Os ataques cibernéticos que ocorreram nos computadores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante a eleição para prefeitos foram só a parte mais visível do crescimento do risco cibernético no Brasil.
Segundo o mais recente relatório divulgado pela gigante da segurança da informação Fortinet (EUA), houve 850 mil tentativas de ciberataques no Brasil, apenas durante o último trimestre (julho a setembro).
Se em tempos normais, os ataques já são um transtorno para os empresários que são vítimas de hackers ou atuam em segmentos ou empresas que são alvo potenciais dos criminosos cibernéticos, com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) a situação fica ainda pior.
As multas para os casos de vazamento de informações pessoais – de clientes, empregados, parceiros ou pacientes, por exemplo – podem chegar a 2% do faturamento bruto, com um limite máximo de até R$ 50 milhões por infração. Com a lei sancionada, as empresas passam a ter 18 meses para se adequar às novas exigências.
Como o caminho para a segurança frente ao cibercrime e às exigências da LGPD passa por um data center, a demanda no segmento vem crescendo e gerando oportunidades de negócios. Atraída pelo cenário promissor, a Surfix – empresa de tecnologia com 17 anos de atuação no desenvolvimento e implantação nas áreas de telefonia digital e wi-fi marketing – decidiu entrar no setor.
Sediada no Recife, a empresa opera o único data center corporativo (ou seja, voltado para armazenar dados de outras empresas) localizado em Pernambuco e um dos poucos do Nordeste. Esse posicionamento, num momento oportuno, tem levado a Surfix, a mirar não apenas as empresas da Região Metropolitana da capital, mas também a de polos de desenvolvimento do interior do Estado, como Caruaru.
O Surfix Data Center, tem atraído muitas empresas, hospitais e clínicas preocupadas com a segurança de suas informações. Essa preocupação é proporcional aos prejuízos que podem acontecer no caso de vazamento de informações estratégicas de um negócio ou exposição de dados pessoais, considerando a LGPD.
O vazamento de informações pessoais pode gerar multas, processos na Justiça e muita dor de cabeça para empresários e gestores. Há alguns meses, um grande hospital do Recife foi vítima de um ataque cibernético. Cinco prontuários médicos foram roubados. Houve um pedido de resgate milionário. E o hospital pagou. O nome do hospital será preservado e, sobretudo, dos pacientes. O caso circulou a boca miúda no meio médico e acendeu um sinal de alerta máximo no setor.
Outro motivo de apreensão veio da expansão do home office, impulsionado pela pandemia da covid-19. Muitos funcionários passaram a acessar, de casa, dados dos servidores das suas empresas e essa vulnerabilidade fez crescer o risco de vazamentos.
“Os acessos remotos passaram a ser feitos em grande quantidade e os links de internet não estavam preparados para isso, o que gerou um grande desafio para as empresas, principalmente com a LGPD em vigência. Essa tempestade perfeita acabou gerando uma migração de empresas para nosso data center”, explica Wagner Medeiros, diretor de TI da Surfix.
“A lei chega com força e as empresas estão cientes dos riscos, por isso, buscam cada vez mais segurança para seus dados, já que as multas são pesadas”, completa Macedo.
“No caso das empresas instaladas em Pernambuco, seja na capital ou em cidades como Caruaru, o fato de recorrerem a um data center local ao invés de um gigante do Vale do Silício, lhes ajuda a reduzir o tempo de latência, ou seja, o tempo em que um computador acessa o servidor, e com isso há um ganho importantíssimo na eficiência da rede e que geral impacto positivo na operação do negócio como um todo”, diz.
Entre os clientes, há negócios de todo tipo. São indústrias, empresas de serviço de call center, empresas de sistemas, hospitais, supermercados. Em geral, elas procuram a Surfix porque não faz sentido fazerem altos investimentos em data center próprios.
Data center é um local que concentra servidores, equipamentos de processamento e armazenamento de dados, entre outros, com a finalidade de abrigar milhares de servidores de diversas empresas e seus bancos de dados.
Um dos serviços de segurança prestados por um data center é a barreira contra sinistros ou ataques cibernéticos, porque tem estrutura, tecnologia e recursos para combatê-los.