em cada dez agressões contra mulher foram presenciadas por alguém

Violência contra a mulher, criança e adolescente. Violência doméstica. Foto: Freepick

Nove em cada dez agressões cometidas contra mulheres nos últimos 12 meses, o equivalente a 91,8%, foram testemunhadas por outras pessoas. A maioria (86,7%) pertencente ao círculo social ou à família da vítima.

Apesar disso, quase metade das vítimas (47,4%) decidiu não denunciar o caso nem procurar ajuda de instituições ou de pessoas próximas.

Os dados constam da 5ª edição do relatório Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil, divulgada nesta segunda-feira (10). O levantamento foi realizado pelo Instituto Datafolha, solicitado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Em relação ao perfil de quem estava presente no momento das agressões, os pesquisadores constataram que 47,3% eram amigos ou conhecidos das vítimas, 27% eram filhos e 12,4% tinham outro grau de parentesco.

Assistir aos episódios de violência, conforme ressaltam os especialistas, é algo que pode ter efeitos duradouros na vida de alguém e que pode originar “distúrbios emocionais, cognitivos e comportamentais, além de contribuir para uma percepção da família como um ambiente inseguro e caótico”.

“As evidências científicas também sugerem que crianças que testemunham violência doméstica têm maior probabilidade de serem afetadas pela violência na vida adulta, seja como vítimas ou como agressoras”, aponta o relatório.

O levantamento cita ainda que estudos demonstram que testemunhar esse tipo de situação entre os pais pode ser pior do que ser a própria vítima.

Foram entrevistadas 2.007 pessoas com mais de 16 anos de idade, entre homens e mulheres, em 126 municípios. Os questionários foram aplicados de 10 a 14 de fevereiro deste ano.

Agressores

Além de aparecerem como testemunhas das agressões, familiares figuram como agressores em parcela significativa dos casos, o que evidencia que a violência é doméstica e intrafamiliar.

O principal autor das violências contra mulheres foi o cônjuge/companheiro/namorado/marido (40%) e ex-cônjuge/ex-companheiro/ex-namorado (26,8%), o que já foi constatado em pesquisas anteriores do fórum. Pais e mães das vítimas foram os autores de 5,2% dos crimes, padrastos e madrastas de 4,1% deles e filhos e filhas, de 3% das ocorrências.

Violência dentro de casa

Outro aspecto frequente, também notado na pesquisa, diz respeito à preponderância da casa da vítima como local em que a violência é cometida (57%).

No período de análise, as mulheres que se tornaram alvo da violência de gênero sofreram, em média, mais de três tipos diferentes de agressões.

Em maior número, estão as ofensas verbais (31,4%), que abrangem insultos, humilhações e xingamentos. Tal porcentagem cresceu 8 pontos percentuais em relação a dados coletados em 2023.

A quantidade de mulheres atacadas com golpes, tapas, empurrões e chutes apresentou aumento expressivo, atingindo 16,9%, o maior patamar já registrado desde a primeira edição do relatório. Em números absolutos, significa que pelo menos 8,9 milhões de brasileiras sofreram agressão física no último ano.

Uma em cada dez mulheres sofreu abuso sexual e/ou foi forçada a manter relação sexual contra sua vontade (sem consentimento).

A violência sexual é apenas uma das cinco existentes, juntamente com a moral, a psicológica, a patrimonial e a física, e pode acontecer, inclusive, dentro do casamento, quando ocorre o estupro marital.

De acordo com o relatório, 37,5% das mulheres sofreram algum tipo de violência nos últimos 12 meses, o que representa 21,4 milhões de brasileiras de 16 anos ou mais e é a “maior prevalência já identificada, desde 2017”.

O que fazer quando uma mulher sofre violência
Em casos de emergência e intervenção imediata, a recomendação é ligar para a Polícia Militar, por meio do 190.

Já Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) fornece diversas informações, como as referentes à aplicação da Lei Maria da Penha e serviços especializados de atendimento, que recebem denúncias de violência. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

É possível fazer a ligação de qualquer parte do Brasil ou via Whatsapp (61) 9610-0180.

O relatório elenca ainda instituições que oferecem serviço de acolhimento a mulheres vítimas de violência.