Raquel Lyra se Filia ao PSD: O Que Isso Significa para Pernambuco?

Por João Américo de Freitas
A política em Pernambuco está passando por uma grande mudança. No último dia 10 de março de 2025, a governadora Raquel Lyra oficializou sua filiação ao PSD (Partido Social Democrático), em um evento que foi uma verdadeira demonstração de força política. Mais do que um simples ato partidário, essa movimentação coloca Raquel no centro do tabuleiro político pernambucano e sinaliza um novo rumo para o estado. Mas o que isso significa para Pernambuco? Vamos mergulhar nos detalhes dessa história e entender como ela pode impactar o futuro político local.

O ato de filiação de Raquel Lyra ao PSD não foi algo discreto. Pelo contrário, foi uma cerimônia pensada para mostrar poder e união. Realizado em um ambiente que mais parecia um comício ou uma convenção partidária, o evento reuniu pesos-pesados da política nacional, como o presidente do PSD, Gilberto Kassab, além de deputados, senadores e até ministros do partido, como Alexandre Silveira (Minas e Energia), Carlos Fávaro (Agricultura) e André de Paula (Pesca). Políticos de legendas rivais, como PT e PL, também marcaram presença, provando que Kassab sabe jogar o jogo político com habilidade.

Raquel, que antes era um nome forte no PSDB – onde ficou por nove anos –, agora não só entrou para o PSD como assumiu o comando do diretório estadual em Pernambuco, tomando o lugar de André de Paula. Esse movimento é um recado claro: ela está se preparando para voos maiores, mirando a reeleição em 2026. E o PSD, com certeza, está feliz em ter uma governadora como carta na manga.

A chegada de Raquel Lyra ao PSD mexe com o equilíbrio de forças em Pernambuco. O estado sempre foi um terreno disputado, com o PT dominando a esquerda e o PSDB sendo uma opção de centro-direita. Agora, com Raquel no PSD, o partido ganha um peso que não tinha antes. Ela é a primeira mulher a governar Pernambuco, uma figura carismática e com experiência política – foi prefeita de Caruaru antes de chegar ao governo estadual. Isso dá ao PSD uma vantagem para atrair eleitores e aliados que querem algo novo, mas sem se jogar nos extremos da polarização.

E tem mais: essa filiação pode ser um divisor de águas nas próximas eleições. Com o controle do PSD em Pernambuco, Raquel tem nas mãos uma estrutura partidária que pode ajudar a formar alianças locais e fortalecer sua base para 2026. O evento de filiação mostrou que o partido tem apoio nacional – os ministros presentes são prova disso –, o que significa que recursos e capital político devem chegar ao estado para turbinar os planos de Lyra.

O PSD, liderado por Gilberto Kassab, vem crescendo no Brasil com uma estratégia simples: ser um partido “nem de direita, nem de esquerda, nem de centro”, como ele gosta de dizer. Em Pernambuco, trazer Raquel Lyra para o time é um golpe de mestre nessa jogada. Kassab quer transformar o PSD em uma força nacional, e ter uma governadora como Raquel no comando estadual é um passo gigante para isso. Ela traz visibilidade, liderança e um perfil que pode agradar tanto quem está cansado do PT quanto quem não quer embarcar no bolsonarismo.

Para Raquel, o PSD oferece uma plataforma perfeita. Sai do PSDB, que vinha perdendo força, e entra em um partido em ascensão, com estrutura e apoio nacional. É como trocar de carro no meio da corrida – e pegar um modelo mais potente para a reta final

Olhando para frente, a filiação de Raquel Lyra ao PSD pode mudar a cara da política pernambucana. Se ela conseguir usar o partido para consolidar seu poder, a reeleição em 2026 fica mais palpável. Mas não vai ser fácil. O PT, que ainda tem uma base sólida no estado, não vai ficar de braços cruzados. E outros grupos, como o PL, também podem tentar atrapalhar os planos dela.

Ainda assim, o movimento é promissor. O PSD, com Raquel à frente, pode se tornar uma alternativa real no estado, atraindo quem busca uma política mais pragmática e menos ideológica. E, se Kassab continuar jogando bem suas cartas, Pernambuco pode ser só o começo de uma expansão ainda maior do partido no Nordeste.
A filiação de Raquel Lyra ao PSD é um daqueles momentos que podem marcar a história política de Pernambuco. Ela está mostrando que não veio para brincar – quer deixar sua marca como governadora e, quem sabe, ir além. O PSD, por sua vez, ganha uma líder que pode colocar o partido no mapa do estado de vez.

Claro, o futuro é incerto. Política é como um jogo de xadrez: cada jogada abre novas possibilidades, mas também novos riscos. Será que Raquel vai conseguir unir o PSD e sua base eleitoral? Será que o partido vai entregar o que ela precisa para 2026? Só o tempo vai dizer. Por enquanto, uma coisa é certa: Pernambuco está de olho em Raquel Lyra, e ela parece pronta para o desafio.

A filiação de Raquel Lyra ao PSD no dia 10 de março de 2025 não foi só uma troca de partido – foi uma jogada estratégica que pode transformar a política em Pernambuco. Com ela no comando do PSD estadual, o partido ganha força, e Raquel se posiciona como uma líder ainda mais influente. O impacto disso vai ser sentido nas próximas eleições e no equilíbrio de poder do estado. Uma coisa é fato: a política pernambucana nunca mais será a mesma.

João Américo de Freitas é advogado

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.