presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), decidiu que até o dia 4 de julho todas as sessões realizadas no plenário da Casa serão solenes ou de debates. Ou seja, não haverá ordem do dia e, portanto, não serão contabilizadas faltas e nem realizadas votações de matérias durante o período. Em ato encaminhado à Secretaria-Geral da Mesa, o presidente utilizou como justificativa o feriado junino, que faz homenagem a São João nesta sexta-feira (24), recebendo apoio, principalmente, da bancada do Nordeste, uma das mais envolvidas nos festejos. A ação de Maranhão gerou um “feriadão” com 13 dias ininterruptos de folga para os deputados.
A ideia inicial era manter a ordem do dia pelo menos no início da próxima semana, segunda (27) e terça-feira (28). Entretanto, com o feriado de São Pedro no dia 29 (quarta), parlamentares pressionaram o presidente interino por uma solução alternativa. Já para os trabalhos nas comissões, Maranhão afirmou que, em caso de quórum, as discussões poderão seguir normalmente.
Partidos reagiram com contrariedade à decisão institucional. Em nota divulgada à imprensa, a assessoria de comunicação do PSDB na Câmara criticou a posição adotada pelo presidente e avaliou como “reprovável” a conduta de Maranhão. Ainda de acordo com o texto, a decisão do presidente interino é “absolutamente contrária ao interesse público”.
A mesma postura teve o líder do PRB na Câmara, deputado Márcio Marinho (BA), que diz ter apelado aos demais líderes partidários e ao próprio Maranhão para que medida seja revista e, consequentemente, tenha continuidade a apreciação de pendências na pauta de votações. “O republicano lembra que vivemos um momento delicado da política e da economia brasileira e uma semana sem votações representa ineficiência do processo legislativo, assim como um prejuízo incomensurável para a Nação”, diz trecho de nota da liderança do PRB.
“Num momento como esse, em que deve haver um esforço em torno do processo de reconstrução nacional e de recuperação da economia e projetos importantes estão na pauta da Câmara, é inadmissível que uma decisão unilateral do presidente interino paralise os trabalhos durante uma semana”, afirmou o líder da legenda, Antonio Imbassahy (PSDB-BA).