Entre a energia ancestral do Maracatu Nação Pernambuco e o balanço do reggae de Maneva, os foliões que curtiram o domingo nos palcos do Recife e de Olinda do Pernambuco Meu País no Carnaval viveram um dia apoteótico de muita celebração da música pernambucana e brasileira. Em especial dos ritmos e tradições populares oriundos da herança africana. Samba, rap, reggae, maracatu de baque solto e de baque virado ecoaram pelo Jardim do Cais do Sertão e pela Praça do Carmo, consolidando este quarto dia do Carnaval de Pernambuco 2025.
No palco Recife quem abriu a tarde foi o Maracatu Nação Pernambuco com uma apresentação emocionante. “É sempre um motivo de muita alegria a gente poder estar mostrando o que Pernambuco tem de melhor. Quero parabenizar o Governo pela iniciativa, dizer que a gente está muito feliz por esse grande momento, que é o nosso Pernambuco aqui no palco. Nosso Estado hoje é o que é também graças à nossa cultura popular”, celebrou o contramestre do grupo, Bernardo José.
Em seguida foi a vez do Maracatu Estrela de Ouro de Aliança tomar conta do palco e do gramadão. Patrimônio Vivo de Pernambuco, o grupo é um dos maiores representantes do maracatu rural e encantou todos os presentes com suas cores e brilhos. Os caboclos de lança em especial chamavam atenção do público, como foi o caso da pernambucana radicada em Brasília Cristiane Carvalho. “Fazia anos que eu não passava o Carnaval aqui e, depois do frevo, uma das brincadeiras da cultura popular que mais amo e sinto falta é o Maracatu. Vim pro Pernambuco Meu País só para vê-los e estou muito emocionada e feliz. É uma oportunidade única para quem não conseguir ir até a Zona da Mata”, ressaltou a foliã.
O fim de tarde seguiu com as Sambadeiras, que transformaram o jardim do Cais numa avenida de samba com a mais alta energia. A bateria formado apenas por mulheres mesclou clássicos do samba com muita música pernambucana e colocou todo mundo para cantar e dançar. E o encerramento do domingo no palco Recife se deu com o aguardado show de Mestre Ambrósio.
Como esperado, o grupo reuniu um grande público que cantou do início ao fim os maiores sucessos da banda pernambucana que fez história nos anos 1990. “A gente não existiria enquanto grupo se não existisse a cultura popular. E a gente quer estar nesse espaço onde o tema, o assunto é esse. Então tá mais do que perfeita nossa presença aqui hoje no Pernambuco Meu País”, contou o músico e vocalista Siba. “Esse show tem o diferencial de acontecer durante o Carnaval, né?Nessa época sempre tem uma temperatura maior, essa festividade que também contamina a gente. A cultura popular tem uma força sempre, mas no Carnaval ela atinge uma dimensão muito maior”, complementou o integrante Helder Vasconcelos.
*Rap, samba, reggae e Oscar em Olinda*
Na histórica Praça do Carmo o palco Pernambuco Meu País no Carnaval em Olinda também vibrou ancestralidade. Orquestra Rockfônica de Frevo, Fundo de Quintal, Teto, Marcelo D2, Tribo de Jah e Maneva lotaram o local com um público animado e apaixonado pela pluralidade da música brasileira.
Nem a chuva atrapalhou os foliões que curtiram a noite olindense. Muito pelo contrário, o frescor trazido pela água foi até celebrada e renovou as energias de quem queria aproveitar o domingo até o fim. Havia que estivesse lá pela quarta noite seguida, celebrando com segurança e diversão.
Marca do Carnaval de Pernambuco e do Pernambuco Meu País, a diversidade cultural é o que mais tem atraído diariamente os locais e turistas ao Carmo. A noite de domingo não foi diferente e ainda foi coroada pelo tão aguardado Oscar do filme “Ainda Estou Aqui”, do cineasta brasileiro Walter Salles. O telão do palco anunciou a notícia esperada por todos e o público foi ao delírio com a boa nova. A energia que já havia se inchado com Tribo de Jah se manteve até a madrugada com o show enérgico de Maneva, numa grande celebração de música, tradição e cinema.