Exposição individual apresenta os totens da representação cultural brasileira e latina

A partir do próximo sábado, 2 de novembro, o Maloca Espaço Cultural recebe a exposição individual “Sentinelas das memórias esquecidas”, do artista plástico pernambucano, Romulo Barros. A mostra, que teve incentivo da Lei Paul Gustavo, é a primeira individual do artista, reúne sete esculturas totêmicas que expressam elementos dos diversos universos que compõem o imaginário e a mística da formação social e cultural brasileira. O Maloca – Centro Artístico e Cultural está localizado na Cidade Alta, em Olinda, na rua Bernardo Vieira de Melo.

“As esculturas procuram apresentar, nas diversas formas de tratar a cerâmica, os elementos do território ao qual pertencemos, tais como o mítico, o místico, o sagrado e o profano no Nordeste, no Brasil, com elementos trazidos da América Latina e da África. Procuro apresentar em cada uma das peças a nossa formação territorial e ancestral”, disse Romulo Barros, que é artista visual e educador. Ele tem graduação em História e Artes Visuais, é mestre e doutor em História com ênfase na área de Cultura e Memória, com formação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

A primeira sentinela da exposição é a de Ifé, cuja composição visual remete diretamente à ancestralidade afro-brasileira, sendo uma representação de Exu, orixá mensageiro, quem fecha ou abre trilhas encruzilhadas. A segunda é a Sentinela de Pindorama, uma representação feminina de matriz indígena. A Sentinela de Cocorobó, representa o sertanejo evocando a figura identitária de Antônio Conselheiro.

A Sentinela da Fartura é a Vênus de São Saruê, que traz uma livre inspiração nas primeiras esculturas produzidas pela humanidade. A Sentinela da Fome é intitulada Maria do Finado Zacarias, que traz a representação de uma mulher e seu filho em desespero. O Sentinela do Tempo é O Relojoeiro, que tem formato de torre, lembrando carrilhões ou outros tantos monumentos ao tempo espalhados por diversas cidades do mundo.

A última peça é a Sentinela da Solidão, que retrata o Coronel Aureliano Buendía, personagem do romance “Cem Anos de Solidão”, de Gabriel García Márquez. Com altura de quase um metro, ela apresenta um homem com olhos vendados, representando aquele que não venceu nenhuma batalha em suas 32 expedições revolucionárias populares, e que sobreviveu a 73 atentados e um pelotão de fuzilamento.

*Serviço:*

_Sentinelas das Memórias Esquecidas, por Romulo Barros_

*Local:* Maloca – Centro Artístico e Cultural

*Endereço:* Rua Bernardo Vieira de Melo, 79b, Cidade Alta, Olinda.

*Datas:* 02 a 30 de novembro.

*Horário de visitação:* 9h às 17h, nas quintas, sextas e sábados.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.