Reforma da Previdência aumentará ainda mais a pior desigualdade social do mundo, diz Humberto

Dono de um título infeliz e indesejado, o de mais desigual entre todas as democracias do mundo, o Brasil viverá um quadro ainda pior caso a Reforma da Previdência seja aprovada no Senado da maneira como passou na Câmara. Esta é a avaliação do líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), que criticou, nesta quarta-feira (21), o pacote de maldades do governo Bolsonaro.

Para o parlamentar, a proposta não prevê qualquer crescimento de receitas da seguridade social e se baseia apenas em cortar de quem menos ganha, tendo em conta que a economia projetada será feita 90% em cima dos mais pobres do regime geral – pessoas que recebem até R$ 2 mil por mês.

Ele ressaltou que o Brasil já é a democracia onde há a maior concentração de renda do planeta: o nosso 1% do topo da pirâmide é quem mais concentra renda em todo o mundo.

“E isso vai piorar com essa reforma. E o que me entristece e me deixa muitas vezes quase desesperado é ver que a propaganda feita por esse governo maldito está convencendo algumas pessoas, que chegam para a gente e dizem: ‘não, mas essa reforma é necessária’. Quando, na verdade, muitas dessas pessoas são as primeiras a serem degoladas por aquilo que essa legislação vai implantar”, observou.

Humberto alertou que cada pessoa precisa fazer a conta de quanto tempo mais vai trabalhar, de quanto tempo vai perder ou ganhar e quanto ainda vai precisar trabalhar, para poder ter a noção exata dos prejuízos impostos pela reforma. Ele disse que os brasileiros irão trabalhar mais e contribuir mais para receber menos.

“E a imensa maioria dos brasileiros não alcançará jamais as imposições exigidas para fazer jus a um benefício minimamente razoável, porque a precária situação de trabalho em que grande parte da população se encontra não permitirá que se reúnam as condições necessárias a isso”, lamentou.

O senador citou o exemplo de uma trabalhadora que se aposentaria aos 60 anos de idade, depois de 15 anos de contribuição, e receberia um benefício de R$ 2 mil. Ele explicou que, se a reforma passar, ela terá de trabalhar até os 62 anos para receber somente metade desse valor.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *