Congresso em Foco
Em matéria com análise sobre o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o jornal norte-americano The New York Times faz menção ao Congresso em Foco como “um grupo de vigilância que monitora a corrupção no Legislativo”. O texto, publicado ontem (quinta, 14), concentra críticas a figuras da política nacional que, às voltas com os ”próprios escândalos”, agora patrocinam o rito de deposição presidencial – entre eles o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, e o deputado Paulo Maluf (PP-SP).
Ao lembrar os atores do impeachment, a publicação replica a menção feita recententemente à “quadrilha de ladrões” pelo jornalista Mario Sergio Conti, colunista da Folha de S. Paulo, em texto sobre os algozes de Dilma: “Ela não roubou nada, mas está sendo julgada por uma quadrilha de ladrões”, escreveu Conti em sua coluna semanal.
O New York Times pontua, por exemplo, que Paulo Maluf muitas vezes é descrito com o slogan “Rouba mas Faz” pelos eleitores. Mesmo assim, continua a publicação, como uma série de outros membros “atormentados por escândalos” do Congresso Nacional, Maluf diz estar farto de toda a corrupção no país e que, por isso, apoia a derrubada da presidente. Como este site registrou em 7 de abril, o deputado, que consta da lista de procurados da Interpol, diz ser “avesso a negociatas”.
“Eu sou contra toda a negociata duvidosa que este governo faz”, disse Maluf, identificado pela edição como um ex-prefeito de São Paulo que enfrenta acusações dos Estados Unidos. Ele teria roubado mais de US$ 11,6 milhões em um esquema de propina.
“Ganhar a eleição para o Congresso é uma licença para roubar para determinadas figuras”, disse Sylvio Costa, o fundador do Congresso em Foco.
“Neste sistema grotesco, os maiores ladrões são aqueles que detêm o maior poder”, enfatizou Sylvio.
Eduardo Cunha foi adjetivado como “o poderoso” presidente da Câmara. O periódico destacou que Cunha deve ir a julgamento na mais alta corte do país, o Supremo Tribunal Federal (STF), sob a acusação de ter embolsado cerca de US$ 40 milhões em subornos.
“O Sr. Cunha, um comentarista de rádio cristã evangélica e economista que emite regularmente mensagens no Twitter citando a Bíblia, é acusado de lavagem de ganhos através de uma mega-igreja evangélica”, diz o texto publicado pelo New York Times.