Com o resultado obtido no primeiro turno das eleições deste ano podemos começar a desenhar um mapa com o jogo político se organizando para os movimentos a partir de janeiro de 2021. Desta maneira, é possível ver que as forças partidárias, que ficaram com a maioria das cidades, fazem parte de uma ala mais de “centro à direita” da política.
Agora é preciso verificar como fica o País após o segundo turno das eleições, que será no dia 29 de novembro. No que tange o pleito para prefeitos e vice, vale destacar que os Artigos 28 e 29, do inciso II da Constituição de 1988, preveem o segundo turno apenas para municípios com mais de 200 mil eleitores. Logo, são eleitos em uma única votação os prefeitos e vice-prefeitos de cidades com menos de 200 mil eleitores. Isso quer dizer que nos locais onde vai ter segundo turno, o resultado do primeiro não chegou a ser maior que 50% para o candidato mais votado.
Segundo o cientista político e diretor da Domínium Consultoria, Leandro Gabiati, a disputa eleitoral em locais mais afastados dos grandes centros urbanos, a estratégia para conquistar votos é diferente. “A eleição em pequenas cidades tem uma dinâmica e nas grandes cidades é completamente diferente. A disputa em pequenas cidades é mais corpo a corpo, olho no olho, fazer pequenas reuniões com a população.
Isso é mais difícil de fazer em grandes cidades, como é o caso das capitais onde teremos segundo turno ou das cidades com mais de 200 mil eleitores, que também terão segundo turno”, afirmou.
Já nas localidades maiores, a dinâmica é usar o máximo possível de tempo na televisão e, principalmente, o uso massivo das redes sociais para chegar a um número maior de eleitores. Desta maneira, as grandes cidades estão cada vez mais conectadas às redes sociais durante as eleições e essa deve ser a prioridade dos candidatos para chegar até a população com propostas e pedidos de voto.
Para Leonardo Leite, que é cientista político e doutor em Administração Pública e Governo pela FGV de SP, a forma como os candidatos vão abordar os problemas da sua cidade é um fator que pode conquistar um eleitor indeciso ou mesmo mudar o voto de uma pessoa.
“As principais pautas para conquistar o voto variam muito de acordo com cada região. Por exemplo, se eu pensar em uma região metropolitana igual São Paulo, a pauta é transporte, mobilidade, meio ambiente. É um fator crítico, que é diferente de pensar em uma cidade do interior que não depende tanto desses assuntos. Além disso, pensar em igualdade de gênero e pautas de identidade é algo que tem ganhado força”, detalhou.