Eleita em 2010 para o Senado, Gleisi Hoffmann (PT-PR) se licenciou do cargo, em junho de 2011, para assumir a vaga de Antonio Palocci. Na Casa Civil, ganhou a confiança de Dilma e só entregou o cargo em 2014, para se dedicar à sua campanha ao governo do Paraná. Mas fracassou nas urnas. De volta ao Congresso, destacou-se como uma das mais aguerridas defensoras da ex-chefe e comprou briga com senadores da oposição até a votação final do impeachment. Sua situação, àquela altura, já não era confortável.
No início de 2015, o nome de Gleisi apareceu na relação de políticos com foro privilegiado suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Em setembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal aceitou a denúncia contra a senadora e o seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo. Até agora ela é a única integrante do Senado que responde a ação penal na Lava Jato. Outros senadores como Renan Calheiros (PMDB-AL), Fernando Collor e Benedito de Lira (PP-AL) também são alvos de denúncia, mas os ministros ainda não analisaram o pedido da PGR.
O casal é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusados de receber R$ 1 milhão desviados da Petrobras, para a campanha dela ao Senado, em 2010. O repasse, segundo o Ministério Público Federal, foi feito por empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef, para que o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa fosse mantido no cargo. O casal refuta a história.
Em novembro o Supremo abriu outro inquérito contra a senadora, conduzida em 2017 à liderança do PT. Em junho do ano passado, Paulo Bernardo chegou a ser preso pela Polícia Federal, acusado de envolvimento em irregularidades no Ministério do Planejamento, durante sua gestão. Ele foi solto por determinação do ministro Dias Toffoli, do STF, que julgou ter havido “constrangimento ilegal” na decisão decretada por Sérgio Moro.