Já são 950 municípios cadastrados no programa Escola do Adolescente desde 20 de dezembro, quando foram abertas as adesões. O objetivo do programa é de promover a melhoria da aprendizagem, combatendo a repetência e o abandono nos anos finais do ensino fundamental. Alinhado com o que propõem os novos currículos de estados e municípios, o Programa Escola do Adolescente vai atender a todas as redes e escolas dos anos finais do ensino fundamental, por meio de uma plataforma com as ferramentas de gestão e estratégias formativas para gestores e professores.
“Esse programa é diferente porque ele fornece recursos técnicos para professores e gestores simultaneamente, para que eles possam criar um outro ambiente”, explicou a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Kátia Smole. “Vamos ter um curso para gestores, inicialmente, no ambiente virtual de aprendizagem, o AVA-MEC, com o qual os gestores poderão organizar a escola e entender essa organização e a importância da participação do adolescente”.
A secretária ressaltou ainda que em seguida haverá formações específicas para professores. “Nós vamos oferecer isso a partir de fevereiro”, alertou a secretária, antes de comemorar o número de adesões. “A adesão que tivemos foi muito surpreendente e mostra que havia uma demanda reprimida. E o MEC, sensível a essa demanda, fez esse programa inovador. E estamos muito felizes com essas 950 adesões. Isso significa que teremos muitas escolas, muitos gestores e muitos professores sendo atendidos por esse programa.”
O processo tem duas fases: a de adesão das secretarias de educação – para estados e municípios – e, logo em seguida, para as escolas. Assim que as secretarias estaduais fizerem as adesões no site do programa, os diretores escolares dos anos finais já poderão aderir também ao programa.
As ações focam os estudantes do sexto ao nono ano com a construção de metodologias de ensino mais atrativas aos adolescentes e que permitam um ensino de melhor qualidade. “E quanto melhor for esta fase na escola, quanto melhor este jovem aprender, melhores serão também os resultados no ensino médio, por isso a nossa satisfação com essa adesão tão grande”, finalizou Kátia Smole.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), principal indicador da qualidade do ensino básico no Brasil, aponta que, nesses anos, 45% das escolas não alcançaram as metas estabelecidas em 2017. De cada 100 alunos, apenas cinco concluem a formação com aprendizado adequado em língua portuguesa e três, em matemática. Os índices de insucesso dos estudantes (reprovação e abandono) atingem 14,5% na rede pública.
Plataforma – A plataforma apoiará a gestão das secretarias e das escolas na elaboração e implementação de um plano de ação e na revisão das práticas pedagógicas para uma escola mais conectada com o adolescente. Para facilitar, será fornecido um diagnóstico detalhado que considera a análise histórica de avanços ou retrocessos da escola no Ideb, proficiência e fluxo escolar.
Para complementar o diagnóstico, a plataforma fornecerá ainda instrumentos para realização de avaliações diagnósticas em língua portuguesa, matemática, ciências e inglês, já alinhadas às habilidades da BNCC e junto aos estudantes dos anos finais. Também estarão disponíveis ferramentas de escuta da percepção que os estudantes têm sobre o ambiente escolar e uma área de compartilhamento de boas práticas.
Todo o processo será mediado e acompanhado por uma plataforma digital, em que as redes de ensino, no ambiente virtual de aprendizagem do MEC, poderão personalizar os cursos e adequá-los ao diagnóstico e à expectativa da rede. Tais ações visam, juntamente com esses aspectos, apoiar a escola e os professores no desenvolvimento das dez competências gerais da Base Nacional Curricular Comum (BNCC).
Atendimento – Para dar suporte ao programa, será formado um grupo de apoio com 53 coordenadores estaduais. O Escola do Adolescente tem o apoio da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). Esse grupo será responsável por coordenar, planejar e implementar o programa junto às redes de ensino.
Os municípios também indicarão coordenadores municipais e as escolas, coordenadores de projeto, o que permitirá um bom fluxo de informações, assim como apoio e trocas de boas práticas.