Com o aumento nos casos de Vírus Sincicial Respiratório (VSR) nas últimas semanas, em todas as regiões do país, a ocorrência de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave vem se tornando mais frequente. Alguns estados já declararam situação de emergência devido ao crescimento que, de acordo com o boletim Infor Gripe, da Fundação Oswaldo Cruz, já passa de 56%. Em Pernambuco já foram confirmados mais de 3.283 casos, que atingem, desde bebês recém nascidos, até adolescentes com 14 anos, sendo a bronquiolite umas das principais condições que levam a diagnósticos graves e fatais.
“A bronquiolite é uma doença que provoca uma inflamação nos brônquios, que junto aos alvéolos componhem boa parte dos pulmões. Essa inflamação vai levar ao estreitamento dos brônquios dificultando a passagem do ar, causando dificuldade para respirar e cansaço ao paciente”, explica o médico pneumologista da Clínica São Gabriel, Amaro Capistrano. De acordo com o especialista, como forma de defesa a essa inflação, o organismo passa a produzir mais catarro, o que faz com que a pessoa comece a apresentar muita tosse, tentando expelir a secreção para fora.
Os sintomas e o surgimento do transtorno estão diretamente ligados às condições do ambiente, seja devido ao calor ou frio excessivo, uso constante de ventilador e ar condicionado, ou pela vivência em locais considerados insalubres, com excesso de poeira e mofo, por exemplo. “Alguns pacientes quando chegam no frio passam a tossir mais porque essa secreção pode ficar mais estreita, já alguns ao calor. Outros podem reagir também pela inalação de agentes nocivos, que chegam ao pulmão aumentando o volume dessa secreção. Já a ocorrência de febre só aparece de forma secundária em alguns casos”, ressalta.
A bronquiolite é mais comum em pessoas que possuem problemas respiratórios, como asma, rinite e sinusite, e isso acontece devido a sensibilidade a alguns fatores que causam alergia, o que pode variar de paciente para paciente. Para se prevenir, é fundamental identificar os vetores externos que desencadeiam a crise, uma vez que assim o contato pode ser evitado. Além disso, Amaro Capistrano ainda destaca que o tratamento pode ser feito de maneira precoce, através do uso de anti-inflamatórios, sendo essencial a recomendação e diagnóstico por um especialista, para que possa ser adotada a melhor conduta.