Confirmando sinalização deste site em 26 de outubro, o Partido da República (PR) decidiu, nesta segunda-feira (21), expulsar a deputada Clarissa Garotinho (RJ) do quadro de membros da legenda. A parlamentar votou contra a proposta de emenda à Constituição (PEC 241/2016) que prevê o limite dos gastos públicos para governo, Estados e municípios nos próximos 20 anos no plenário da Câmara. Entretanto, o partido havia fechado questão pelo voto favorável à medida apresentada pela equipe econômica do governo Michel Temer.
A Executiva Nacional do PR decidiu, por unanimidade, acatar as propostas do Conselho de Ética do partido, que defendeu a punição por desobediência. Outros dois deputados corriam o mesmo risco que Clarissa – Silas Freire (PI) e Zenaide Maia (RN). Entretanto, ambos sofreram apenas suspensões por 9 e 12 meses, respectivamente. Segundo nota do PR, a punição da deputada foi maior porque Clarissa, ao ser comunicada da abertura do processo disciplinar, divulgou nota oficial “que desrespeita um colega de bancada e descarta a natureza democrática do PR”.
“Ora, não se pode atribuir inspiração democrática a uma manifestação que, além de vulgarizar uma posição a ser obedecida por toda bancada do PR, pretende desmoralizar a natureza de uma decisão do mais alto colegiado do Partido.”, concluiu o relator do processo de Clarissa Garotinho no Conselho de ética, Sr. Benedito de Freitas.
“As recomendações propostas pelo relator e aprovadas pelo Conselho de ética do PR foram integralmente acatadas unanimidade dos membros da Executiva Nacional da legenda, a quem cabe a última palavra sobre o assunto”, destacou a nota da legenda.
Operação Chequinho
A legenda divulgou o posicionamento adotado sobre a atuação de Clarissa poucos dias depois de o pai da deputada, Anthony Garotinho, ex-governador do Rio de Janeiro, ter sido preso pela Polícia Federal (PF) na Operação Chequinho, que apura irregularidades no uso do programa social Cheque Cidadão.
Ao saber que o pai seria levado para o presídio de Bangu, a deputada e sua mãe, Rosinha Garotinha (PR), atual prefeita de Campos (RJ), imploraram aos agentes policiais que não retirassem o ex-governador do hospital devido à sua situação médica. Um vídeo mostra o exato momento em que agentes levam Garotinho até a ambulância que o encaminhou para a cadeia: “Meu pai não é bandido”, repetiu várias vezes Clarissa, aos prantos.
“Querem matar ele lá, ele não é bandido”, voltou a gritar, aos prantos, Clarissa. “Eu quero ir com ele, deixa eu ir com ele. Ele está passando mal”, pediu a deputada