Operação Ponto Final: decisão deve sair em fevereiro 

Do Jornal Vanguarda 
Wagner Gil

 
Provavelmente a sentença dos dez vereadores que foram acusados e processados na Operação ponto Final 1, sai logo após o Carnaval. Pelo menos essa é a previsão do juiz da IV Vara Criminal, Francisco de Assis Morais Júnior, titular da IV Vara Criminal. As alegações finais da defesa foram entregues ainda no final de novembro do ano passado. 
O prazo médio para sentença seria de dez a 20 dias, mas devido a complexidade e quantidade do volume, esse prazo não está sendo cumprido. Vale lembrar que o MP ficou com o processo para alegações, por mais de 80 dias e a defesa, mais de 60.

Na Operação Ponto Final 1, os dez vereadores são acusados de cobrar propina para aprovar o projeto do BRT. Segundo a Polícia e denúncia do MP, eles teriam exigido R$ 2 milhões para aprovar um empréstimo de R$250 milhões que a prefeitura pretendia contrair junto ao Banco do Brasil. O projeto chegou a ser aprovado na Câmara no dia 17 de dezembro de 2013, mas na manhã seguinte, a operação foi deflagrada e os edis presos e afastados.

Cinco já voltaram à vereança: Eduardo Cantarelli (SDD), Louro do Juá (SDD), Jajá (PMN), Sivaldo Oliveira (PP) e Cecílio Pedro (PTB). Os outros cinco vereadores Neto (PMN), Val de Cachoeira Seca (DEM), Evandro Silva (PMDB), Pastor Jadiel (PROS) e Val das Rendeiras (Pros), estão afastados devido a condenação na Ponto Final 2. Nessa Operação os edis foram acusados e condenados por corrupção passiva e ativa, na aprovação da CPI da CGU. Segundo o MP, houve pagamento para que a CPI fosse aprovada.

 Na época a Oposição tinha apenas seis votos e mais dois eram necessários para que a Comissão Parlamentar de Investigação fosse instaurada. Val das Rendeiras e o Pastor Jadiel, que eram da base do prefeito José Queiroz (PDT), teriam recebido suborno para aprovar a CPI. 
Em entrevista à nossa equipe de reportagem, todos os vereadores negaram as irregularidades e admitiram que na Casa Jornalista José Carlos Florêncio é comum empréstimos entre os vereadores. “Isso (empréstimo) existe aqui há muitos anos. Desde que me elegi vereador a primeira vez, vejo vereador ajudando colega quando ele está apertado”, disse Val. “ Sempre houve vereador emprestando dinheiro a colega”, disse Evando Silva na época que a Operação foi deflagrada.

 Na época a Polícia Civil chegou a encontrar um dinheiro na residência de Val das Rendeiras, cerca de R$ 12 mil. Segundo vereador, o dinheiro pertencia à sua filha e seu noivo. O casal que trabalha na Feira da Sulanca, estava juntando o montante para comprar uma casa. “Nunca pedi nada a ninguém e quando votei pela criação da CPI, foi acreditando que o prefeito teria oportunidade de provar sua inocência sobre as acusações de desvio de verbas da educação. A CPI, no meu entender, seria uma tribuna para defesa do Governo. Votei pela clareza dos fatos”, disse o Pastor Jadiel Nascimento.  

Esta semana o Pastor Jadiel esteve na Câmara de Vereadores, levando alguns documentos para que o Departamento jurídico da Casa, entre com recurso para sua volta.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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