Bolsonaro diz à PF que compartilhou sem querer vídeo que questionava sistema eleitoral

O ex-presidente Jair Bolsonaro disse, em depoimento prestado à Polícia Federal, na manhã de hoje, que compartilhou “sem querer” um vídeo que questionava as eleições de 2022. As informações foram apuradas pela TV Globo.

O depoimento, que durou cerca de duas horas, foi no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura os atos golpistas de 8 de janeiro. O ex-presidente chegou à sede da PF, em Brasília, pouco antes das 8h50, acompanhado da defesa, e saiu por volta de 11h20.

A PF tomou as declarações de Bolsonaro após determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes. Na avaliação de investigadores, uma postagem feita no dia 10 de janeiro pelo ex-presidente o ligaria aos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Ele apagou a publicação em seguida.

A TV Globo apurou que, hoje, Bolsonaro só respondeu perguntas sobre o vídeo postado após os ataques. Sem provas, a publicação colocava em dúvida o sistema eleitoral. A mensagem foi avaliada como um sinal de que Bolsonaro pode ter estimulado os atos de invasão aos prédios dos três poderes da República.

À PF, o ex-presidente disse que queria salvar o vídeo para visualização posterior, mas compartilhou, sem querer. Ele não respondeu a outros questionamentos e afirmou que aos investigadores que, se quiserem marcar nova data para tratar desses assuntos, vai comparecer.

Após o depoimento, o advogado de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, confirmou o teor das declarações. Segundo a defesa, no dia da postagem, o ex-presidente tinha acabado de receber alta após ser internado para tratar uma obstrução intestinal e tinha sido medicado com morfina.

Ainda de acordo com o advogado, Bolsonaro compartilhou o vídeo de forma “equivocada”. “Essa postagem foi feita de forma equivocada, tanto que, pouco tempo depois, duas ou três horas depois, ele foi advertido e imediatamente retirou essa postagem. Observo, inclusive, que essa postagem foi feita na sua rede social de menor importância”, disse Cunha Bueno.

“Realmente aquilo ali foi um equívoco na hora de salvar um arquivo para posteriormente poder visualizá-lo e assisti-lo integralmente”, continuou.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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