A Polícia Federal intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu antigo ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, a depor sobre o caso das joias recebidas pelo presidente. Também foi convocado Marcelo Camara, que faz a segurança de Bolsonaro. O depoimento foi marcado para 5 de abril, às 14h30. O presidente deve voltar ao Brasil amanhã. As infomações são do blog da Andréia Sadi.
O delegado que toca o caso afirmou no inquérito que “não serão juntados nos autos os termos (dos depoimentos) até a efetiva realização de todas as oitivas dos envolvidos”. De acordo com o responsável pelo inquérito, “isso possibilitará que as pessoas não sejam procuradas antecipadamente pela mídia ou mesmo outros envolvidos, como também garante a isonomia entre os investigados de não serem ouvidos antes ou depois dos outros e saberem a sua versão dos fatos”.
A defesa vai questionar esse ponto, alegando que há restrição ao princípio da ampla defesa e que, na prática, se isso for realizado, significaria manter um inquérito paralelo. O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro enviou ofício ao então chefe da Receita Federal pedindo a liberação das joias apreendidas com uma comitiva do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, no aeroporto de Guarulhos (SP). Os itens foram avaliados em R$ 16,5 milhões.
O ofício foi enviado em 28 de dezembro de 2022, a três dias do final do mandato de Bolsonaro como presidente. Na mensagem, Cid solicitou a incorporação dos presentes retidos em Guarulhos “a este órgão da União” – o ofício foi enviado em nome do Gabinete Pessoal do Presidente da República.
Wagner Gil
Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.