Os juízes auxiliares do gabinete do ministro Teori Zavascki concluíram as audiências com os 77 executivos e ex-executivos da empreiteira Odebrecht que fecharam acordo de delação premiada na Operação Lava Jato. Agora, os acordos precisam ser homologados para que tenham validade jurídica e possam ser usados pelo Ministério Público para pedir investigação sobre os políticos citados.
As audiências seriam realizadas por Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo. Após sua morte, porém, as oitivas tiveram que ser concluída pelos juízes auxiliares do gabinete do ministro. O principal nome da empreiteira e principal herdeiro do grupo, Marcelo Odebrecht, foi ouvido nesta sexta-feira (27) no presídio onde está detido, em Curitiba (PR).
Estima-se que cerca de 200 políticos dos principais partidos políticos do país sejam citados pelos executivos como beneficiários do esquema de corrupção e caixa dois do grupo. Quando morreu, Teori estava prestes a homologar as delações.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma pedição solicitando à presidente da corte, ministra Cármen Lúcia, urgência na homologação das delações premiadas de executivos da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato. Há um impasse com relação às ações da operação desde a morte do ministro relator da Lava Jato no STF, Teori Zavascki, na semana passada.
Teori foi vitima de um acidente aéreo no litoral fluminense, que matou também outras quatro pessoas. Ele cuidava de mais de 7,5 mil processos no Supremo Tribunal Federal (STF). Entre eles, havia pelo menos 120 inquéritos e ações penais envolvendo autoridades com foro privilegiado, como deputados, senadores, ministros de tribunais superiores e de estados. O número, na verdade, é maior, pois há casos em que tramitam de maneira oculta, sob completo segredo de Justiça.