O ano de 2020 carrega boas perspectivas para os empreendedores de micro e pequenas empresas. É o que aponta a Sondagem Conjuntural realizada pelo Sebrae, que registrou expectativa recorde na geração de novos empregos, além de revelar também que os empresários estão otimistas com o futuro da economia e acreditam no aumento do faturamento dos seus empreendimentos.
O levantamento, que é feito trimestralmente desde junho 2017, apontou em dezembro o melhor resultado da série histórica para a expectativa de contratações (41% dos entrevistados pretendem contratar até dezembro) e o segundo melhor indicador quanto às expectativas do futuro da economia (72% acreditam que a economia vai melhorar).Cerca de 73% dos entrevistados acreditam que o faturamento do seu negócio irá melhorar neste ano.
Considerando o porte da empresa e o setor de atividade, a Sondagem do Sebrae mostrou que o otimismo com o futuro da economia é mais expressivo entre os donos de Empresas de Pequeno Porte (EPP) e os que atuam na Construção Civil. Cerca de 65% dos empresários que acreditam que a economia brasileira irá melhorar nos próximos 12 meses atribuem o otimismo ao governo atual e 62% também acreditam que a economia já dá sinais de recuperação. Dentre os empresários que acreditam que a economia brasileira tende a melhorar em 2020, 38,4% disseram já constatar aumento de vendas e 37% percebem que o emprego está aumentando.
Outro dado relevante apontado pela pesquisa é que a maioria dos empresários (65%) pretende realizar investimentos nos próximos 12 meses. Essa expectativa é liderada pelas Empresas de Pequeno Porte (69%) e pelos negócios localizados nas regiões Centro-oeste (71%) e Norte (72%).
De acordo com o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a pesquisa é importante não apenas pelas boas perspectivas de investimento e contratação sinalizadas pelos empresários, mas por identificar que os donos dos pequenos negócios já percebem a melhora do ambiente de negócios.
“Dentre os empresários que acreditam que a economia brasileira tende a melhorar em 2020, 38,4% disseram já constatar aumento de vendas e 37% percebem que o emprego está aumentando. Percebemos que é um impacto gerado pelas reformas já aprovadas, que afetam diretamente o setor produtivo do país”, analisa Melles.
Juliana Schvenger, coordenadora de Acesso a Mercados Institucionais do Sebrae/PR, destaca pontos que já estão simplificando a vida do empreendedor no Paraná e Brasil.
“A Lei da Liberdade Econômica trouxe a possibilidade de desburocratizar abertura de novos negócios, ao dispensar o alvará e as licenças de forma automática para atividades de baixo risco. Isso trouxe segurança jurídica para o empresário, gerando mais oportunidades de crescimento, pois 60% das empresas do país são de baixo risco e, a maioria, são micro e pequenas. Da mesma forma, as reformas propostas também contribuem para esse sentimento de otimismo”, analisou. Juliana ainda cita a possibilidade de aprovação da Nova Lei das Licitações na Reforma Administrativa, que pode simplificar as contratações por parte do poder público.
Ao todo, 289 atividades (CNAE) consideradas de baixo risco são beneficiadas, entre elas contabilidade, fisioterapia, fonoaudiologia, filmagem de festas e eventos, cabeleireiro, manicure, pedicure, chaveiro, bares e outros estabelecimentos especializados em servir bebidas, lanchonetes, casas de sucos, restaurantes, padarias e confeitarias com predominância de produção própria, borracharia, serviços de manutenção e reparação mecânica de veículos automotores e webdesign.
Pequenos negócios são porta de entrada
Quase metade dos empresários ouvidos na pesquisa pretendem contratar ou substituir funcionários (48%). Nesse universo de donos de pequenos negócios, 55% relataram ter dificuldades em contratar mão-de-obra especializada. De zero a 10, a nota média para esse desafio é 6,4. E quase 20% dos entrevistados atribuíram notas altas para a dificuldade de contratação (notas 9 e 10).
Para solucionar esse problema, a maioria dos empresários ouvidos (71,8%), afirmaram contratar pessoas inexperientes e as capacitar no dia-dia da empresa. “O mercado está passando por transformações. Há uma demanda por inovação crescente e novos empregos devem surgir. Para a empresa é uma vantagem investir na capacitação e no desenvolvimento do profissional porque ele estará mais preparado para atender as demandas da empresa e evoluir na carreira”, afirmou Juliana.
Números da pesquisa
O percentual de empresários otimistas com o futuro da economia brasileira subiu para 72%, na Sondagem de dezembro/2019, segundo maior índice da série histórica.
O otimismo com a economia é mais expressivo entre os donos de EPP (78%) e os que atuam na Construção Civil (77%).
Cerca de 73% dos entrevistados acreditam que o faturamento da empresa irá melhorar em 2020.
Os empresários mais otimistas com a melhoria do faturamento de suas empresas, estão nas regiões Centro-Oeste (77%) e Norte (77%).
A maioria dos empresários (66%) pretende realizar investimentos nos próximos 12 meses.
O percentual de entrevistados que pretendem contratar funcionários nos próximos meses atingiu 41%, maior nível da série histórica.
Cerca de 77% dos empresários entrevistados acreditam que a sua empresa irá melhorar nos próximos 12 meses.
Mais da metade dos empresários que pretendem contratar ou substituir funcionários (55%) relataram que têm dificuldades em contratar mão-de-obra especializada.
Para contornar essas dificuldades, a maioria dos empresários (71,8%) contratam mão-de-obra inexperiente e a capacita no dia-a-dia.