A Educação Ambiental nas escolas como ferramenta de construção para um futuro sustentável

Por Marcelo Rodrigues

A educação ambiental nas escolas desempenha um papel crucial na construção de um futuro sustentável. Ao integrar práticas de sustentabilidade e conservação ambiental desde cedo no currículo escolar, as futuras gerações são preparadas para enfrentar os desafios ambientais globais. A implementação eficaz dessa educação requer uma abordagem prática e contínua, envolvendo toda a comunidade escolar em atividades que promovam a conscientização e a ação em prol do meio ambiente.

A Política Nacional de Educação Ambiental (Lei n.º 9795/1999) é um marco no Brasil, destacando a importância da educação na promoção da sustentabilidade e conservação ambiental. Esta lei reconhece a educação ambiental como um direito de todos, enfatizando seu papel em todos os níveis educacionais para desenvolver uma consciência pública voltada para a preservação ambiental. Entretanto a Lei n.º 14.926/24, recentemente promulgada, é uma importante adição à PNEA, incluindo temas cruciais como mudanças climáticas, proteção da biodiversidade e riscos de desastres socioambientais. Esta lei visa preparar melhor os estudantes para enfrentarem os desafios ambientais contemporâneos e futuros.

Para transformar a sociedade em uma mais sustentável, é necessária uma mudança nos hábitos e mentalidades, iniciada na educação básica. As escolas têm um papel fundamental na formação de valores e princípios, complementando a educação recebida em casa. Por intermédio da educação ambiental, crianças e jovens aprendem a tomar decisões conscientes que beneficiam o meio ambiente.

Para que a educação ambiental seja eficaz, deve ir além do ensino teórico e ser incorporada nas práticas diárias da escola. Algumas estratégias incluem: i. promover o consumo consciente, incentivando o uso responsável de água e energia transversalmente em campanhas e placas informativas, ii. a coleta seletiva e reciclagem, disponibilizando de lixeiras específicas e ensino sobre a separação de resíduos; iii. a redução do uso de plásticos com estímulo ao uso de alternativas sustentáveis; iv. o reaproveitamento de materiais, com o incentivo ao uso criativo de materiais recicláveis em projetos escolares, v. e a criação de hortas coletivas, envolvendo os alunos em práticas de agricultura sustentável.

Incorporar a educação ambiental no currículo escolar proporciona aos estudantes uma conexão com a natureza e uma compreensão do seu papel na proteção ambiental. Essa conscientização fomenta ações práticas em direção à sustentabilidade, preparando os jovens para serem futuros líderes conscientes em diversos âmbitos.

Assim, o agir da Educação Ambiental de forma transversal nos instrumentos da política de meio ambiente é essencial para promover uma gestão ambiental eficaz. O Programa Municipal de Educação Ambiental (PMEA) desempenha um papel vital nesse processo, orientando agentes públicos, solucionando questões estruturais e criando mecanismos de financiamento para ações sustentáveis. Assim, contribui para a construção de uma sociedade mais consciente e comprometida com a sustentabilidade socioambiental.

Dessa forma, educar para a sustentabilidade nas escolas é essencial para construir um futuro sustentável. Ao ensinar as gerações mais jovens sobre a importância da conservação ambiental e equipá-las com conhecimentos e habilidades para agir de forma sustentável, estamos criando uma base sólida para enfrentar os desafios futuros. É crucial expandir e aprofundar esses esforços para garantir que cada criança tenha a oportunidade de contribuir para um mundo mais verde, justo e sustentável.

Marcelo Augusto Rodrigues, é advogado especialista em direito ambiental e urbanístico, ex-Secretário de Meio Ambiente do Recife, e sócio proprietário do escritório de advocacia Marcelo Rodrigues Advogados.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.