Os moradores do Brejo da Madre de Deus, no Agreste do Estado, estão tendo motivos para comemorar, após o registro de uma longa chuva que durou cinco horas seguidas e alterou consideravelmente o nível das barragens responsáveis pelo abastecimento da cidade. Depois de seis meses tendo que administrar colapso total, a Compesa retomou o fornecimento de água para os moradores através da rede de distribuição após as precipitações pluviométricas, que ainda se estenderam por vários dias, mesmo com menos intensidade.
De acordo com o gerente de Unidade de Negócios da Compesa, Bruno Adelino, as chuvas foram suficientes para regularizar a Barragem de Santana I, que está cheia, e permitiram o armazenamento de 23% da Barragem de Santana II, outra fonte hídrica do município.
Diante desse quadro favorável, a Compesa já garante que o líquido chegue nas torneiras dos usuários, após uma longa estiagem. Agora, a companhia está avaliando a implantação do novo calendário de abastecimento, que na fase mais crítica, anterior ao colapso dos mananciais, chegou a ser atendido pelo regime de dois dias com água e 20 dias sem. “Ainda é cedo para definirmos qual o regime a ser implantado, mas o volume de água acumulado já nos garante uma certa tranquilidade para esperarmos o inverno”, afirmou o gerente.
Para a dona de casa Maria das Dores Santos ver a chuva voltar a cair foi um momento de glória. “Nós já não sabíamos mais o que faríamos para arrumar água para o nosso consumo”, comentou, sentindo-se aliviada por não mais se preocupar em pagar para alguém encher a cisterna da sua casa.
A Barragem de Santana II tem a capacidade de acumular 568 mil metros cúbicos de água e hoje está com 23% do volume máximo, ou seja, 125 mil metros cúbicos de água. Já o manancial Santana I é um reservatório de nível, ou seja, ele não acumula água e depende diretamente do regime de chuvas. Durante o período de colapso, a Compesa atendeu a população com dez carros-pipa por meio de cisternas comunitárias espalhadas pela cidade.
A cidade de Brejo da Madre de Deus é conhecida mundialmente pelo espetáculo da Paixão de Cristo em Nova Jerusalém, que é encenado há 50 anos no distrito de Fazenda Nova, e será uma das beneficiadas pela obra da Adutora do Agreste, que está sendo executada pelo Governo de Pernambuco. “Essa adutora irá beneficiar ainda outras 67 cidades do Agreste e é considerada o empreendimento estruturador para resolver a questão da falta de água na região, que tem o pior balanço hídrico do Nordeste”, finalizou Bruno Adelino.