Das 34 metas que constavam na mensagem enviada pela presidente Dilma ao Congresso Nacional no dia 2 de fevereiro deste ano, para o início dos trabalhos do Legislativo, apenas 11 (32,3%) foram atingidas, de acordo com levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo. Outras 17 (50%) tiveram desempenho insatisfatório e seis (17,7%) saíram do papel em parte, visto que o prazo estabelecido para sua implementação não termina neste ano.
Entre as metas econômicas, as únicas atingidas foram, praticamente, os aumentos de impostos. O país enfrenta uma recessão e já foi rebaixado por duas agências de risco. O professor do Instituto de Economia da Unicamp, Guilherme Mello explica que é preciso realizar mudanças na política econômica para reverter esse cenário, e acredita que boa parte do ajuste fiscal realizado em 2015 contribuiu para que 2016 inicie melhor. “Crédito, inflação, crescimento e emprego – tudo isso teve uma deterioração muito superior ao que qualquer um esperava”, disse o professor.
Por outro lado, para o especialista em finanças públicas, Mansueto Almeida, o pior do ajuste ainda está por vir. “Estamos muito longe de ter concluído o ajuste: o corte de gastos se deu à custa da enorme redução no investimento público, de 40% até outubro, e mudança no cronograma do pagamento do abono salarial, que é uma economia necessária”, comenta.
Na Educação – área tida como prioridade pelo governo, que adotou o lema “Pátria Educadora” – poucos objetivos foram concluídos, entre eles a construção de creches e pré-escolas e a oferta de mais de 270 mil bolsas de estudo no ProUni. Outras quatro metas tiveram desempenho insatisfatório e três foram parcialmente cumpridas.