Prevista para ser votada ainda no primeiro semestre de 2017 pelo Congresso Nacional, a Reforma da Previdência proposta pelo governo de Michel Temer (PMDB) será tema de debate em Pernambuco. Dois eventos, um em Recife e outro em Caruaru, serão realizados com a presença do ex-ministro dos governos de Lula e Dilma e especialista em Gestão de Sistemas de Seguridade Social, Carlos Gabas, além de diversas lideranças políticas.
Os encontros, que têm como mote “O que temer com a Reforma da Previdência”, acontecem nesta sexta-feira (03), ambos com entrada franca. Em Caruaru, o evento ocorre na sede da Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic), às 10h. No Recife, o evento será no Sindsep, na Boa Vista. A visita de Gabas está sendo organizada pelo gabinete senador e líder do PT no Senado, Humberto Costa.
Segundo Humberto, é fundamental ampliar o debate sobre a reforma proposta por Temer. “Temos que discutir esse modelo que está sendo apresentado pelo governo, que penaliza o trabalhador e que vai afetar duramente a vida de milhões de brasileiros”, afirmou.
Entre as mudanças propostas pela gestão peemedebista está a de alteração na idade mínima necessária para a aposentadoria, que hoje é de 55 anos para mulher e de 60 para homens. O novo projeto, por sua vez, determina que a idade seja maior, 65 anos, e igual para homens e mulheres. O tempo mínimo de contribuição também vai saltar de 15 anos para 25 anos.
O trabalhador também precisará contribuir 49 anos para assegurar o recebimento de 100% da aposentadoria, já que o tempo mínimo de 25 anos dará apenas direito a 76% do cálculo do benefício. Outra alteração é com relação à desvinculação do valor das pensões por morte do valor do salário mínimo. Somente com a desvinculação, cerca de quatro milhões de pessoas serão afetadas.
Com o retorno das atividades legislativas, o projeto de Reforma da Previdência será objeto de uma comissão especial da Câmara dos Deputados. Depois, a matéria segue para o plenário da Casa. Se aprovado, o projeto será encaminhado para o Senado.
“Temer se aposentou aos 55 anos, mas quer impor ao trabalhador brasileiro uma reforma cruel que, na prática, vai tirar dos trabalhadores o direito de se aposentar e de ter uma velhice digna, mas que mantém os privilégios de poucos grupos. Por isso, mais do que nunca, precisamos debater, estar junto da população e esclarecer o quanto esta reforma é danosa”, avalia o senador.