Há aproximadamente mil e quinhentos anos, na Índia, surgiu o Chaturanga, que se transformou no atual jogo de xadrez. Por intermédio de muitas guerras e na busca por novas rotas comerciais, o xadrez foi introduzido nos países ocidentais e, na Idade Média, passou por algumas metamorfoses que o conduziram à forma atual.
A característica principal do xadrez praticado na Idade Média era a profunda elitização que sofria, sendo chamado “jogo dos reis” e “rei dos jogos”. Três fatos ocorreram no sentido de tornar o xadrez um jogo mais popular.
O primeiro se deu no século XV, quando Johannes Gutenberg criou o tipo móvel, possibilitando a impressão de livros. Com a proliferação dos livros de xadrez ocorreu a primeira mudança no sentido de tornar o jogo mais popular.
O segundo fato ocorreu na Europa do Leste, já no início do século XX, quando a recém-formada URSS adotou o jogo de xadrez como complemento à educação, tornando-se hegemônica nesse esporte.
O terceiro fato que contribuiu para a popularização do xadrez foi o surgimento dos computadores em meados do século XX e o advento da internet, já no final do século XX. A partir da década de 1950, na busca por construir máquinas inteligentes, ciências como Psicologia e Inteligência Artificial apresentaram estudos que aceleraram a produção de enxadristas eletrônicos, culminando com o supercomputador da IBM Deep Blue, que em 1997 derrotou Garry Kasparov em um re-match de seis partidas, com resultado de 3,5 a 2,5. Os softwares e hardwares a cada dia tornam-se mais poderosos e imprescindíveis aos enxadristas de alto nível.
A internet representa o apanágio desse terceiro momento, por possibilitar o acesso quase instantâneo às informações referentes às partidas jogadas em torneios no mundo todo, além da possibilidade de jogar com pessoas do mundo todo em tempo real.
Certa vez, o escritor argentino Jorge Luis Borges, no seu poema Xadrez, disse: “Foi no Oriente que começou esta guerra, cujo anfiteatro é hoje toda a terra. (…) Tal como o outro, este jogo é infinito. Deus move o jogador, e este a peça. Que Deus por trás de Deus a trama começa de poeira e tempo e sonho e agonias?”
Em tempo de eleições, podemos utilizar algumas lições que o xadrez nos ensina (atenção, concentração, paciência e pesquisa detalhada antes da escolha da jogada) para auxiliar na escolha de nossos candidatos, e não sermos apenas peças no tabuleiro da política.
Autor: Prof. Dr. Wilson da Silva (PhD) – Professor e Tutor dos Cursos de Segunda Licenciatura e Formação Pedagógica do Centro Universitário Internacional Uninter