Obras paradas e promessas não cumpridas são marcas do Estado em Garanhuns, revela o Pernambuco de Verdade

silvio batalhão

Obras paradas, promessas não cumpridas e serviços precários. Como nas duas primeiras edições do Pernambuco de Verdade, no Sertão do Pajeú/Moxotó e Agreste Setentrional, esses foram os principais problemas encontrados em Garanhuns e no Agreste Meridional do Estado durante agenda da Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) na região, nesta quarta-feira (19).

A primeira parada da Bancada foi o Aeroporto de Garanhuns, que teve a licitação anunciada em 2012 e 2013, com ambos os processos cancelados, e que foi prometida novamente em 2016, pelo governador Paulo Câmara. No local, os deputados encontraram uma equipe do DER, fazendo serviços de capinação, que segundo funcionários de táxi aéreo, tinha começado há poucas horas.

Na sequência, os deputados visitaram o terreno onde deveria ser construído o Hospital Regional Mestre Dominguinhos, na BR-423, prometido por Paulo Câmara em 2014, e o Hospital Regional Dom Moura, que pela falta de uma segunda unidade tem funcionado de foram sobrecarregada.

“É inadmissível que um hospital que atende 32 municípios atende apenas casos de baixa complexidade”, se queixou o ginecologista Dimas Carvalho, funcionário do hospital. O questionamento foi reforçado pela deputada Socorro Pimentel (PSL), também médica. “A sobrecarga na unidade compromete o atendimento e os casos de maior complexidade terminam precisando ser transferidos. Infelizmente, esse tem sido a realidade que temos encontrado na saúde pública do Estado”, lamentou a parlamentar.

As visitas dos deputados incluíram ainda visitas ao IPA, que está há três anos sem distribuir sementes, e, inclusive, com máquinas forrageiras repassadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário paradas em seu depósito; a unidade do Lafepe, completamente desabastecido de medicamentos; a unidade do Itepe, com cursos técnicos suspensos desde 2015; e o terreno do Parque de Exposições de Animais, que será desativado para dar lugar a uma escola técnica. “A desativação do parque é inadmissível para uma região que tem sua economia ligada à atividade pecuária e à produção de laticínios”, criticou o deputado Álvaro Porto (PSD).

SEGURANÇA

Na área de segurança, foi visitada a unidade local da Funase, que trabalha com uma superlotação de 30% e um déficit de 50% na quantidade de agentes. São 120 jovens e uma capacidade para 85. Na visita também foi identificada a paralisação da obra da portaria, há dois anos. Obra, que segundo a direção da unidade, acabou de ser relicitada.

Também houve visita ao 9º Batalhão de Polícia Militar, que segundo seu comandante, o tenente-coronel Paulo César, é o maior do Estado, responsável pelo atendimento a 20 municípios. Entre as preocupações apontadas pelos parlamentares estão o déficit de 248 policiais no batalhão, a ausência de efetivo em três cidades (Paranatama, Terezinha e Palmeirina), além do crescimento da criminalidade.

“Em 2016 foram registrados mais de mil casos de crimes contra o patrimônio em Garanhuns. Este ano, em três meses, já foram 260 casos. Em relação aos homicídios, foram registrados, até março, 21 assassinatos, 40% do total de casos registrados em todo o ano de 2016”, destacou o deputado Silvio Costa Filho (PRB).

PREFEITURA

Durante a programação, os parlamentares visitaram o prefeito Izaias Régis, que fez críticas ao governador Paulo Câmara. “Desde que assumi ele não repassa os recursos da Farmácia Básica, que é um valor pequeno, de R$ 26 mil por mês, e há 17 meses não são repassados os recursos do Samu, que somam R$ 62 mil por mês. Já tenho R$ 1,094 milhão para receber da Farmácia Básica e R$ 1,066 milhão do SAMU”, criticou.

A agenda foi encerrada à noite, com a realização de uma plenária na Câmara de Vereadores de Garanhuns, que contou com a participação do prefeito Izaías Régis. Participaram da agenda os deputados Álvaro Porto (PSD), Augusto César (PTB), Edilson Silva (Psol), Júlio Cavalcanti (PTB), Priscila Krause (DEM), Socorro Pimentel (PSL), Silvio Costa Filho (PRB) e Teresa Leitão (PT).

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