Com a chegada das festas juninas, o milho se torna o protagonista das mesas nordestinas, em forma de pamonha, canjica, bolo e muito mais. Apesar de nutritivo, o consumo exagerado e a forma como é preparado podem trazer riscos à saúde, alerta a nutricionista Mariana Cardoso, professora da Estácio.
“O milho é um alimento extremamente rico do ponto de vista nutricional”, destaca a especialista. Ele fornece fibras que favorecem o funcionamento intestinal, carboidratos de médio índice glicêmico que ajudam na disposição e energia, além de antioxidantes como a luteína e a zeaxantina, que protegem a visão e o sistema cardiovascular.
Mas o problema está nos excessos e nos acompanhamentos. “Quando falamos das comidas típicas de São João, o milho simples, como cozido, mungunzá salgado ou pamonha salgada, preserva seus benefícios. O risco está nas versões adoçadas e mais elaboradas”, explica.
Entre os preparos mais preocupantes estão a canjica com leite condensado e creme de leite, a pamonha doce com coco e os bolos de milho com recheios calóricos. “Esses pratos são ricos em gorduras saturadas e açúcares adicionados, que podem causar picos glicêmicos em pessoas com diabetes, além de desconforto gastrointestinal, refluxo e constipação”, alerta a nutricionista.
Como saborear com consciência
Mariana sugere adaptações simples para tornar as receitas mais saudáveis:
– Trocar o leite condensado por leite de coco com um pouco de açúcar mascavo;
– Usar adoçantes naturais como xilitol ou eritritol;
– Preferir coco ralado sem açúcar no lugar de coberturas pesadas;
– Escolher preparações salgadas, como milho cozido ou pamonha salgada;
– Reduzir o tamanho da porção e evitar repetições.
Qual é a porção segura?
Para adultos saudáveis, a orientação é manter uma porção por dia, como:
– ½ pamonha;
– 1 espiga média de milho;
– 1 concha pequena de canjica (cerca de 120 ml);
– ou 1 fatia pequena de bolo de milho (40g).
Pessoas com diabetes, sobrepeso ou problemas digestivos devem compartilhar porções e priorizar versões menos açucaradas e gordurosas. “O segredo está no equilíbrio. O São João pode e deve ser aproveitado, mas com escolhas mais conscientes que respeitem a saúde de cada um”, finaliza Mariana.