Brasil e mais cinco países suspendem participação na Unasul

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira, e os chanceleres da Argentina, do Paraguai, da Colômbia, do Chile e do Peru enviaram carta à Presidência Pró-Tempore da União das Nações Sul-americanas (Unasul). No documento encaminhado ao chanceler da Bolívia, Fernando Huanacumi, que está no comando da organização, eles informam sobre a decisão de suspender, por tempo indeterminado, a participação nas reuniões do bloco.

A iniciativa, segundo o documento, foi motivada pelo impasse com o governo da Venezuela em relação à escolha do secretário-geral da organização. Na carta, os chanceleres alegam que a Unasul está paralisada desde janeiro de 2017 porque a Venezuela, com o apoio da Bolívia, do Suriname e do Equador, vetou o candidato argentino ao posto de secretário-geral.
Na ocasião, o candidato era o embaixador argentino José Octávio Bordón. Apesar do veto, a Venezuela e os demais países não apresentaram alternativa ao nome. Assim, a secretaria-geral ficou vaga e a organização, de acordo com os chanceleres liderados pelo Brasil e Argentina, acéfala.

Os chanceles do Brasil e dos outros cinco países argumentam que o cargo de secretário-geral é fundamental na Unasul e a ausência da liderança prejudicou as discussões políticas do bloco, incluindo reuniões de chanceleres, que desde então não estão funcionando de forma adequada.

Polêmica
Na Unasul, há uma divisão entre as alas lideradas pela Bolívia e pela Argentina, sendo que esta segunda é denominada de conservadores. Atualmente a ala conservadora domina a organização.

O documento elaborado pelos chanceleres do Brasil e dos cinco países foi encaminhada no último dia 18. Para os ministros, há uma série de dificuldades que ameaçam o funcionamento do bloco.

Criada em 2008, a Unasul foi uma iniciativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos ex-presidentes da Venezuela Hugo Chávez (já morto) e da Argentina Néstor Kirchner. O objetivo era incentivar a integração regional.

Porém, com os novos presidentes da República de vários países, houve mudanças dos governos, redirecionando prioridades e tendências políticas. A Unasul é formada pela Argentina, o Brasil, Chile, Equador, a Guiana, o Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e a Venezuela.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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