Coordenador de Marina admite reunião com OAS, mas nega caixa dois

Um dos coordenadores da campanha de Marina Silva à Presidência em 2010, o ex-deputado Alfredo Sirkis (RJ) negou que a candidata tenha sido beneficiada com caixa dois naquela eleição. Sirkis confirmou ter se reunido com o então presidente da OAS, Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, e o candidato a vice-presidente de Marina, Guilherme Leal, para pedir uma colaboração para a campanha.
Segundo nota publicada ontem pelo colunista Lauro Jardim, do Globo, Pinheiro prometeu aos procuradores da Lava Jato revelar detalhes de repasses feitos por ele a Leal não declarados à Justiça eleitoral. O executivo negocia acordo de delação premiada.

Sirkis diz que Léo Pinheiro fez duas doações que totalizaram R$ 400 mil à campanha de Marina. De acordo com ele, os valores foram registrados como contribuição para o Comitê Financeiro Único do PV no Rio de Janeiro, em vez do comitê da campanha nacional, e utilizados para custear pessoal e impressão de materiais diversos para o partido.

“As doações serviram para apoiar a campanha presidencial no Estado do Rio de Janeiro, a de governador, de deputados federais e estaduais, que funcionaram naquela eleição com uma logística unificada (material, pesquisas, rádio e TV)”, escreveu Sirkis, em nota. “Não cabe a insinuação de que a campanha de Marina tenha recebido quaisquer doações ilegais”, acrescentou.

Segundo o ex-deputado, a reunião foi marcada em São Paulo a pedido do próprio Léo Pinheiro, que tinha interesse em conhecer as ideias da campanha presidencial de Marina. “A reunião foi curta e consistiu principalmente de perguntas do sr. Léo Pinheiro sobre nossas posições em relação à economia brasileira e questões ambientais”, contou Sirkis.

Também em nota, Marina negou ter utilizado recursos de caixa dois em sua campanha. “Guilherme Leal, que foi candidato a vice em minha chapa à Presidência em 2010, sempre foi fiel ao compromisso ético e à orientação política de que todos os recursos de financiamento da campanha teriam origem e uso inteiramente legais e não acredito que nenhum dirigente do PV possa ter usado meu nome sem ter me dado conhecimento, ainda mais para fins ilícitos”, escreveu.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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